Terça-feira, 3 de dezembro de 2024 - 07h55
AGÊNCIA
Esta coluna já
criticou as agências reguladoras da capital não em razão da sua existência, uma
vez que são importantes para o acompanhamento dos projetos estruturantes e suas
fiscalizações, mas em razão da forma das indicações que foram feitas no apagar das
luzes da atual administração, particularmente a Agência Reguladora dos Serviços
Públicos de Porto Velho. Não é razoável indicar diretores sem a expertise nas
áreas para quais foram nomeados. Especialmente no final do mandato do prefeito
e dos vereadores.
IRREGULARIDADE
Na primeira grande
decisão dessa agência reguladora, ao prorrogar um contrato para manutenção da
nova rodoviária, o Tribunal de Contas do Estado foi obrigado a intervir
impedindo que se perpetrasse um ato supostamente eivado de ilegalidade. Isto
revela a princípio que os indicados não são qualificados para gerir o órgão.
Além de despreparados, se insurgem contra decisões emanadas da corte de contas.
SABATINA
Para tais cargos,
segundo manda a regra, os indicados deveriam ser sabatinados pelo Poder
Legislativo Municipal. Uma sabatina de verdade e não uma mera sessão
homologatória com discursos previamente acordados como forma de justificar as
inquirições. E foi exatamente isso que ocorreu com os indicados à agência,
atendendo a uma intromissão política do chefe do executivo municipal que mantém
sob seu jugo a maioria da edilidade.
LEGITIMIDADE
Não basta preencher
alguns requisitos legais para cargos sem que o ato político da indicação seja
legítimo. Portanto, não há que se falar que os atuais indicados para a Agência
de Serviços Públicos possuem legitimidade para cumprir um mandato de quatro
anos por imposição de um prefeito em final de mandato com o único intuito de
impedir que o prefeito eleito faça as indicações.
BIRRA
O prefeito Hildon
Chaves deveria ser o primeiro a evitar cometer uma impropriedade política e
administrativa ao indicar amigos nos últimos meses de governo para um órgão tão
importante para a administração municipal como é a agência reguladora. Ele
deveria também se inspirar na atitude nobre adotada pelo ex-prefeito Mauro
Nazif que fez uma transição sem sobressaltos nem armadilhas. Por simples birra
o atual prefeito impõe ao sucessor nomes de sua confiança que podem criar
problemas à nova administração.
RODOVIÁRIA
Esta coluna assentou
que ninguém de bom senso deixará de reconhecer que a Rodoviária da capital é a
obra que marca com brilhantismo a gestão de Hildon Chaves. Por ser magnífica,
arrojada e moderna, ficará na memória dos munícipes e Hildon sempre será
lembrado por ter sido o idealizador da obra. Mas é preocupante, para não dizer
mesquinho, inaugurar em afogadilho uma estrutura tão complexa sem que esteja
totalmente finalizada.
ACORDO
É compreensivo que
Hildon queira inaugurá-la, mas não é razoável que faça uma festa nesse sentido
sem que a obra esteja pronta para que funcione plenamente no dia seguinte, e
colocando em risco a segurança dos usuários. Os dois prefeitos deveriam
sentar-se, fazer um acordo e entrar em consenso para que a inauguração seja um
grande evento com a grandeza que se espera de lideranças da qualidade de ambos.
Embora adversários.
VAZAMENTO
A última operação
policial que afastou um dos principais auxiliares do governador Marcos Rocha
por supostos malfeitos, ao que tudo indica, era esperada no âmbito do Governo
de Rondônia. Há suspeitas que o vazamento chegou ao conhecimento do governador
que, um dia antes, reuniu os secretários para passar um pito sobre eventuais
malfeitos. Sabia-se inclusive qual o alvo e o alcance das investigações, prova
disto é que a mãe do investigado publicou na véspera da operação um vídeo
falando sobre os problemas judiciais que o filho afastado do cargo estaria
prestes a enfrentar. O que ninguém ainda sabe "oficialmente" é de
onde partiram as informações vazadas.
DIGITAIS
Pelo que foi
publicado, é uma investigação ainda em andamento que deve redundar em mais uma
fase para averiguação de supostos envolvimento de políticos nos fatos
investigados. São fatos que podem puxar um fio condutor com desdobramentos mais
complexos do que imaginamos. A coluna ouviu a especulação de alguns nomes que
constam nesse rol supostamente criminoso por maledicência de desafetos, mas um
deles, citado em ‘off’, teria deixado digitais. A ver o que vem por aí.
ACÓRDÃO
O Consórcio
Intermunicipal da Região Centro Leste do Estado (CIMCERO), que já levou vários
prefeitos a responderem por atos irregulares, descumpriu uma determinação do
Tribunal de Contas referente ao Pregão Eletrônico nº 11/2021, e em razão disto
levou o órgão a multar os prefeitos de São Felipe, Colorado, Ministro
Andreazza, Mirante e Novo Horizonte. Foram multas pequenas, mas indica que cada
vez que esse consórcio é avaliado pelos órgãos de controle as irregularidades
aparecem. Significa dizer que os problemas não vão parar apenas nas multas.
CANDEIAS
Nenhum outro
secretário municipal de saúde em Rondônia utiliza mais os recursos do que o de
Candeias do Jamari. O que não se sabe é se tais recursos estão sendo bem
investidos na saúde da população e de forma correta. Como os dados no portal de
transparência dos municípios não estão atualizados, é impossível por enquanto
verificar onde estão sendo gastos.
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