Terça-feira, 28 de maio de 2024 - 18h30
A deputada
Ieda Chaves (União Brasil) fez uso da Tribuna na sessão ordinária da Assembleia
Legislativa de Rondônia (Alero) nesta terça-feira (28), para fortalecer o
"Maio Laranja", mês dedicado à conscientização e combate à violência
sexual de crianças e adolescentes no Brasil. De acordo com ela, é preciso ir
além de ações superficiais como vestir laranja e soltar balões, mas buscar
medidas concretas para garantir o desenvolvimento seguro e protegido desse
público vulnerável.
Segundo
dados da campanha Maio Laranja, a cada hora, três crianças são abusadas no
Brasil. Do total, 51% delas têm entre 1 e 5 anos de idade, e a maior parte dos
crimes é cometida por familiares e conhecidos (70%). "A gente vê que esses
números não baixam. Nossos índices continuam muito altos, e acho que isso é uma
responsabilidade de cada um de nós. É muito triste os relatos que a gente tem.
E a gente não pode só fechar o olho porque é triste", comentou.
Em
seguida, ela informou que, desde o ano passado, sua equipe de gabinete segue
com ações de conscientização junto às escolas em Porto Velho, não apenas no mês
de maio. Até o momento, 10 escolas já foram contempladas com palestras lúdicas
para que as crianças consigam identificar onde termina o carinho e começa o
abuso.
"A
partir do momento que a gente sai desses ambientes, saem crianças e vão até a
direção por se sentirem seguras e que elas podem falar ou coisas que elas até
não sabiam que era proibido", relatou Ieda Chaves. Os casos ainda são
baixos, pois apenas 7,5% dos crimes são denunciados, de acordo com o balanço da
campanha.
A
parlamentar também fez um apelo à população para o enfrentamento dessa
realidade. "Para que a gente possa um dia, se Deus quiser, que ela não
exista mais, mas que pelo menos a gente possa diminuir [os crimes]", disse
ela ao reiterar o apoio dos órgãos de fiscalização e defesa, como o Conselho
Tutelar, Poder Judiciário, Ministério Público, entre outros, na defesa da
criança.
Feminicídio
Ao final,
Ieda Chaves lembrou que deve haver ainda uma preocupação em relação ao
feminicídio, ao lembrar do crime cruel ocorrido no último sábado (25), na
capital. Um homem invadiu a casa da ex-esposa e atirou contra ela e um amigo do
casal. Segundo relatos dos policiais que atenderam a ocorrência, o crime
aconteceu na frente da filha da vítima com o suspeito, de quase dois anos de
idade. A criança foi encontrada ao lado do corpo da mãe.
"Um
ser humano deplorável tirou a vida simplesmente porque a mulher não queria mais
estar com ele. Todo mundo tem o direito de não querer, porque alguém se acha
dono de alguém. Essa luta não é só das mulheres, dos homens, de todas as
pessoas de bem. Precisamos diminuir esses números alarmantes", concluiu.
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