Terça-feira, 26 de março de 2024 - 14h24
JIPA
Não causou nenhuma surpresa à coluna a nova operação da Polícia
Federal no município de Ji-Paraná que apura supostos desvios de conduta do
prefeito Isaú Fonseca, vereadores, inclusive seu filho, entre outros agentes
públicos e privados.
AVISO
Quem acompanha a coluna lembra que mês passado este cabeça chata
avisou que março seria um mês de barulho político e policial. Apontamos os
municípios de Ji e Guajará como possíveis alvos, uma vez que acompanhamos nos
bastidores os pedidos formulados pelos órgãos de controle relativos a
inquéritos e dilação de prazos investigatórios. Em ambos ocorreram tais
pedidos, o que nos levaram a deduzir que eventuais malfeitos estavam sendo
esquadrinhados. A experiência no jornalismo investigativo nos permite
interpretar a extensão das investigações quando não são arquivadas. E diz o
adágio: onde tem fumaça, siga os sinais, que tem fogo.
AFASTAMENTO
É a segunda vez que o prefeito de Jipa é afastado. Na primeira,
ficou mais de ano fora e retornou recentemente por força de questões meramente
processuais. Desta vez, ano eleitoral, o afastamento tem condão de provocar
danos eleitorais que no momento são difíceis de mensurar, embora haja. Segundo
relatos em off, a coluna apurou que a extensão das investigações vai muito além
do que veio à tona nessa fase e que, provavelmente, os desdobramentos podem
exigir novas incursões policiais a alvos ainda não identificados.
IMBATÍVEL
Pesquisas de origem duvidosas colocam o Isaú Fonseca com um certo
favoritismo para um segundo mandato. Ao retornar do primeiro afastamento, o
prefeito exonerou em ato administrativo único todos os auxiliares do primeiro
escalão nomeados pelo vice-prefeito. E o fez de forma brusca e forte para
demonstrar força. Sequer aguardou um dia para requerer relatórios das ações em
andamento para que não tivessem descontinuidade. Isso, num estado com características
históricas de autoritarismo, fez com que o prefeito novamente afastado se
apresentasse ao eleitor médio como uma espécie de injustiçado que é capaz de
renascer das cinzas mesmo que este borralho seja o resto do que é possível
abominar na vida pública. Ademais, pesquisas captam apenas o momento em que é
feita e, o atual momento, não é bom para Isaú Fonseca.
ASSEPSIA
Que os problemas judiciais enfrentados pela administração
municipal de Ji-Paraná sirvam de exemplo para o município de Guajará-Mirim, visto
que a prefeita Raíssa Bento, também afastada, tenta retornar ao cargo com um
legislativo altamente contaminado com a beligerância do manda-chuva político do
município e esposo da prefeita, Antônio Bento. É público para todos que
era uma administração exercida por uma preposta a serviço político do marido.
Tanto em Guajará, quanto em Jipa, as relações familiares se chocam com os
interesses públicos. É hora de os municípios deixarem as páginas policiais,
cabendo ao eleitor fazer a sua parte nesta assepsia.
IMBATÍVEL
Relatos feitos por dirigentes estaduais de partidos dão conta de
que Isaú Fonseca seria imbatível para o segundo mandato. Mesmo diante dos
problemas policiais que levaram ao afastamento do cargo no executivo municipal.
Este cabeça chata não avalia da forma como analisam os burocratas partidários,
uma vez que na política e na natureza água mole em pedra dura tanto bate até
furar. E o furo sempre é em larga escala.
COMITIVA
Quem testemunhou o encontro da comitiva do PL rondoniense formada
pelo Senador Jaime Bagatolli, Marcos Rogério e Fernando Máximo a Rio Branco
(AC), durante a visita do ex-presidente Jair Bolsonaro, viu que foram
infrutíferas as tratativas da comitiva em convencer o ex-presidente a apoiar a
candidatura a prefeito de Porto Velho de Fernando Máximo pelo PL. A coluna
apurou que Bolsonaro avisou ao grupo que sobre o assunto quem trata é seu
filho, senador Flávio Bolsonaro. O mesmo que andou várias vezes por aqui numa
agenda particular com a família da pré-candidata Mariana Carvalho. A comitiva
retornou a Rondônia sem a aprovação de Bolsonaro para o ingresso de Fernando
Máximo ao PL.
BARRADO
Isto significa dizer que Máximo, candidato pelo PL, é uma
possibilidade ainda distante. A filiação ao PL tende a ser barrada porque
Flávio Bolsonaro prefere como candidata a prefeita da capital rondoniense, a
filha de Aparício Carvalho. O resto é especulação sem nexo real.
ABUSO
Como Mariana Carvalho é uma pré-candidata da capital a prefeita,
publicamente assumida, não pegou bem para a Câmara Vereadores convidá-la
para compor a mesa numa sessão ordinária. Abuso em pré-candidaturas também são
puníveis na forma da legislação eleitoral. Aliás, o senador Sérgio Moro está
correndo o risco de perder o mandato senatorial no dia 1º abril
(coincidentemente Dia da Mentira) exatamente por abuso na pré-campanha.
EDILIDADE
Falando em Câmara Municipal, parte desta edilidade de Porto Velho
está se notabilizando mais por dar trabalho na vida pessoal do que pelos
trabalhos no mandato. Uma limpa naquela casa não seria nada ruim para a
municipalidade. Seja nas urnas, seja pela lei. A ver!
ARMAS
É um mistério para a própria polícia estadual o desaparecimento de
um arsenal de armas do prédio da Polícia Civil em Ariquemes. É preciso
transparência nas investigações porque as armas podem estar por aí nas mãos de
quadrilhas organizadas. Fuzil modelo T4, calibre 5.56, revólveres Tauros,
Raging Bull, calibre 44, Espingardas 28, 12, 20, 16, 32, entre outras,
simplesmente desapareceram do paiol de quem deveria cuidar com mais cautela do
seu arsenal. Rondônia não pode tratar esta questão de forma simplória como um
furto qualquer para não sofrer num futuro próximo com os problemas na Segurança
Pública enfrentados atualmente pelo Rio de Janeiro.
FALÊNCIA
As informações oriundas das investigações sobre o assassinato da
vereadora carioca Marielle Franco significam a falência total daquelas
instituições de estado que estão carcomidas pelo crime organizado. O que está
sendo exposto pela Polícia Federal pode ser apenas um fio condutor de um novelo
de crimes enraizados nas estruturas do estado com a cumplicidade de
autoridades. Como diria minha avó, é o fim do mundo.
HEURO
Há dois anos esta coluna alertou que as obras do Hospital Heuro,
anunciadas com pompas no período pré-eleitoral, não passava de um engodo.
Antecipamos os problemas da empresa em outros empreendimentos, mas nada
adiantou e o processo de contratação seguiu em frente sem que as autoridades
responsáveis adotassem as cautelas para que a obra não se tornasse mais
um conto do vigário. Depois de desprezar os alertas, agora o Governo de
Rondônia quer se esquivar das responsabilidades e culpar apenas a empresa pelas
irresponsabilidades em todo processo. Sequer exigiram a documentação do
terrenos na licitação da obra. O Euro é uma miragem arquitetônica, conforme
informou esta coluna dois anos atrás. Todos os cronogramas da obra prometidos
pelo governador foram descumpridos. Não adianta agora desculpas esfarrapadas, a
população quer o Heuro.
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