Terça-feira, 12 de novembro de 2024 - 18h28
Oito deputados
estaduais de Rondônia e vários outros parlamentares da região, que fazem parte
do Parlamento Amazônico, se reuniram na manhã desta terça-feira (12) em
Brasília, com o diretor Geral do Dnit, Fabricio Galvão, para tratar sobre as
obras na BR-319, além de outras grandes demandas no estado, como a construção
da rodovia Expresso Porto na capital, além de melhorias nas BR-319, 422 e 435.
Participaram do encontro Delegado Camargo, Affonso Cândido, Luís do Hospital,
Pedro Fernandes, Laerte Gomes, Lebrinha, Delegado Lucas e Ezequiel Neiva.
O
diretor-geral do DNIT, Fabrício Galvão, confirmou que a ligação entre Porto
Velho e Manaus é uma grande prioridade de sua gestão e do Governo Federal, mas
deixou claro ainda há grandes impasses, mas atualmente o que ele chama de componente
indígena, é um fator complicador, principalmente a partir de intervenção do
Ministério Público Federal.
O asfaltamento
da 319 dominou a maior parte da reunião e foi motivo de apoio de todos os
parlamentares do Parlamento Amazônico. Assuntos regionais também foram
tratados.
Fabrício
Galvão destacou inicialmente que a conclusão da obra é importante até mesmo
para que seu órgão fique na história. “Eu, como servidor da casa, tenho todo o
interesse que a 319 aconteça por uma questão do trabalho nosso de engenharia,
de marcar o nome da gente de alguma forma na história. Então, desde que eu
cheguei, que trabalhamos para que ela aconteça. A gente chegou aqui, tem uma
licença prévia, e a gente tem vários estudos que tem que ser feitos até chegar
no licenciamento final. O caminho é longo, mas estamos fazendo todos esses
estudos ambientais, de flora, de fauna, flora indígena e apresentando ao Ibama
e tentando que um dia a gente consiga ter essa aprovação para licitar. Isso a
gente está falando aqui do trecho do meio”, pontuou.
O diretor
destacou também que o Dnit teve que refazer algumas ações, para que o processo
caminhasse. “O trecho C, que a gente chegou aqui, estava com aquele contrato
meio parado, meio sem andar. Conseguimos rescindir, relicitar e contratamos.
Até o presidente Lula foi lá, deu a ordem de serviço. Então, nesse mês agora de
novembro, a gente já vai começar a ver a movimentação. A turma já está
mobilizando para iniciar. O trecho C já é emblemático, mas vamos avançar e ter
uma perspectiva de conseguir uma licença lá no trecho do meio. Acho que essa é
a nossa expectativa. Fácil, eu diria que não é. Pelo nível de exigência do
licenciamento, pelas conversas que a gente vem tendo lá”.
Ele destacou
então a grande dificuldade do momento. “Se você disser, Fabrício, qual seria o
mais difícil para você hoje? Seria o componente indígena. Porque os estudos de
componente indígena, hoje, a gente tem um termo de referência da Funai para
percorrer, acho que cinco comunidades indígenas. Mas o Ministério Público
entrou com a ação pedindo para reverter isso, transformar isso em 49. Aí você
imagina em quanto tempo eu vou ouvir 49 comunidades indígenas e conseguir uma
licença deles para que isso permita a obra. Nunca, sinceramente, nunca. Eu digo
porque em Alagoas, a gente tinha quatro comunidades que já não eram mais
comunidades como tem na Amazônia. Agora eu licitei e estou começando as obras.
Você imagina 49. Se a gente conseguir manter, pelo menos, o licenciamento da
comunidade indígena do jeito que está hoje, que é como a Funai apresentou para
a gente, eu acho que a gente consegue superar. Hoje o entrave está nisso,
maior. Os entraves são vários. Mas se você disser, Fabrício, qual você acha o
mais difícil dos entraves? Hoje, o componente indígena”, indagou.
