Segunda-feira, 10 de maio de 2010 - 18h40
Durante a tarde desta segunda-feira, 10, mais dois réus acusados pelas mortes no presídio José Mário Alves, o Urso Branco, negaram a autoria dos crimes. Primeiro Cícero Santana da Silva (Cirção) disse que não praticou nenhum dos assassinatos. Segundo ele, logo após a tentativa de fuga, ele e um grupo de 45 detentos foram isolados dos demais numa área próxima à administração do presídio. Desta forma, sustentou que não poderia ter participado da matança, em janeiro de 2002.
Cirção está recolhido no presídio de Vilhena. Ele está preso por diversos furtos, porte de arma e roubos. Ao total, ele tem uma pena de mais de 27 anos, dos quais já cumpriu 11. O réu, a exemplo dos demais que são julgados junto com ele, tem em sua defesa a atuação de dois defensores públicos.
Já Alexandre Farias, o Roni Cabeludo ou Carioca, também refutou a tese da acusação de que teria praticados os crimes no presídio há oito anos. Segundo ele, o apelido de Roni Cabeludo não é seu, sendo apenas conhecido por Carioca. Para o réu, essa suposta confusão de nomes foi determinante para que fosse confundido com um dos "matadores". Ele afirmou que no momento em que aconteceram as mortes, estava junto com Cirção e outros presos na área próxima à direção do presídio, isolado do local onde aconteceu a chacina.
Com 159 anos de cadeia, dos quais já cumpriu 13, Alexandre Farias está preso no presídio Urso Panda, na capital, condenado por crimes de latrocínio e roubos qualificados.
Debates
Logo após o interrogatório, o Juiz Aldemir de Oliveira, que preside a sessão, suspendeu o julgamento até amanhã. Defesa e acusação farão os debates durante cerca de nove horas. Depois chega o momento em que os sete jurados decidirão sobre a culpa ou não dos três acusados.
Além dos três réus julgados hoje, ainda vão a júri popular neste mês de maio mais 11 detentos que estavam no Urso Branco na época dos crimes. Na semana passada, Michel Alves das Chagas e Anselmo Garcia de Almeida foram condenados a 486 e 445 anos de cadeia, respectivamente.
Recursos
Além desses 16 réus, mais pessoas podem ser julgadas pelos crimes. Três ex-diretores e um apenado recorreram da decisão de pronúncia (a aceitação do Juiz à denúncia do Ministério Público) e não serão julgados agora. Eles aguardam decisão do Tribunal de Justiça em relação aos recursos judiciais apresentados.
Nesta terça-feira, 11, às 8h, será reaberta a sessão. Os próximos julgamentos estão marcados para os dias 13, 17, 20 e 25 de maio. O julgamento é transmitido ao vivo pela página do TJRO ( www.tjro.jus.br/ursobranco).
Fonte: Ascom TJRO
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