Anderson do Singeperon promove Audiência Pública sobre o autismo

 

O deputado Anderson do Singeperon (PV) presidiu, nesta quinta-feira (6), uma Audiência Pública para tratar da articulação do poder público municipal e estadual em prol do autista nas áreas da saúde, educação e assistência social.

O parlamentar afirmou que seu objetivo é sensibilizar o Poder Executivo do Estado, para que hajam melhoramentos na área de assistência social. “Hoje nós vemos a grande necessidade de técnicos e estrutura para essas crianças, que necessitam de um atendimento especial, o qual já é determinado por lei e não cumprido”, afirmou Anderson. “Nós tentaremos ao máximo sensibilizar os poderes executivos do estado e do município para que eles se juntem a essa causa”, complementou.

De acordo com o professor Josenir Dettoni, uma das coisas que devem ser mudadas para que exista um melhoramento e inclusão dessas pessoas no meio social é preciso que haja a conscientização da população como um todo. “No Brasil, as pessoas confundem assistência social com caridade, sendo que a primeira é um dever do Estado, definido pela Constituição Federal”, ressaltou Dettoni. Ele também afirmou que, atualmente, quem mais ajuda esses indivíduos não é o governo, mas sim as entidades que trabalham de forma voluntária.

A presidente da Associação de Pais e Amigos do Autista do Estado de Rondônia (AMA-RO), Gloria Carioca, também fez o uso da palavra. Ela agradeceu aos deputados que apoiam a causa, como Ribamar Araujo (PR), Léo Moraes (PTB), Jesuíno Boabaid (PMN), Edson Martins (PMDB), Maurão de Carvalho (PMDB), Aélcio da TV (PP), Adelino Follador (DEM) e a ex-deputada Lúcia Teresa (PP), que faleceu fim do ano passado.

A senhora Silvia Thomas, uma das mães que participam da associação, ressaltou que existem ainda muitas dificuldades para a assistência desses casos. “Hoje existem crianças autistas em aldeias e linhas da região que nunca receberam atendimento, pois o Governo não tem técnicos ou estruturas que chegam até essas pessoas”, afirmou Silvia.

A associada afirmou que existem casos em Rondônia que são preocupantes. “Há famílias que não conseguem lidar com o autismo ou não sabem do que se trata. Existem crianças que vivem enclausuradas e sem qualquer contato com outros, pois não há uma ajuda externa para os familiares lidarem com essa doença”. Silvia também ressaltou que podem haver muitos indivíduos com autismo que nunca foram diagnosticados.

Entre outros sintomas, a mãe destacou deficiências sociais e de comunicação, interesses restritos, fixos e intensos e comportamentos repetitivos. “O que queremos fazer é achar o máximo de pessoas com essa necessidade para que possamos dar uma assistência e promover uma boa saúde tanto para a pessoa com autismo quanto para a família dessa”, concluiu.

Por fim, as associações apresentaram diversos pedidos que, segundo o deputado Anderson, serão enviados ao Poder Executivo Estadual, como uma forma de sensibilizar o Governo para que deem mais assistência a esses casos. “Estaremos enviando uma indicação para que seja elaborado Projeto de Lei que abranja todos os pedidos apresentados”, afirmou o parlamentar.

Entre outras reivindicações, os órgãos assistenciais sugerem que seja feita uma comissão envolvendo setores voluntários e também secretárias do Estado e dos municípios. Essa comissão teria como objetivo, rastrear pessoas com autismo no Estado, fortalecer os centros existentes em Rondônia, assim como construir outros e também treinariam pessoas para serem acompanhantes e ajudantes nessa causa.

Estavam presentes também na sessão a representante do vice-governador (Daniel Pereira-PSB), Audricélia Melo; o secretário de Ação Social de Porto Velho, Claudinaldo Leão da Rocha; a representante do Centro de Reabilitação do Estado de Rondônia (Cero), Márcia Lima Araújo; o representante do Conselho Municipal de Educação de Porto Velho, professor Antônio Lúcio dos Santos; o presidente da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), Antônio Carlos Berssane e a representante da primeira dama de Porto Velho, Jannyce Vacaro.

A AMA-RO ressalta que a população em geral também pode ajudar, apadrinhando uma criança ou sendo voluntário na sede. Os interessados podem entrar em contato através do número (69) 3213-2299 ou podem ir ao escritório da associação, na rua Iguatemi, nº 60, na Vila da Eletronorte.

FOTOS

ALE/RO - DECOM - Isabela Gomes
Foto: Ana Célia e Lusângela França