Quarta-feira, 23 de agosto de 2017 - 15h48
Foto álbum de família.
Vasco Vasconcelos, escritor e jurista.
A Bahia e o Distrito Federal estão de luto. No dia 20.8 (domingo), p.p. ao cair da tarde quando estava tirando uma soneca, fui acordado pelo telefone da minha irmã Antônia Vasconcelos, comunicando o passamento prematuro do renomado médico, Especialidade: Gineco-Obstetrícia e Médico Perito, meu querido primo-irmão, Dr. Mário Carneiro da Silva Filho.
Por alguns instantes fiquei pasmo, será verdade? Ou tive um pesadelo? Mas logo em seguida recebi um outro telefonema, do grande amigo cirurgião e conterrâneo Dr. Alcides de Oliveira Dourado, confirmando aquela péssima notícia, que o Dr. Mário havia sofrido um enfarto, foi levado tempestivamente ao Hospital de Base do Distrito Federal – HBDF, mas não resistiu, vindo a óbito, instantes mais tarde, confirmado mais uma vez pelo o seu genro e amigo, o engenheiro Rafael Pupo.
O Dr. Mário foi casado com a médica oftalmologista, Dra. Elisabeth Carneiro, nasceu na pacata cidade de Paratinga-BA, localizada no Oeste da Bahia, a 740 km de Salvador em 30 de março de 1954, filho de Mário Carneiro da Silva e Dulce Brandão Carneiro.
De origem humilde e graças ao “self-made-man” (esforço próprio), conseguiu se formar em medicina; especialidades: ginecologia-Obstetrícia e Médico Perito. Diplomado pela Faculdade de Ciências da Saúde do Pará, em 08 de dezembro de 1978.
Aqui em Brasília foi aprovado entre os primeiros lugares no CONCURSO PÚBLICO para a categoria funcional de MÉDICO – ESPECIALIDADE – GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA, promovido pelo GOVERNO DO DISTRITO FEDERAL, SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO-INSTITUTO DE DESENVOLVIMENTO DE RECURSOS HUMANOS-IDR – BRASÍLIA-DF em outubro de 1981.
- Aprovado em 2ºLUGAR no Concurso promovido pelo MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO E REFORMA DO ESTADO, antigo DASP, em outubro de 1980, na ESPECIALIDADE DE TOCOGINECOLOGIA.
Militou no Departamento de Polícia Federal – DPF, onde foi Diretor do Centro Médico deixando sua marca, humanizando aquele setor. Foi também médico do Hospital de Base do DF – HBDF, Diretor do Departamento Médico da Câmara dos Deputados e Secretário Municipal de Saúde de uma das maiores cidades do entorno do Distrito Federal.
Quando viaja de férias no interior de Bahia, sua casa era sempre lotada de pessoas humildes à procura de atendimento médico, ele exercia a medicina como um sacerdócio, com sentido crítico, ético e humanístico, fazia questão de atender a todos, gratuitamente; além de clinicar, doava medicamentos que ele mesmo fazia questão de comprar e distribuir às pessoas carentes.
Foi um homem portador e um coração magnânimo, com a preocupação maior de ajudar as pessoas carentes notadamente na área de assistência médica. Por essa razão era muito querido e festejado por todos aqueles que conheceram e privaram da fidalguia da sua amizade.
Nesse momento de perda e dor, conclamo pela providência divina para reconfortar seus amigos e familiares, registrando meus pêsames. Estou com os olhos cheios de lágrimas e com as mãos trêmulas, tentando encontrar e digitar algumas palavras para falar um pouco desse menino que nos deixou precocemente.
Conforme mencionei acima, nascemos na mesma cidade na pacata Paratinga-BA, Oeste da Bahia, vizinha a Bom Jesus Lapa. O seu saudoso pai, Sr. Mário Carneiro era primo do meu querido e saudoso pai Sr. Antônio Sodré, ambos símbolos de caráter e honestidade), de origem do vilarejo chamado Brejos das Moças.
Graças a intermediação do meu velho pai, o seu pai, Sr. Mário Carneiro, foi apresentado à professora Dulce Carneiro e mais tarde veio a contrair matrimônio sendo que dessa união nasceram 09 (oito) filhos: o ex-Deputado Federal Cleuber Carneiro, Cleide, Osmar, Aliomar, Aristóteles, Maria Cleia, Jussara, Dorothea e o caçula dos homens Mariozinho ou seja o Dr. Mário.
Ele, o Dr. Mário, era mais novo do que eu cerca de quatro anos. Batalhamos muito para enfrentar as rugosidades ajudar nossos pais no sustento da família, desde nossas infâncias. Tínhamos que acordar todos os dias às 5:00 horas da manhã, para ir ao curral ordenhar as vacas, cujo curral do seu pai, era vizinho ao nosso. Bons tempos aqueles, em que fazíamos a festa, com os copinhos de alumínio, cheio de farinha de mandioca e rapadura, para beber leite direto da fonte, na cuia, com direito, claro, a espuma e a marca do bigode branco.
