Sábado, 20 de outubro de 2012 - 07h55
Para o ministro Ricardo Lewandowski, quadrilha, mesmo, só a que se reunia na caverna do Ali Babá. Fora daí, nem Al Capone atentaria contra a paz pública e, portanto, também seria absolvido pelo revisor do processo do mensalão.
Convenhamos, é juridiquês demais. Porque se José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares, Marcos Valério e o restante da quadrilha não formavam uma quadrilha, que diabo estariam fazendo? Uma associação para cuidar da saúde dos gatos cegos? Quem sabe fundando uma ONG para proteger as barbas do camarão do Mar Vermelho?
Já ficou claro no julgamento que eles se reuniam para comprar votos de deputados em favor do governo Lula, que desviaram fundos públicos, remeteram ilegalmente recursos para o exterior, simularam empréstimos fictícios junto a organizações bancárias, lavaram e distribuíram dinheiro, cometeram peculato e foram incursos em gestão fraudulenta. Se isso não exprime a atuação de uma quadrilha, porque são os mesmos, só resta blindar a caverna do Ali Babá.
Uma pergunta ganha a curiosidade geral: à medida em que o processo chega ao seu final, mais o ministro Lewandowski procura inocentar todos os réus. Chegou a mudar voto anterior onde condenou cinco mensaleiros, precisamente por formação de quadrilha, pretendendo agora absolver outros treze. Que motivos teriam levado o competente jurista a concluir assim?
AÇÃO DA PRIMEIRA INSTÂNCIA
Enquanto o julgamento no Supremo Tribunal Federal ainda vai demorar até que os culpados venham a ser instalados na cadeia, quem corre por fora é a primeira instância da Justiça Federal em Minas Gerais. A juíza Camila Velano condenou a dez anos de prisão dois empresários que enviaram recursos fajutos para a conta Dusseldorf, de Duda Mendonça, nas Bahamas. Se quem manda é criminoso, o que dizer de quem recebe?
AMPLA REFORMA POLÍTICA
O senador Luís Henrique, do PMDB de Santa Catarina, defendeu da tribuna uma ampla reforma política no país. Para ele, o Supremo Tribunal Federal está julgando o sistema político nacional, mais do que pessoas, servidores públicos, empresários e até políticos. São as estruturas que se encontram no banco dos réus. Chegou o momento de as lideranças, no Congresso, darem o grito de basta e promoverem mudanças fundamentais. É inaceitável a forma de financiamento das campanhas eleitorais, tornando-se imprescindível o financiamento público e transparente. Seriam evitados desvios e as eleições custariam no máximo 10% do que se gasta hoje.
O ex-governador também defendeu que a propaganda eleitoral venha a ser efetivamente gratuita. Hoje, as campanhas são milionárias, com recursos de financiamentos privados. Os programas de televisão custam horrores, quando seria fácil determinar que os candidatos apenas se apresentassem ao vivo, sentados num banquinho e dizendo a que vieram.
Outra sugestão de Luís Henrique foi de agrupar todas as eleições num único dia, com mandatos de cinco anos para os eleitos. O país não aguenta eleições a cada dois anos.
Para fortalecer os partidos, o eleitor deveria votar em listas fechadas. Hoje, 70% do eleitorado vota em pessoas, mas seis meses depois ninguém lembra mais em quem votou.
SÓ SE MORA NO MUNICÍPIO
Neste mês em que se homenageia a memória de Ulysses Guimarães, seria bom lembrar uma de suas múltiplas lições, quando dizia que ninguém mora no país nem no estado.
Mora-se no município, coisa que muita gente esquece quando tenta levar as campanhas para as eleições municipais a planos estratosféricos. O cidadão quer saber dos candidatos a prefeito como resolverão os problemas de segurança pública, saúde, educação e transporte.
Fonte: Carlos Chagas / Blog do Claudio Humberto
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