Quarta-feira, 27 de setembro de 2023 - 16h18
Parlamentares
que integram a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovaram,
nesta quarta-feira (27), o projeto de lei que estabelece que os povos indígenas
só têm direito ao usufruto exclusivo das terras que já ocupavam ou
reivindicavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da atual
Constituição Federal.
Incluído
no Projeto de Lei (PL) 2.903/2023, analisado durante a reunião deliberativa que
o colegiado realizou hoje, o chamado marco temporal para demarcação de terras
indígenas recebeu 16 votos favoráveis e dez contrários. Ao fim de mais de
quatro horas de debates, os parlamentares também aprovaram o envio do PL ao
Plenário do Senado em regime de urgência.
Na
última quinta-feira (21), o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, por 9 votos
a 2, que é inconstitucional limitar o direito de comunidades indígenas ao
usufruto exclusivo das terras outrora ocupadas por seus povos em função da data
em que a Constituição Federal passou a vigorar.
A
Corte retomou nesta tarde, a análise de outros aspectos relativos à demarcação
de terras indígenas não apreciados na semana passada, como a possibilidade de
indenização a particulares que adquiriram terras de “boa-fé” e se o pagamento
seria condicionado à saída de proprietários das áreas indígenas.
Além
do marco temporal, já considerado inconstitucional pelo STF, a possibilidade do
pagamento de indenizações e outros aspectos analisados pela Corte estão
contemplados no PL 2.903. Para senadores favoráveis ao texto que a CCJ aprovou
hoje, a decisão do STF não tira do Congresso Nacional a prerrogativa de
legislar sobre o tema.
“A
Constituição Federal é muito clara em relação às competências do STF e do Poder
Legislativo. Não dá para alguém vir aqui no Senado e sustentar em seu voto que
o Parlamento brasileiro está desafiando uma decisão do STF”, comentou o senador
Marcos Rogério (PL-RO), relator do PL 2.903 na CCJ.
Já os
deputados contrários à tese do marco temporal criticaram a legalidade da
proposta aprovada. “É preocupante a CCJ do Senado persistir na intenção de
legislar com entendimento contrário aquele consagrado com repercussão geral
pelo STF. Parece não fazer sentido essa adoção. Ao menos não na seara de um
projeto de lei. Se ainda fosse uma proposta de Emenda à Constituição [PEC]
faria sentido confrontar o entendimento consagrado pelo STF, com repercussão
geral”, ressaltou o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), somando-se a
parlamentares que acreditam que a iniciativa será invalidada pelo Poder
Judiciário.
Emendas
Antes
da votação do PL, o senador Marcos Rogério apresentou seu parecer sobre as
emendas que senadores apresentaram ao projeto original. Rogério defendeu a
rejeição de todas as 49 sugestões de modificações do texto, entre elas a que
tentava reverter a autorização para o cultivo de organismos geneticamente
modificados em terras indígenas.
“Se o
cultivo destes organismos é autorizado em qualquer lugar do Brasil, não
permitir isso em terras indígenas seria inclusive violador do princípio da
igualdade”, argumentou o relator antes de justificar seu veto à proposta que
defendia que o “excepcional contato com povos isolados” só fosse autorizado a
prestadores de auxílio médico, “em caso de risco iminente”, e com a
intermediação da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
“Não
se pode excluir a necessidade de contato com povos isolados, inclusive por
motivo de relevante interesse nacional, guerras externas ou necessidades
inadiáveis, por exemplo”, disse o senador.
Rogério
também defendeu que as comunidades indígenas sejam autorizadas a explorar o
turismo em seus territórios, recomendando a recusa da emenda que propunha que a
possibilidade fosse excluída do projeto de lei. “O turismo em terras indígenas
vem sendo defendido até mesmo pela doutrina especializada em direito indígena”,
garantiu o senador, defendendo a aprovação de mecanismos legais que permitam “a
colaboração entre índios e não indígenas”.
Contrária
ao PL, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) criticou o texto aprovado pela CCJ.
“Ele fere frontalmente os povos indígenas do Brasil, sobretudo aqueles que
estão em situação de isolamento, ao permitir o acesso [a comunidades indígenas
isoladas] sem critério de saúde pública, sem respeitar aquilo que está
estabelecido hoje. Este projeto também premia a ocupação irregular [dos
territórios tradicionais reivindicados por povos indígenas], estabelecendo uma
garantia de permanência para quem está em situação irregular”, afirmou
Eliziane, sustentando que o projeto de lei, se aprovado em plenário e
sancionado, agravará os conflitos fundiários no país, “aumentando a violência
contra os povos indígenas”.
Alero aprova reestruturação e Plano de Carreiras dos servidores do Poder Judiciário de Rondônia
Os deputados estaduais da Assembleia Legislativa de Rondônia aprovaram, durante a sessão desta semana, dois importantes projetos que promovem mudanç
Vereador Everaldo Fogaça comemora retomada de obras de asfaltamento na Zona Leste de Porto Velho
O vereador Everaldo Fogaça (PSD) celebrou a retomada das obras de asfaltamento no bairro Jardim Santana, na Zona Leste de Porto Velho, como parte do
Diante da crescente dificuldade em atrair médicos e outros profissionais da saúde para atuarem na rede pública de saúde de Rondônia, apresento a pre
Deputada Federal Cristiane Lopes destina 250 mil para Casa Família Rosetta
A deputada federal Cristiane Lopes anunciou a destinação de uma emenda parlamentar no valor de 250 mil para a Casa Família Rosetta, instituição reco