Tínhamos, outrossim, que ir na roça laçar nossos jumentos, colocar as cangalhas e os barris para pegar água do Rio São Francisco, distante 01 km da cidade, pois naquela época a cidade de Paratinga, não tinha sistema de abastecimento d’água e só conseguiu tal sistema em meados de 1980, graças à Família Vasconcelos, na gestão do então Prefeito e amigo de fé, Dr. Geraldo Magela Carneiro Porto.
Eu com menos de quinze anos de idade, era louco para namorar a irmã do Dr. Mário, a Jussara, colega de Ginásio Alcides Dourado, linda, maravilhosa, com sua saia plissê, e uma comissão de frente, enfim sua lascívia, que deixava os adolescente inebriados.
Ocorre que quando íamos ao Rio São Francisco, encher os barris d’água, morria de vergonha da linda e maravilhosa Jussara, flagrar-me com as calças rasgadas tocando o jumento. Era um sufoco ter que passar em frente a casa dela e ser flagrado pela mesma. Assim deixava o jumento que já conhecia o caminho de casa, seguir sozinho e esperava no portão da nossa humilde residência.
E aproveitando minha ausência, aquele garoto serelepe conhecido por Mariozinho do Sr. Mário ou da professora Dulce, desviava o jumento para sua casa e lá retirava toda água dos meus barris, de forma que quando o jumento chegava em nossa casa não tinha uma só gota d’agua. E agora vai fazer o que? Brigava ou não brigava com ele? Claro que não. Afinal ele era irmão da minha melhor amiga e oxalá namoradinha. Que pena que nem como amigo ela me quis! Mas fiz questão de compor a Canção pra Jussara que diz (...) E hoje depois de tantos anos/ lembrei-me com saudade de ti/ Do famoso pé de oiti/ Da nossa infância dos tempos de criança/ Das fogueiras de São João/ Do amasso no portão/ Das cantigas de rodas/ Das serenatas/ Dos nossos madrigais/ Do adro da igreja matriz/ meu Deus como eu era feliz!
Quis o destino crescemos e cristalizamos ainda mais nossas amizades aqui na Capital República e para compensar o furto d’água, todas nossas férias sempre fui convidado por ele e sua linda esposa Dra. Beth e suas lindas filhas: Isabela, Gabriela e Daniela (médica, advogada e engenheira), respectivamente, para passar alguns dias no Balneário de Águas Termais do Paulista em Paratinga-BA. Distante 34 km da cidade de Paratinga com piscinas naturais de água termomineral, com direito água de côco à vontade, churrasco 0800, sendo que nosso último encontro foi em janeiro deste ano, sem olvidar, claro, da cervejinha estupidamente gelada ouvindo as canções que marcaram nossas infâncias, do nosso Rei Roberto Carlos, entre elas, Amigo. “Você meu amigo de fé/ Meu irmão camarada/ Amigo de tantos caminhos e tantas jornadas/ Cabeça de homem mas o coração de menino /Aquele que está do meu lado em qualquer caminhada/ Me lembro de todas as lutas, meu bom companheiro/ Você tantas vezes provou que é um grande guerreiro/ O seu coração é uma casa de portas abertas/ Amigo você é o mais certo das horas incertas (...) Que pena Dr. Mário, ficaram as canções e você não ficou!
Vai ser muito difícil substituir a dignidade que ele tão bem com pertinácia e denodo soube imprimir como médico da Polícia Federal, da Secretaria de Saúde o Governo do Distrito Federal. É um exemplo seriedade e competência. Que multipliquem homens épicos, homéricos, probos, portadores dos caracteres invejáveis, como o saudoso Dr. Mário Carneiro, para que os órgãos entidades e instituições possam encontrar remédios, complementos e suplementos, capazes de encurtar os caminhos entre o desejável e o alcançável. O Dr. Mário Carneiro, merece ser galardoado “in-memoriam” com a mais alta comenda do Departamento de Polícia Federal, pelo Governo do Distrito Federal, em fim pelo Governo Brasileiro, com a Ordem do Mérito Nacional, no grau de comendador, pelo relevantes serviços prestados ao país.
E por último plagiando a canção, Despedida, de Roberto Carlos e Erasmo Carlos; (...,), Só me resta agora dizer adeus/ E depois o meu caminho seguir/ O meu coração aqui vou deixar/ Não ligue se acaso eu chorar/ Mas agora adeus
Descanse em Paz, meu querido primo-irmão Dr. Mário Carneiro da Silva Filho, juntamente com nossos pais: Mário Carneiro, Professora Dulce, Antônio Sodré, D. Maria Natalina Vasconcelos, Professora Heliete Dourado (Tieta), Alcides Dourado, Dona Laurinha, e tantos outros amigos que partiram para o andar de cima, (...) sem olvidar do meu saudoso, querido e irreverente irmão mais velho, Sr. Wilson Vasconcelos. Deus tem o jornal das nossas vidas.
Vasco Vasconcelos, escritor e jurista
Brasília-DF
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