Terça-feira, 17 de outubro de 2023 - 13h16
CASSAÇÃO
Enquanto
todas as atenções no Tribunal Regional Eleitoral se concentram na Ação de
Investigação Judicial Eleitoral que pugna pela cassação da chapa de Marcos
Rocha e Sérgio Gonçalves por supostos atos vedados na lei eleitoral -
abuso de poder econômico pela prática ilícita de disparo em massa de mensagens
por WhatsApp e uso em campanha de servidores comissionados da Emater
-, eis que também tramita na mesma justiça outra investigação sobre extinção de
reserva ambiental (localizada entre Cujubim e Porto Velho) durante a eleição
para fins eleitoreiros com o condão ainda mais grave que poderá limar
definitivamente os mandatos do governador e vice, Marcos Rocha e Sérgio
Gonçalves, respectivamente.
FATOS
No
último dia 16, decisão proferida pelo corregedor do TRE, desembargador Miguel
Mônico, no âmbito da investigação nº 0602007-26.2022.6.22.0000, em desfavor de
Marcos Rocha e Sérgio Gonçalves, por suposta prática de abuso do poder
econômico e violação à legislação eleitoral, indica que a situação jurídica do
governador e vice está mais complicada do que aparentava. Os fatos narrados na
investigação revelam que supostamente a extinção ilegal de uma Reserva
Ecológica denominada Soldado da Borracha, por meio de decreto ainda no primeiro
turno das eleições governamentais, fora feita com o intuito de criar fatos
políticos favoráveis aos candidatos e que foram amplamente divulgadas por todas
as plataformas visando em tese angariar votos.
ILEGALIDADE
Nos
autos é fácil verificar que o decreto extinguindo a reserva ecológica ocorreu
de forma irregular porque tinha o objetivo de burlar uma decisão anterior do
Tribunal de Justiça do Estado que havia decretado a inconstitucionalidade de
uma lei aprovada na Assembleia Legislativa no mesmo sentido de acabar com a
mesma reserva para atender os interesses inconfessáveis de fazendeiros e
grileiros. Há desconfiança, inclusive, que entre os interessados na área
figurem políticos envolvidos. A extinção em plena campanha eleitoral e com
ampla exploração em grupos de WhatsApp revela que seu conteúdo é vedado por lei
eleitoral.
REQUERIMENTOS
Visando
instruir o processo o relator requereu ao Governo do Estado informações
preciosíssimas que podem corroborar com as investigações, entre elas, a íntegra
de todo o processo administrativo que deu origem à edição dos decretos, bem
como os estudos preliminares, multidisciplinares e os pareceres ou as
manifestações das unidades técnicas e jurídicas consultadas para a edição das
referidas normas de criação e extinção da Estação Ecológica Soldado da
Borracha. Além da metodologia, laudo, base de cálculo e nome dos técnicos que
concluíram pelos valores de 3,274 bilhões para fins de indenizações. Significa
que não apenas o governador, supostamente responsável pelos atos abusivos, mas,
também, técnicos que atestaram a presumida legalidade dos atos podem ser
igualmente penalizados. Foram requeridos ainda os nomes dos possíveis
proprietários, posseiros ou interessados em colocar a mão nessa
bufunfa.
FRAUDE
A
requisição judicial inclui todos os estudos e pareceres técnicos que apontaram
as alegadas nulidades do processo administrativo de criação da Estação
Ecológica Soldado da Borracha e da expedição do Decreto n. 22.690/2018,
expressamente consignado no Decreto Estadual n. 27.565/2022, assim como as
portarias de designação e os estudos que fundamentaram a extinção, com nome de
cada servidor. Tal requerimento pode vir a dirimir a dúvida de eventual fraude
nos estudos que culminaram com a extinção da reserva.
ESPECIALISTA
Não
adianta os réus dessa ação, Marcos Rocha e Sérgio Gonçalves, se esquivarem nas
respostas dos requerimentos feitos com alegações dúbias ou ambíguas uma vez que
o relator (Miguel Mônaco) da Ação de Investigação dos fatos aqui revelados é um
dos maiores especialistas do Direito Ambiental. Além de conhecedor da matéria, é
um estudioso do ambientalismo com reconhecimento nos principais fóruns mundiais
da área. Não precisará muito de assessoria para compreender o que foi feito,
valorar as provas e concluir com segurança o voto a ser apresentado ao plenário
do Tribunal Regional Eleitoral.
ICMS
Este
final de ano as notícias não são boas para o governador Marcos Rocha, embora a
Assembleia Legislativa tenha saído mais desgastada do que o Governo na
aprovação, e depois desaprovação, do aumento de ICMS ao ampliar a carga tributária
para o setor produtivo de Rondônia, o projeto de lei é de autoria do
governador. Em última análise, é o responsável direto por tentar arrochar ainda
mais o setor produtivo com uma carga extorsiva de imposto.
CHUTE
NOS GLÚTEOS
O
aumento de impostos tentado por Marcos Rocha afeta em cheio exatamente o setor
que mais votos deu a sua reeleição do governador, com o beneplácito da maioria
dos deputados estaduais que escalaram o deputado Alan Queiroz, “pau mandado do
governador”, para relatar em plenário o aumento do imposto. Um relato que
intelectualmente pode ser denominado de estelionato, embora o relator seja de
fato um parlamentar limitado (para não colocar um substantivo mais ácido) em
direito tributário. Revogaram o imposto criado em razão da pressão social, mas
foi um chute no bumbum dos próprios apoiadores.
HEURO
Como
esta coluna havia alertado uma ano atrás, a empresa vencedora do leilão
comemorado com pompa pelo governo de Rondônia na bolsa paulista para construir
o Heuro (novo hospital Pronto Socorro da capital) não teria as condições
contratuais para concluir a obra. Por diversas colunas alertamos sobre
problemas envolvendo outras obras, mas não serviram para que o governo adotasse
as cautelas necessárias na construção do Heuro. As desculpas burocráticas
adotadas pelo estado são meros atos que qualquer administração pública é
compelida a adotar se não é penalizada. O Heuro continua sendo uma miragem,
cada vez mais longe, como assim a coluna nominou ano passado.
REVELAÇÃO
Um
ano após as eleições estaduais começam a se revelar os meios fraudulentos
utilizados por alguns governadores para vencer o pleito. Num total
desequilíbrio de armas entre os concorrentes. Não se surpreendam caso apareçam
fatos mais absurdos do que os investigados atualmente. Um fio conduz a
outro...
CANHESTRAR
A
Assembleia Legislativa de Rondônia, depois de aprovar e desaprovar o ICMS,
aprovou outra aberração ao conceder título de cidadão honorífico ao premier
Benjamim Netanyahu, em plena guerra, alegando serviços prestados ao estado. O
mesmo estado que o premier nunca esteve e que tem em sua formação uma colônia
árabe enorme. É um título vergonhoso para os rondonienses, especialmente porque
Netanyahu, segundo dez entre os principais dez analistas políticos, deverá ser
defenestrado do cargo assim que a guerra cessar fogo, além de ser investigado
em Israel por malfeitos horrorosos. A concessão do título ao premier é uma
decisão canhestra do nosso legislativo. Tia Eunice, proprietária de uma casa
noturna na capital, seria mais digna de relevante comenda.
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