Terça-feira, 25 de abril de 2023 - 16h41
ENTREVISTA
Depois
de pouco mais de três meses recolhido da atividade parlamentar para se dedicar
a responsabilidades familiares, o senador Marcos Rogério (PL), em entrevista a
um veículo de comunicação em Vilhena, avaliou os motivos pelos quais foi
derrotado no segundo turno para o governo de Rondônia pelo coronel Marcos Rocha
(UB). Entre outras razões, justificou que muitos eleitores alegavam votar no
adversário porque queriam que ele (Marcos) permanecesse no Senado
Federal.
SOBERBA
Marcos
Rogério confirmou que optou em não estabelecer alianças com outras forças
políticas seja no primeiro, seja no segundo turno. Aproveitou para alfinetar o
governador Marcos Rocha ao declarar que para vencer teve que colocar ao lado
pessoas que o atacaram duramente, embora reconheça que governaria com outras
forças políticas. Ao não dialogar, recebeu críticas pela decisão adotada na
campanha e que muitos avaliam como sendo um dos principais motivos da derrota e
que comprovou o lado soberbo que os adversários sempre realçam no
senador.
OPOSIÇÃO
Aproveitou
a entrevista para se dirigir aos bolsonaristas e informar que se manterá fiel
ao discurso extremado contra o governo do presidente Lula. Reafirmou que, no
Senado, vai estar na oposição, e classificou o início da administração de Lula
de desgoverno. Confirmando seu lado belicoso contra Lula, creditou culpa pelos
buracos nas rodovias federais, apesar de apenas quatro meses na condução da
administração pública. Anunciou que em junho volta ao Senado com a mesma linha
beligerante contra os petistas.
SINALIZAÇÃO
Pela
entrevista, Marcos Rogério sinalizou que será candidato à reeleição ao
descartar a especulação feita pela mídia nacional sobre uma eventual
candidatura de Bolsonaro ao Senado por Rondônia. Especulação que esta coluna
também refutou ao citar em avaliação passada.
CONSERVADORISMO
O
eleitor rondoniense é historicamente conservador, especialmente no interior,
onde predomina uma migração sulista e do sudeste. Isto não foi impedimento para
eleger majoritariamente governadores do espectro do centro (Moura, Raupp e
Bianco). Com a ajuda de administrações municipais desastrosas dos petistas,
deslocou-se para a direita e, em seguida, boa parte para a extrema direita.
Municípios polos como Jaru, Ouro Preto, Ji-Paraná, Cacoal, Guajará-Mirim e
Porto Velho, governados pelo PT, foram tão mal avaliados que impediram o
surgimento de novas lideranças, justa ou injustamente. Ao jogar no lixo êxitos
sensacionais nas urnas, os petistas terminaram contribuindo para que o eleitor
conservador de Rondônia demonizasse o partido e os seus candidatos. Daí o salto
em direção contrária.
CAPITULAÇÃO
Mas
o fato é que os erros destas administrações colaboraram para que Rondônia
refutasse qualquer candidatura mais progressista. Isto fez com que muitos
democratas readequassem o discurso em direção ao extremismo de direita para
poder vencer algum pleito. Não é o caso do senador Marcos Rogério que, eleito
inicialmente pelo PDT, partido mais à esquerda, sempre flertou com o campo conservador
e, atualmente, aposta nesta linha extremada para manter o mandato em 2026. O
governo não pode contar com sua eventual capitulação.
PL
Quanto
à defenestração da direção estadual do PL para o senador Jaime Bagattoli, ele
confirma que não foi avisado, conforme divulgou esta coluna na época. Contudo,
adiantou que mantém relação amistosa com o colega de Senado e espera que o
partido esteja pronto para as eleições municipais do ano que vem ao lembrar que
caberá ao Bagattoli a obrigação de estruturar a legenda para as eleições.
Quanto à permanência no PL, disse que ainda vai avaliar o cenário ao retornar
às funções em junho, final da licença.
IMPROPÉRIOS
Ao
que tudo indica o deputado estadual delegado Rodrigo Camargo (Republicanos) tem
o senador emedebista Confúcio Moura como principal alvo da sua fúria política.
Ao abordar as questões ambientais, Camargo acusa o senador de mentir para as
pessoas que exploram economicamente em áreas de proteção legal. Não é a
primeira vez que o deputado açula o senador. Também não é a primeira que ataca
Confúcio Moura por regulamentar via decreto as onze áreas que o próprio
legislativo destinou para preservação ao votar a lei ambiental. Por enquanto, o
senador tem ignorado os impropérios do deputado.
SAGACIDADE
Confúcio
Moura é um político com uma larga experiência na disputa eleitoral e de uma
sagacidade apurada que sobreviveu ao tempo exatamente por saber desobstruir do
seu caminho os adversários de plantão, incluídos aí aliados de longas datas.
Conhece como ninguém os bastidores e sabe manipular com maestria os meios para
sagra-se vencedor nos fins. O delegado Camargo, seu mais novo predador, que se
cuide porque Moura quando é acuado busca um atalho seguro para contra-atacar os
desafetos que colocam obstáculos na caminhada.
RECONHECIMENTO
A
coluna abre espaço para registrar o passamento para o andar de cima de duas
figuras ilustres que nos deixaram neste andar de baixo. Zuza Carneiro e José
Neumar, cada qual com suas peculiaridades, ajudaram a escrever a história
rondoniense. O primeiro, mestre dos grandes eventos, soube modernizar o
colunismo social com tiradas inteligentes e saindo daquela mesmice
do elogio fácil para afagar o ego dos “bacanas” de ocasião. Além de um
excelente profissional, Zuza era figura amável, agradável e de bom caráter. Já
o segundo, um militante que nunca arredou um milímetro das convicções, mesmo
quando elas eram difíceis de convencimento, apesar de radicalizar na defesa
daquilo que acreditava ser o ideal, mesmo sendo utópico. Neumar era um
gentleman no trato com aqueles que com ele divergiam.
MEMÓRIA
Nas
mesas do antigo Bangalô, bar que nos anos 80 e 90 reunia toda espécie de gente
na capital, Neumar e Odair Cordeiro eram os únicos petistas que a direita
sentava na mesma mesa para travar uma boa discussão sem as ofensas mútuas que
hoje enchem os espaços das mídias sociais. E Zuza, com seu colunismo
vanguardista, reportava tudo no dia seguinte em sua festejada coluna. Faço esse
registro em homenagem à memória de Rondônia nem sempre justa com figuras
ilustres que ajudaram a escrever nossa história.
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