Segunda-feira, 28 de setembro de 2015 - 08h28
Professor Nazareno*
A atual crise dos refugiados tem assombrado a Europa e o mundo. Centenas de milhares de homens, mulheres e crianças fugindo desesperados de seus países cruzam o mar Mediterrâneo e chegam ao velho continente em busca de uma vida melhor. Líbia, Tunísia, Afeganistão, Iêmen, Iraque e principalmente a Síria são os países onde se origina esta diáspora moderna. A Síria está mergulhada em uma sangrenta guerra civil ainda remanescente da Primavera Árabe e que já dura quase cinco anos. Mais de dois milhões de pessoas já fugiram do país. Estima-se que quase 200 mil já morreram. O conflito envolve várias facções. Menor do que o Estado de Rondônia (tem 185 mil km quadrados contra 237 mil do nosso Estado) e com uma população dez vezes maior, a Síria poderia mandar parte de seus habitantes para se refugiar em terras karipunas.
Esses refugidos não sentiriam nenhuma diferença ao chegarem aqui. A fumaça das criminosas e permitidas queimadas daria inicialmente aos visitantes a impressão de que está havendo constantes bombardeios aéreos em nosso Estado, fato com o qual eles já estão bem acostumados. Aleppo e Damasco, principais cidades sírias, estão em destroços. Quase nada ali funciona direito. O caos é generalizado. Falta água potável, saneamento básico, há muitas obras inacabadas, faltam médicos e os hospitais lotados com pacientes esparramados pelo chão lembram até o “açougue” João Paulo Segundo. “Pronto, estamos em casa! Tudo aqui nesse tal de Porto Velho lembra nossas cidades”, devem dizer os eufóricos e já felizes visitantes. A capital das “sentinelas avançadas” não está em guerra, mas a sua infraestrutura lembra a de um país arrasado por combates.
Alguém pode até reclamar dos visitantes por causa de sua religião, o Islamismo, considerada erroneamente por muitos como sendo uma fé muito retrógrada, alienante, radical e conservadora. Se for por isso, em Rondônia eles estão realmente em casa. O nível de consciência política dos nossos eleitores é de fazer inveja a qualquer ditadura teocrática do mundo. E o que não faltam em terras rondonienses são líderes religiosos que se metem na política, com o apoio irrestrito de suas ovelhas, para afundar de vez o Estado. A gente até negociaria com eles: uma semana se governa usando a Bíblia, na outra, usando o Alcorão. Cristo e Maomé se tornariam amigos por causa de Rondônia. E como Porto Velho e as cidades sírias são sujas e imundas, a estadia dos árabes por aqui seria fácil. A culinária, sem problemas. Nossas gororobas são das “mil e uma noites”.
A língua, claro, não seria obstáculo. O feio e horroroso sotaque daqui seria facilmente entendido por qualquer pessoa. Já do ponto de vista político eles não vão estranhar muita coisa também. Na Síria, eles têm um presidente, Bashar al-Assad, que não faz absolutamente nada. Simplesmente não governa. E aqui alguém governa? Empatou, então. E como lá, ninguém daqui quer sair do poder de jeito nenhum. Largar o osso, jamais. Oposição, nunca existiu. Mas e o Estado Islâmico? Ora, nós temos um aqui que é muito pior e mata mais gente do que o deles: é a Assembleia Legislativa do Estado, que junto com a Câmara de Vereadores de Porto Velho, transformam a vida dos cidadãos inocentes num inferno. Esse tal de EI é fichinha. As autoridades daqui deviam entrar em contanto com a ACNUR para solicitar a entrada de milhões de refugiados em nossas fronteiras. Já pensou eles dançando Boi no Flor do Maracujá e comendo tacacá?
*É Professor em Porto Velho.
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