Terça-feira, 14 de março de 2023 - 13h14
IPTU
Embora o desgaste
ainda não tenha sido mensurado, a demora do prefeito da capital Hildon Chaves
em suspender definitivamente o aumento no IPTU de Porto Velho provocou reações
ríspidas nas mídias sociais. Antes tarde do que nunca, o recuo aconteceu e o
bom senso prevaleceu com o prefeito enviando à Câmara Municipal um projeto
revogando o aumento anterior. O IPTU deste ano de 2023 será cobrado da forma de
2022, ou seja, aplicando, como correção, a inflação acumulada; sem aquela
correção pretérita que elevou o imposto a níveis estratosféricos.
PEGADINHA
Apesar do recuo, há
quem diga que o novo PL (Projeto de Lei) enviado aos edis para análise,
contenha suposta imperfeição legislativa em seu artigo 4º, que, por sua vez,
sugere o aproveitamento de parte da lei ora revogada para cálculo futuro do
Imposto sobre a transmissão de bens imóveis (ITBI). Ora, se o prefeito
reconhece que a lei aprovada pelos vereadores, sem debate nem uma leitura
adequada, é imperfeita e, portanto, pede a revogação, qual motivo insistir em
parte desta imperfeição em projetos legislativos futuros? Daí, há quem garanta
que seja uma pegadinha ou mesmo barbeiragem da assessoria do prefeito.
JURISPRUDÊNCIA
Ao que parece a área
fazendária da prefeitura da capital continua batendo cabeça ao encaminhar um PL
com riscos enormes de num futuro próximo passar a ser questionado na justiça
provocando mais polêmicas e custos ao erário. Isto porque a jurisprudência
sobre a matéria é vasta ao vedar aplicar no cálculo do ITBI base em referência
por ele estabelecido. Trocando em miúdos, as cortes superiores definiram que a
base de cálculo do ITBI é o valor de mercado.
MALDADE
Os assessores de
Hildon Chaves na área fazendária insistem em imputar ao contribuinte um ônus
acumulativo de impostos supostamente defasados, mesmo sem que o contribuinte
tenha dado causa. Ora, a defasagem somente agora apontada por órgãos de
controle ocorreu em razão da omissão dos agentes públicos e não por ato
espontâneo do contribuinte. Querer agora projetar uma dívida no futuro, mesmo
escalonada, com base na omissão pretérita, é no mínimo uma idiotice: seja no
campo político, seja na área tributária. A perversidade na política moderna não
comporta mais aquela máxima medieval de fazer a maldade de uma vez. Hoje, as
redes sociais, as mesmas que quebram os paradigmas, não deixa espaço para
alguns ensinamentos dos filósofos malvados. A reação é imediata, forte e
devastadora nas mídias sociais.
DESCONFIANÇA
Nos meios acadêmicos
há uma desconfiança de que em algum momento a Semfaz teria alterado os estudos
realizados por uma empresa contratada. A coluna tentou ouvir os responsáveis da
área, mas não logrou êxito. No entanto, caso seja verdadeira essa suposta
manipulação, a alteração é algo gravíssimo porque contamina todo o estudo e,
por consequência, a idoneidade dos números utilizados para a cobrança. Se
confirmada, o secretário mereceria ser exonerado. Não há nada mais danoso aos
estudos acadêmicos do que um trabalho com conteúdo alterado artificialmente.
Como é mera desconfiança, é uma boa oportunidade para os edis investigarem e
evitar que passem de novo vergonha ao votar uma lei sem melhor estudo e um
debate honesto.
VERGONHA
Para evitar voltar a
passar vergonha perante os munícipes, os vereadores da capital (serve para o
interior) deveriam procurar ajuda técnica aos órgãos competentes antes de
votarem projetos legislativos imperfeitos, especialmente os eivados de
inconstitucionalidades. A questão do IPTU da capital é apenas um exemplo que
não deveria voltar a acontecer.
