Terça-feira, 18 de abril de 2023 - 12h57
A temática da
violência contra a mulher em Rondônia tem ganhado espaço nas discussões em
função do número de casos que são registrados todos os dias no estado, com
números alarmantes. Por conta disso, a Assembleia Legislativa de Rondônia
recebeu na manhã desta segunda-feira (17), um fórum de debates para tratar de
medidas de enfrentamento à violência doméstica e o apoio à mulher, vítima de
agressão em Rondônia. Dividida em dois tempos, a roda de conversa também
debateu os atos de violência contra mulheres na Universidade Federal de
Rondônia (Unir), em Porto Velho.
Proposta pelas
deputadas Dra. Taíssa (PSC) e Ieda Chaves (União Brasil) o evento reuniu
representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Tribunal de Contas do
Estado (TCE-RO), Governo do estado através de diversas secretarias,
Universidade Federal de Rondônia (Unir), Instituto Federal de Rondônia (Ifro),
Ministério Público do Estado (MPE), Defensoria Pública do Estado (DPE),
Secretaria Municipal de Educação de Porto Velho (Semed), Sindicato dos
Profissionais da Educação, Fórum da Mulher, Delegacia da Mulher e Polícia
Militar, além de outros órgãos de defesa dos direitos da mulher.
Ao fazer uso
da palavra, a deputada Ieda Chaves agradeceu a presença de todos, destacando o
crescimento da mobilização dos órgãos e entidades para o combate à violência da
contra a mulher. A deputada destacou a pauta de trabalho como mais uma
importante oportunidade de se promover a discussão sobre o tema, a exemplo do
que aconteceu na audiência pública realizada no mês de março, que também
discutiu a temática da violência e combate à violência e o feminicídio, que
considerou de extrema importância.
“É uma grande
alegria poder participar de uma reunião como esta para discutirmos com mulheres
empoderadas, com pessoas que representam os nossos órgãos e entidades públicas
essa luta diária pela vida das mulheres. Vivemos um período difícil, onde
qualquer coisa banal tem sido motivo para agressão e até morte. Precisamos lutar
contra isso. Estamos avançando neste sentido e por isso é importante estamos
unidos, discutindo, debatendo, criando políticas públicas que nos levem a uma
redução gradativa desses números até conseguirmos zerar esse tipo de agressão
contra as mulheres” disse a deputada.
A primeira
parte das discussões sobre a violência contra a mulher contou com os
painelistas Secretária de Estado da Educação Ana Passini, dos promotores Julian
Farago e Lissandra Monteiro, membros da defensoria Silvia Primila Raskovki, Débora
Aragão e Flávia Farias Costa, da representante do Fórum de Mulheres, Benedita
Nascimento, a Assistente Social Marcia Adriana Halah, o vice-reitor da Unir
Julian Cedaro, que apresentaram dados sobre a violência, o histórico da
evolução dos crimes como feminicídio e tentativa de feminicídio, indicando
caminhos e posicionamentos para o enfrentamento dos crimes contra a mulher na
sociedade Rondoniense.
Na segunda
parte da reunião, que foi conduzida pela deputada Ieda Chaves e contou com a
presença de lideranças da Universidade Federal de Rondônia, foi discutido o
crescimento da violência no campus da Universidade em Porto Velho, como o
acontecido com uma estudante do curso de direito que denunciou assédio de um
professor, bem como a falta de segurança pública nas imediações da instituição
federal de ensino, que fica numa região isolada da capital.
“Aqui é uma
Casa de Leis, aberta ao povo e tudo o que reflete na nossa sociedade, todas as
polêmicas que precisam de debate têm espaço aberto para a busca de soluções.
Recentemente tivemos essa denúncia de uma aluna sobre violência e assédio no
interior da Universidade, um fato que gerou problema e, mesmo sendo uma
instituição federal, precisamos discutir, encontrar formas de resolver, ouvir o
que a Unir tem feito como providências e buscar nas autoridades, mais apoio
para a segurança dos acadêmicos, professores e servidores”, disse a deputada.
Ao abrir a
segunda rodada de conversa , especialmente sobre o episódio registrado na Unir,
o professor Dr. José Juliano Cedaro, reitor em exercício da Unir, fez um breve
relato sobre a atuação da instituição e ainda apresentou falta de recursos para
investimento em equipamentos e tecnologias que proporcionam maior segurança ao
campus e que são furtados, por exemplo, sendo motivo de preocupação.
A Pró-Reitora
de Cultura, Extensão e Assuntos Estundantis (Procea), Prof. Dra. Marília
Pimentel, lembrou que a situação é muito delicada e precisa muito ser discutida
em todos os âmbitos. Ela falou do enfrentamento da violência contra a mulher,
destacando que os discursos que são reproduzidos no dia-a-dia aumentam o
feminicídio e a violência contra a mulher. Para ela, a academia é um lugar que
reproduz modelos sociais, patriarcado questão cultural de gênero. É o reflexo
da sociedade. O assédio sexual às mulheres e o assédio moral no ambiente
acadêmico, como um todo, é antigo, mas só agora as mulheres estão tendo
oportunidade e coragem de falar.
Ela lembrou
ainda que “sozinha a Universidade não vai fazer nada. Sozinhas nós vamos
conseguir. Primeiro, precisamos de recursos, segundo, precisamos do
conhecimento personalizado dos movimentos, grupos e entidades. Agora, se firma
o compromisso de apoio à Universidade no combate de violência contra a mulher
com mais segurança e apoio psicológico e divulgação massiva de uma campanha
como denunciar”.
Depois das
discussões, e antes de encerrar o evento, a deputada Ieda Chaves voltou a destacas
a importância de se unir forças para que se possa progredir no enfrentamento à
violência feminina especialmente no ambiente escolar e universitário. Ieda
destacou o registro de um relatório com tudo o que foi discutido, que será
enviado ao conhecimento da bancada federal, para busca de providências.
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