Terça-feira, 23 de maio de 2017 - 18h36
Os agentes penitenciários e socioeducadores se movimentam em torno da audiência de conciliação entre o Estado e o sindicato que os representa, o Singeperon, que está marcada para a próxima sexta-feira (26), às 10 horas, na sede do Tribunal de Justiça de Rondônia (TJ/RO).
Servidores lotados nos municípios do interior do Estado estão mobilizados para se dirigirem à Capital em caravanas. Alugaram ônibus, vans e já programaram o horário da saída. Eles prometem “uma grande manifestação pacífica” em frente ao Tribunal, durante a audiência.
O Sindicato oficiou a Secretária Municipal de Trânsito (Semtran) solicitando o bloqueio da rua José Camacho, onde está situado o edifício/sede do TJ, “a fim de se evitar maiores transtornos à população, bem como para os manifestantes”.
“O objetivo é acompanhar de perto a audiência judicial e, logo em seguida, será realizada uma assembleia geral extraordinária, para deliberação sobre os encaminhamentos e resultados da audiência, inclusive sobre a greve que está suspensa até o dia 26”, informou o presidente do Singeperon, Sidney Andrade.
CONFIANÇA
O advogado do Sindicato, Gabriel Tomasete, avalia que a mobilização dos servidores aponta para uma confiança depositada na mediação do Poder Judiciário, já que perderam a fé nas tratativas que partem do Estado, devido os frequentes descumprimentos e falta de compromissos no que tange aos direitos dos trabalhadores.
"A audiência vem em boa hora. Por garantir segurança jurídica aos filiados e, especialmente, pelo perfil conciliatório do magistrado que a presidirá”, observou Tomasete se referindo ao Desembargador Roosevelt Queiroz Costa, que atendeu o pedido do Singeperon de mediação judicial, destacando, em sua decisão, que “é necessário que seja estabelecido diálogo entre o Estado e o Sindicato da categoria, a fim de que possam entrar em acordo acerca das reivindicações dos servidores”.
ANSEIO
O plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCR) dos servidores da da Secretaria de Justiça (Sejus) é um maior anseio da classe. Mas o processo para a implantação se arrasta há anos. Desde 2011 o Governo Estadual se comprometeu a confeccionar o PCCR, com a implementação de benefícios. No entanto, já passaram seis anos e esse plano não foi concretizado.
O Estado chegou a sinalizar que encaminharia o PCCR no último dia de expediente da Assembleia Legislativa, no final do ano passado. Entretanto, não cumpriu. E no início deste ano, o Singeperon voltou a buscar o diálogo. No entanto, mesmo quando conseguiu agendar reunião, não houve avanços nem encaminhamentos concretos por parte do Estado. Prazos chegaram ser definidos, mas também não foram cumpridos.
Sem um plano de carreira, com 12 anos de trabalho encerra a possibilidade de progressão dos servidores, o que faz com que os mesmos busquem outros concursos, pois os demais têm garantias e evoluções dignas. Ainda, ao se aposentar, o servidor perde 40% da sua remuneração líquida, com a retirada de adicionais previstos em lei. E irá trabalhar durante trinta anos para receber a quantia irrisória de aproximadamente 300 reais a mais que o seu salário inicial.
Fonte: Lucas Tatuí Libarino
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