Quinta-feira, 26 de outubro de 2023 - 14h37
A
deputada federal Rosana Valle (PL-SP) protocolou nas últimas horas um
requerimento que solicita ao ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, a
suspensão do Programa Nacional de Rastreamento de Embarcações Pesqueiras por
Satélite (Preps) e da portaria 310/2020, que estabelece critérios e requisitos
higiênico-sanitários para embarcações pesqueiras. A medida é necessária, segundo
a parlamentar, uma vez que inviabiliza a pesca artesanal no Brasil em
detrimento dos custos operacionais que envolvem as adequações previstas.
De
acordo com Rosana, os proprietários de embarcações em todo País terão que, a
partir de 2024, arcar com gastos adicionais para atuarem de forma legal - o que
pode prejudicar consideravelmente a categoria. A deputada lembra que,
atualmente, os pescadores já arcam com o sistema de controle por GPS, que emite
sinal a cada dez minutos, com um custo médio de R$ 10 mil, além das manutenções
mensais.
Nesta
5ª feira (26/10), um grupo com quase cem pescadores, provenientes de todas as
regiões do Brasil, deve se reunir com o ministro André de Paula, em
Brasília-DF, para cobrar a derrubada dessas medidas.
Dados
do Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP) apontam que no Brasil existem
mais de 1 milhão de pescadores artesanais credenciados. Segundo o Ministério da
Pesca e Aquicultura, deste total, 460 mil estão no Nordeste, e 370 mil, no
Norte, incluindo indígenas, mulheres negras, comunidades caiçaras,
marisqueiras, jangadeiros, vazanteiros, ribeirinhos, extrativistas, pescadores
quilombolas.
No
entendimento da deputada do PL-SP, a suspensão do programa de rastreamento de
embarcações por satélite e a revisão da portaria 310/202 é fundamental para a
sobrevivência de milhares de famílias que dependem da atividade de pesca no
País:
“Essas
adequações previstas sobrecarregam os pescadores. Para se ter uma ideia, apenas
o GPS já representa mais que os ganhos de milhares de famílias. Vou acompanhar
de perto o desenrolar desta pauta com os pescadores de todo o Brasil, pois isso
pode colocar um ponto final na atividade profissional e na vida de milhares de
trabalhadores”, reforça Rosana Valle.
Em
seu requerimento, a parlamentar sugere que o Ministério da Pesca e Aquicultura,
após suspensão temporária da portaria 310/2020, faça uma revisão ampla e
colaborativa dos critérios estabelecidos:
“Durante
esse período, é fundamental envolver as partes interessadas, como pescadores,
associações do setor, especialistas em Saúde Alimentar e representantes do
governo federal. É preciso avaliar os impactos reais da regulamentação e
identificar possíveis soluções que conciliem a segurança alimentar com as
necessidades do setor pesqueiro”, complementa.
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