Mesmo assim, o
diretor-geral do Dnit garantiu que apesar desses impasses, o trabalho pelas
licenças continua. “Tudo a gente vem fazendo. Projetando as passagens de
fauna, as travessias. A gente vem tentando cumprir com tudo que o Ibama. Só que
isso fica indo e voltando. Porque quando a gente avança no projeto ambiental,
isso interfere no projeto da obra. Aí eu tenho que voltar para a obra para
ajustar o projeto de engenharia. Porque se o cara pede uma passagem de fauna,
eu tenho que voltar para incluir uma passagem de fauna, mexer nas eras de
ponto. Então, assim, a gente está tentando. Está construindo. Vocês podem ter
certeza que, assim, agentes do Dnit, Ministério do Transporte e o Governo
Federal, como um todo, não vai desistir da BR-319”, disse.
Outras
demandas
Os deputados
rondonienses também fizeram reivindicações de forma isolada. Laerte Gomes e o
futuro prefeito de Ji-Paraná, Affonso Cândido se manifestaram pedindo pela
manutenção de uma ciclovia na BR-364, o que já foi atendido, bastando ajustes
com a diretoria regional do Dnit. Ezequiel Neiva fez reivindicações pela
manutenção na BR-435 e a retirada de três grandes curvas que causam muitos
acidentes.
“É uma rodovia
importantíssima para a região do Cone Sul em especial para os municípios de
Colorado, Cerejeiras, Cabixi, Corumbiara e Pimenteiras e é uma estrada que tem
muitas curvas, com três curvas perigosíssimas. Estamos brigando para que o Dnit
possa tirar essas curvas. Toda semana tomba caminhão lá, o prejuízo é muito
grande, morre gente”, disse Neiva. Outra reivindicação do parlamentar, foi pela
construção de rotatória em frente a usina.
O diretor do
Dnit se comprometeu prontamente com o pleito. Sobre as curvas já estão no
projeto para serem retiradas no próximo ano. A rotatória também será resolvida.
Ponte
para a Bolívia
O diretor do
Dnit também fez explicações sobre a situação da construção da ponte ligando
Brasil e Bolívia a partir de Guajará-Mirim. Segundo ele, é necessário aguardar
um posicionamento do Tribunal de Contas para se ter maior segurança jurídica
para dar início a obra, que também é prioridade da pasta e Governo Federal.
Boa
reunião
Para o
presidente do Parlamento Amazônico, Laerte Gomes, a reunião foi um avanço, uma
vez que o Dnit é o responsável por grandes obras viárias. “A questão do
Expresso Porto, que é uma vergonha, é preciso avançar e eu gostei da posição do
diretor-geral. Vou conversar com o DER de Rondônia para encaminhar o projeto,
para a gente avançar nisso, inclusive colocando recurso no orçamento agora,
procurar senadores e a bancada federal para isso. Em Ji-Paraná, precisamos
resolver o problema da ciclovia, que é importante, a questão da recuperação das
rodovias federais, das passarelas do período urbano. Na cidade, nós temos um
problema gravíssimo disso, de acidentes, com mortes, porque não tem passarela
para os nossos pedestres”, pontou.
Laerte destaca
ainda a posição sobre a ponte Brasil-Bolívia e também a questão das demais
rodovias federais de Rondônia. “Então, acho que foi muito importante. Vamos
esperar o relatório para ver como está o andamento das obras e continuar
cobrando, que é um papel também do Parlamento Amazônico”, disse.
Sobre a BR-319, após as explicações do dirigente do Dnit,
Laerte Gomes considera que é preciso avançar. “Acho que o grande objetivo aqui
foi o Parlamento Amazônico cobrar fortemente a questão da BR-319. Precisamos
superar tudo isso. Hoje a gente percebe que é prioridade para o Governo Federal
a construção, a reconstrução de onde já está construída e a pavimentação dos
locais que não estão ainda, mas que há problemas de ordem de órgãos de controle
da questão indígena com o Ministério Público, com os órgãos de controle. Eu
acho que tem que sentar todo mundo em uma mesa e a gente superar isso, porque
isso é bom para quem mora na Amazônia Legal”, finalizou.
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