SABIDOS
O eleitor está atento
a tudo e não vai perdoar o representante que vote em projetos para depois
voltar atrás com a justificativa de que fora enganado. Parlamento não é local
para ingênuos. Aliás, tem sido um local de gente muita sabida e sabida até
demais. Razão pela qual os percentuais de desaprovação da população são
elevados e consistentes por vários motivos nada animadores, inclusive o
despreparo.
FATURA
O partido Podemos foi
o único que reagiu firme contra o aumento desavergonhado do IPTU, apesar do
bate boca entre os dirigentes do partido e da prefeitura. Faturou em cima do
erro político. Os vereadores da legenda também colocaram a cara no debate e saíram
melhor do que os demais edis que aprovaram a malfadada lei.
PROTAGONISMO
Em situações
similares a OAB-RO - uma das instituições que encabeçaram o movimento contra o
aumento do IPTU - teria conseguido uma liminar imediatamente. Não foi o que
ocorreu - mesmo com a sinalização do prefeito em requerer a revogação da lei.
Ao analisar o mandado de segurança impetrado pela Ordem o relatou optou em
ouvir a parte interessada (Prefeitura) e abriu vista ao MP, apesar da comoção
que o fato causou nas mídias sociais mobilizando uma parte considerável da
população de Porto Velho. A ação manejada não surtiu o efeito almejado, visto
que o protagonismo atual da instituição não possui mais aquela força política
de outrora na defesa dos direitos humanos, da sociedade e da democracia. Em
breve voltaremos a este tema.
SUPRESA
‘De onde menos se espera,
daí que não sai nada”, esta frase cunhada pelo Barão de Itararé, um político e
frasista que fez história no passado, espelha com fieldade uma boa surpresa
engendrada silenciosamente e posta em prática pelo atual presidente da
Assembleia Legislativa de Rondônia, Marcelo Cruz. Assim que foi eleito,
provocando surpresa e desconfiança nos meios políticos, Cruz foi avaliado,
inclusive por esta coluna, como alguém sem o cabedal ideal para envergar a
presidência do principal poder político de Rondônia.
AUSTERIDADE
Eis que
surpreendentemente, dois meses após ascensão ao cargo, Marcelo Cruz tem
imprimido uma gestão audaciosa e austera com fito em cortes a gastos
perdulários, algo tido como normal entre os parlamentos
brasileiros.
IMAGEM
Com a forma firme que
tem demonstrado estar à altura do cargo e bem diferente da imagem que muitos
forjavam de si, inclusive este cabeça chata, Cruz decidiu colocar o dedo na
cumbuca dos inúmeros cargos comissionados e está exigindo que os pares indiquem
para nomeação pessoas com qualificação e compromisso com o trabalho. Pela
mudanças internas, nenhum nomeado vai cabular nas responsabilidades. A todos,
indistintamente, será exigida a presença no local nomeado e resultado nas
funções que forem designados. Principalmente aos protegidos bem conhecidos nos
bastidores dos poderes.
COMPROMISSO
Com diria o Barão de
Itararé: “O Brasil é feito por nós. Está na hora de desatar esses nós”. Marcelo
Cruz, tudo indica, começou o desate pelo Poder Legislativo Estadual. Uma
surpresa boa que ninguém esperava do nobre parlamentar e um exemplo a ser
seguido pelos demais poderes. Os nós do país têm soluções. É só querer
desatar.
OPERAÇÕES
Não tem passado
despercebido destas mal traçadas linhas as operações policiais contra os crimes
ambientais em Rondônia. Esta semana a PF visitou madeireiras no interior do
estado e descobriu um ‘laranjal’ bem frondoso. É apenas o fio da meada de um
rolo de linha a ser desvendado com tentáculos na expansão do soja no estado.
Uma coisa pode estar embricada na outra. Outra questão é a mineração ilegal. Em
Espigão, por exemplo, a extração de diamantes nunca foi contida, com a
complacência fundamental de caciques que optaram em se aliar aos criminosos,
enquanto a tribo passa privação.
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