Terça-feira, 23 de maio de 2023 - 13h39
AGRO
O sucesso alcançado em cada ano
da Rondônia Show Rural, em Ji-Paraná, revela a força do agronegócio em Rondônia
seja para a economia, seja na política. A quantidade de autoridades no evento
demonstra quanto o setor é prestigiado e a sua influência nas políticas
públicas do setor agrícola rondoniense. O evento é, hoje, o maior do gênero da
Região Norte com expositores das principais marcas do mundo e com as melhores
tecnologias.
CONTRAPONTO
Não tem como passar despercebida
a reação do agro rondoniense em contraponto às políticas preservacionistas do
governo federal para toda a região amazônica. Em contato com produtores de soja
e pecuaristas, presentes ao evento, as críticas são ácidas ao presidente e ao
governo. Exatamente de um setor que depende muito de boas estradas, bons
subsídios e portos modernos que são de responsabilidade do governo federal.
ARMÍSTICIO
As comodities são importantes
para a balança comercial do país e imprescindíveis para alimentar a crescente
população mundial. Portanto, setor público e privado precisam de um armistício
para que as exportações de grãos e proteína animal não sofram restrições nos
mercados internacionais, uma vez que é possível desenvolver o setor primário
sem agredir o ecossistema de forma irresponsável.
DESAFIO
Enio Milane, novo Superintendente
da Delegacia Federal da Agricultura de Rondônia, assumiu o órgão ontem, por
indicação do MDB, com a missão de fazer um diagnóstico dos problemas no setor,
especialmente as propriedades embargadas judicialmente, para que seja
encontrada uma saída negociada que atenda aos interesses públicos e os
privados. É um desafio enorme cuja solução enfrenta entraves legais
dificilmente ultrapassados apenas com a saliva.
CRÍTICO
Ênio Milane é um conhecedor da
agricultura de Rondônia e especialista em produção de leite que organiza todos
os anos em Cerejeiras o maior evento estadual de gado leiteiro. Sempre manteve
relações políticas com o senador Confúcio Moura e sempre foi um dos mais
críticos às ações do ex-secretário estadual de agricultura, Evandro Cesar
Padovani. Agora, na condução da superintendência federal da Agricultura, tem a
chance de colocar em prática aquilo que sempre defendeu uma vez que passa de
crítico a ser criticado. No entanto, competência para as funções é o que não
lhe falta.
AVALISTA
A Federação da Agricultura e
Pecuária de Rondônia (FAPERON), presidida por Hélio Dias, disse que Milane tem
as condições políticas para buscar soluções aos impasses do campo em Rondônia.
O difícil não é apenas diagnosticar o problema, mas é, sobretudo, compatibilizar
erros administrativos e políticos do passado com as travas ambientais do
presente, onde a lei tem que prevalecer afetando famílias que há décadas foram
se apossando sem oposição em áreas destinadas à preservação.
DESENVOLTURA
Os dois principais nomes
atualmente especulados para uma eventual disputa ao Governo de Rondônia, Hildon
Chaves (prefeito da capital) e Sérgio Gonçalves (vice-governador), caminhavam
com desenvoltura na Rondônia Show Rural. Embora ainda seja muito cedo para
apostar em um prognóstico das eleições estaduais, ambos, nas caminhadas pelo
parque, foram recebidos como “pop stars”.
BELIGERÂNCIA
Ao que parecer, nas eleições
municipais do próximo ano, as eleições estaduais vão ditar quem dos dois
influenciará mais no pleito para pavimentar com maior robustez a disputa de
2026. Hildon Chaves e Sérgio Gonçalves são exemplos de jovens na política
rondoniense que conseguem romper aquela política cartorial chefiada por velhos
caudilhos que não souberam se reinventar nestes tempos de beligerância
ideológica. Mesmo não possuindo perfis agressivos, Chaves e Gonçalves surgiram
com força em meio a uma crise de lideranças que são linchadas eleitoralmente
país afora.
PAU
Diz do adágio que “pau que bate
em Chico é o mesmo que bate em Francisco”. Neste sentido, desde que a 13ª Vara
Criminal de Curitiba, conhecida mundialmente pela Operação Lava Jato, foi
exposta através de diálogos entre magistrado e promotores combinando atos
processuais vedados por lei, os escândalos não param de suceder. Pouco importa
quem seja o magistrado de plantão, a população espera que os julgamentos sejam
imparciais. O afastamento do atual titular da Vara, Eduardo Appio, revela,
supostamente, uma conduta, embora inversa, parecida com a do ex-titular, Sérgio
Moro. Pouco importa qual o destinatário das decisões, visto que o pau que bate
em Chico é o mesmo que estala nas costas de Francisco.
PERPLEXIDADE
A entrevista de Appio, concedida
ontem (23), na Globonews, reconhecendo que usava a senha LUL22, em razão de sua
insatisfação individual com a prisão de Lula por ele alegada injusta, causou
perplexidade nos meios jurídicos e políticos. A declaração, por si só, como
manifestação de um cidadão não é incompatível com os direitos fundamentais
escritos na carta magna, mas é frontalmente vedado por lei da magistratura
quando a opinião transcende a manifestação meramente pessoal e supostamente
contamina as funções adjudicatórias.
OBSCURIDADE
Desde que o magistrado Appio
decidiu dar luz à obscuridade da operação lava jato que sua vida profissional
vem sendo escaneada e posta à execração pública. Ainda assim conseguia
sobreviver ao “fogo amigo” no âmbito do Poder Judiciário. O problema é que
agora é denunciado exatamente por ter usado das funções para se passar por
outra pessoa e buscar informação de forma sub-reptícia contra quem se
confronta; ou seja, da forma igualmente obscura que tanto criticou. A 13ª Vara
de Curitiba está fadada a entrar para a história com os fatos mais ignominiosos
da justiça brasileira. Moro foi um ponto fora da curva, e Appio subjugou os
desafetos e se esborrachou na saída antes da curva.
CALOR
O verão rondoniense se antecipou
a maio com temperaturas em alta. E os ventos indicam mais calor tendendo a
aumentar a temperatura estadual, especialmente no espectro político. Olho
atento aos céus de Rondônia. E não são os balões de São João que se avizinham...
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