Quinta-feira, 10 de abril de 2025 - 11h16
Meus sonhos sempre
estanhos, me levaram aos meus vinte e três anos de díade, anos idos de 1981 e
lembrei, ao acordar que é a curiosidade que acende as fogueiras da alma.
Ela nos chama para além
da margem do conhecido, empurrando-nos rumo às descobertas que moldam e
reinventam nossos pensamentos. A cada nova revelação, concordemos ou não,
abrimos janelas para o inesperado e redesenhamos o horizonte que nos habita.
Foi nesse espírito,
seduzida pelo desejo de compreender mais, que me aproximei da palha, singela em
sua aparência, mas imensa em simbolismos. E ali, entre suas fibras douradas,
encontrei um espelho para os nossos 23 anos de travessia.
Nosso encontro, à
primeira vista, parecia um capricho do acaso, um momento improvável. Mas, tal
como o campo que se prepara silencioso para a colheita, nós já vínhamos sendo
adubados pelo cuidado sutil dos dias. Não colhemos o que sobrou: colhemos o que
de mais precioso havia sido reservado para nós.
De nossos habitats
singulares, permitimos que o amor germinasse livre, sob o sol e as chuvas do
tempo, respeitando o ciclo que a vida pede. Assim como a palha, que se entrega
à secura natural dos campos antes de conhecer sua metamorfose, nós nos deixamos
amadurecer, desprendendo-nos das impurezas para alcançar a fase do
enfardamento.
E foi assim que
enfardamos nosso amor: apertado, protegido, resguardado contra as intempéries,
para que sua essência não se perdesse no tempo. Empacotamos nossas memórias,
nossos desejos, nossos projetos, garantindo que mesmo no repouso, nosso amor
fosse semente para novas criações: leve, singelo, natural, sempre fértil.
O que nos une não é um
"fogo de palha" que arde breve e se apaga. É chama que se alimenta da
brisa e resiste às tormentas. Nosso amor é alquimia: é conquista delicada,
renúncia generosa, paciência esculpida nos detalhes, respeito profundo,
amadurecimento constante. É tecido entrelaçado de tonalidades múltiplas, é
sinfonia sensorial, encantamento que não se esgota. É benevolência, sedução
sutil e ardente, paixão que pulsa, desejo que incendeia, humildade que
engrandece.
Nosso amor é
transcendência pura; ele renasce, atravessa as estações e se refaz com o vigor
dos ventos que renovam o mundo.
Assim, inspirada nas
fases da palha, desejo que o nosso amor permaneça eterno em sua naturalidade,
renovável como a terra que se entrega ao ciclo da vida, e sustentável como
aquilo que é enraizado na essência mais pura. Nesta vida e em todas as outras,
onde quer que nossos caminhos se cruzem novamente.
Que saudades dos meus
23 anos...
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