Segunda-feira, 22 de maio de 2023 - 16h05
A equipe da plataforma de
abaixo-assinados Change.org se reuniu, na tarde desta quinta-feira (18), com o
Ministério das Mulheres para entregar seis petições que acumulam 160,2 mil
assinaturas em defesa de leis e novas políticas públicas relacionadas a saúde,
acessibilidade, segurança, justiça e trabalho das mulheres. A audiência foi no
Ministério.
O encontro foi com a ouvidora do
órgão Thaís dos Santos e com a assessora especial de Participação Social e
Diversidade, Atiliana da Silva Vicente Brunetto. O maior abaixo-assinado, que sozinho reúne 58.066 signatários, pede a aprovação
urgente da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 353/2017, que visa tornar o
crime de estupro imprescritível.
O segundo manifesto com mais assinaturas cobra medidas para a inclusão de
pessoas trans no mercado de trabalho. A mobilização engaja um montante de
32.125 apoiadores.
Já a terceira maior petição trata do Estatuto da Vítima. O Projeto de Lei 3890/20
esteve em debate, no ano passado, em comissões na Câmara dos Deputados e
aguarda novas análises. A medida tem o intuito de defender os interesses de
quem sofre diretamente danos físicos, emocionais ou econômicos ao ser vítima de
crimes, desastres naturais ou epidemias
“Levamos ao ministério o apelo da
sociedade em defesa das mulheres. Esta ação, simbolizada pela entrega dessas
seis petições, fará ressoar dentro do ministério a voz de mais de 160 mil pessoas
que lutam pelo aperfeiçoamento das nossas leis e pela elaboração de novas
políticas públicas às mulheres”, fala Monica Souza, diretora-executiva da
Change.org.
A quarta petição, que tem o apoio de 21.642 brasileiros, levanta a campanha
#RespeiteMeuPeito. O pedido é para que mulheres com câncer de mama em estágio
avançado tenham acesso, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), a uma nova classe de
medicamentos.
Já o quinto abaixo-assinado mobiliza 20.449 pessoas em todo o Brasil pedindo por
acessibilidade nas repartições públicas para que mulheres com deficiência
auditiva, surdas e com impedimento na fala consigam realizar denúncias e pedir
socorro em caso de emergência.
O último manifesto que foi entregue ao ministério aborda a campanha
“Acorda, Cinderela!”. A mobilização cobra maior prevenção e ações de combate
aos golpes aplicados com “drogas de estupro”, como o conhecido “Boa noite,
Cinderela” e ocorrências de intoxicação por gás. A petição solicita mudanças na
legislação para que a prática seja considerada crime.
Além dos membros da Change.org,
autores de algumas das petições estiveram presentes, como Maria do Carmo dos
Santos, porta-voz da mobilização do Estatuto da Vítima, presidente do
grupo “Vítimas Unidas” e ativista em Direitos Humanos; e Soraya Araújo,
especialista em Políticas Sociais, doutora e pesquisadora em saúde e sócia da
empresa Colabore com o Futuro - autora das campanhas #RespeiteMeuPeito e
“Acorda, Cinderela!”.
Também participou do encontro no
ministério, Victor Ludwig, um dos integrantes do grupo que lançou a mobilização
por acessibilidade a mulheres com deficiência auditiva.
“Foi uma reunião muito produtiva de
diálogo entre a da assessoria de participação social, a ouvidoria e as
lideranças da plataforma Change.org”, afirmou a ouvidora do Ministério das
Mulheres. “Todos os pedidos serão cadastrados na ouvidoria para o
encaminhamento e acompanhamento junto às áreas técnicas do Ministério das
Mulheres e também, caso necessário, para a articulação junto a ouvidorias de
outros Ministérios”, acrescentou Thaís.
Mutirão de entregas de petições
A audiência faz parte de uma ação
promovida pela organização Change.org para levar demandas dos brasileiros a
autoridades tomadoras de decisão no Governo Federal. No total, foram entregues
21 petições, totalizando 20,4 milhões assinaturas, a cinco ministérios.
“O objetivo dessa ação foi abrir
diálogo e espaço para que a manifestação pública dessas milhões de pessoas que
se mobilizam em abaixo-assinados na internet possa ressoar dentro dos gabinetes
do governo e provocar a ação das autoridades”, explica Monica Souza.
Nesta sexta-feira (19), o mutirão
foi encerrado pela manhã com uma audiência no Ministério do Meio Ambiente para
a apresentação de duas campanhas que acumulam 7,3 milhões de assinaturas em
defesa de dois biomas brasileiros - a Amazônia e o Pantanal.
As ações tiveram início na terça
(16), com duas audiências. Ao Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania
foram apresentados cinco abaixo-assinados que reúnem quase 6 milhões de
apoiadores em pedidos de justiça para vítimas fatais de racismo no País, de
direitos para pessoas trans e travestis, além de conclusão para o caso Dom
Phillips e Bruno Pereira.
Ainda na terça, uma grande ação
ocorreu no Ministério do Meio Ambiente para a entrega de sete petições ligadas
à causa animal, que reúnem 3,9 milhões de assinaturas. A audiência foi com a
ministra Marina Silva e com as organizações que lançaram as campanhas.
Já na tarde de quarta-feira (17),
um encontro foi realizado com o Ministério da Educação (MEC) para a entrega de
duas petições. Os abaixo-assinados acumulam 3,1 milhões de signatários em
defesa das universidades públicas e contra a proposta de taxação dos livros.
Na quinta, além da audiência no
Ministério das Mulheres, também houve uma reunião no Ministério da Igualdade
Racial. Os pais do adolescente João Pedro, morto em uma operação policial no
Rio de Janeiro, em 2020, também participaram para cobrar celeridade nas
investigações. No mesmo dia, completaram-se 3 anos do assassinato do
garoto.
Ao ministério foram
apresentados dois manifestos abertos na Change.org: “Justiça por João Pedro”, com 3 milhões de assinaturas, e “Justiça por
Miguel”, que reúne 2,8 milhões de signatários. Mirtes
Renata, mãe do menino Miguel Otávio, morto ao cair de um prédio em Recife (PE),
também no ano de 2020, falou em uma carta que foi apresentada ao
ministério.
Quem é a Change.org
A Change.org é a maior plataforma de abaixo-assinados e ativismo
digital do mundo voltada para a mudança social. Com mais de 500 milhões de
usuários em 196 países, a organização contabiliza uma vitória por hora em
abaixo-assinados online no planeta.
A missão da organização é empoderar
cidadãos para gerar mudanças a nível local, nacional e global. Como plataforma
plural, aberta, gratuita e independente, contribui com o fortalecimento da
democracia nos países onde atua. No Brasil, a Change.org está ativa desde 2012,
possui 40,9 milhões de usuários e acumula mais de 1,2 mil histórias com finais
felizes, provando que a união de vozes e o ativismo digital alcançam conquistas
que impactam vidas.
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