Soldados da Borracha participam de trabalho acadêmico

O sindicato dos Soldados da Borracha do Estado de Rondônia (Sindsbor), participou na noite da última sexta-feira (19) da apresentação de trabalho dos alunos do 9ª período do curso de Direito da Faculdade Católica de Rondônia (FCR),na Capital Porto Velho. Entre os temas abordados pelo grupo acadêmico vimos a grande publicidade que o governo da Era Vargas realizou para a “contratação” de 50 mil homens para ocupar a Amazônia e extrair a matéria prima das árvores, para combater a Alemanha na Segunda Guerra Mundial, os Soldados da Borracha.

História marcante que em breve será lançado um filme, o cineasta da Universidade Federal do Ceará (RN) e sua equipe, Wolnei Oliveira, esteve visitando a Capital Porto Velho (RO) para conhecer e gravar uma parte do seu filme que estará sendo lançado em 2018.

Soldados da Borracha com acadêmicos do curso de Direito da Faculdade Católica de Rondônia.

Com a Segunda Guerra Mundial no seu grande auge, os Estados Unidos tinham planos para invadir o nordeste, caso o governo do presidente Getúlio Vargas insistisse em manter o Brasil neutro no conflito, mas o estado de guerra se mostrou irreversível quando, a partir de maio daquele ano, aviões da FAB passaram a atacar qualquer submarino alemão e italiano que fosse avistado. O Brasil se uniu formalmente aos aliados, declarando guerra à Alemanha e Itália.

Cartaz de convocação durante o Estado Novo!

E é aí que a história dos bravos heróis esquecidos entra em cena, no mesmo período o presidente Getúlio Vargas assinou o Tratado de Washington com o presidente norte-americano Roosevelt, onde 50 mil homens foram convocados para deixar suas terras no Nordeste para garantir a produção de 45 mil toneladas de látex,  a matéria prima da das árvores Seringueiras, a árvore da borracha, muito rica na região amazônica. Neste período que surge o segundo ciclo da borracha na região e da lendária Estrada de Ferro Madeira Mamoré, que transportava a matéria prima até a cidade de Guajará-Mirim, para levar até o país vizinho a Bolívia, para enviar a borracha para os forças aliadas, para a produção de pneus, botas etc.

O vice-presidente do Sindicato dos Soldados da Borracha, George Telles de Menezes, vem lutando na justiça para que o governo brasileiro volte os olhos aos remanescentes que lutaram na Segunda Guerra Mundial e defenderam a Nação contra a Alemanha Nazista, acordo que não foi cumprido na Era Vargas e se estende até os dias de hoje.

George Telles e o advogado Dr. Antonio Augusto Souza Dias, estão na luta em defesa da categoria na Capital Federal e nos Estados da região Norte. O processo de número 00000737420104014100, encontra-se na coordenadoria de recursos especiais e extraordinários no Superior Tribunal de Justiça (STJ) em Brasília. George Telles também denunciou o descaso do governo brasileiro com em relação aos heróis esquecidos na Corte Interamericana dos Estados Unidos em Washington.

Todos os soldados da borracha e seringueiros que trabalharam na extração da borracha entre os anos de 1939 a 1945, no período da 2ª Guerra Mundial, têm o direito de ingressarem na Ação Judicial dos soldados da borracha junto ao Sindicato dos Soldados da Borracha (Sindsbor). Além disso,  viúvas e filhos de soldados da borracha também têm direito a indenização, no caso de falecimento do soldado da borracha.

Soldados da Borracha, cartaz de convocação!

Dessa forma o sindicato vem trabalhando judicialmente desde o ano de 2011 até os dias atuais, para que o resultado dessa batalha travada na justiça possa sair enquanto os remanescentes estejam vivos, para receber o que lhes foi prometido na Era Vargas, que segundo os soldados da borracha, o governo garantiu até o “céu”. A diretoria últimos anos realizou vários trabalhos dentro e fora do país em busca do reconhecimento da categoria.

Entre as denúncias e os trabalhos realizados em prol dos soldados do Eldorado o Látex temos:

– Denúncia sobre a negligência do governo brasileiro à Corte Interamericana dos Direitos Humanos em Costa Rica, em janeiro de 2013.

– Audiência de denúncia e entrega de relatório à Comissão dos Direitos Humanos da OEA em Washington nos Estados Unidos em março de 2013.

– Encontro com o ministro Gilberto Carvalho e entrega de abaixo assinado com reivindicações da categoria em Brasília em setembro de 2012.

– Audiência com vários ministros  em Brasília, onde foi apresentado denúncia das condições de vida dos soldados da borracha entre os ano de 2011 a 2014. Trabalhos realizados na gestão do vice-presidente George Telles de Menezes.

Informamos também que a Ação dos soldados da borracha está em pleno vigor tramitando na esfera da justiça federal com o nº  2010.41.00000084-5

Fonte:  George Telles