Segunda-feira, 16 de outubro de 2023 - 17h59
Atento
aos acontecimentos da terra em que nasci, mesmo a distância
geografia que separa o Brasil dos Estados Unidos, a percepção de que as coisas
por aí estão se
agravando, estão difíceis. Conforme conversações
mantidas com interlocutores e amigos, a situação eh preocupante.
Alguns
empresários se
queixam que o coronel governador, quando menos se esperava, aprontou uma nova medida
objetivando arrancar mais dinheiro do exaurido contribuinte.
Até pouco
tempo atrás
existia um maior otimismo, que decorria da percepção realista que, apesar das
dificuldades, sob o aspecto de segurança jurídica a realidade era mais
tranquila.
Mesmo
com altos e baixos de vendas, o governo de Rondônia,
adotava um comportamento, e o discurso pró iniciativa privada dava um
alento maior aos empreendedores. Esta visão vem sendo desfeita de uns três meses
para cá.
Começou com
alguns dos setores de peças e de bebidas reclamando
das mudanças, mas
também se estendeu aos percalços que
as empresas de exportação e importação começaram a
ter, afora uma ameaça pendente de cobrança de
atrasados ou de limitação de reconhecimento de estoques.
De
qualquer forma, a economia de Rondônia dava sinais de ser
quase um oásis nos
problemas brasileiros. Agora, recebendo as últimas
notícias de
Porto Velho, fiquei estarrecido com o impensável
aumento de 17,5% (que nunca é só esta alíquota
modal, diga-se de passagem) foi, com a cumplicidade explícita
dos deputados e, às
pressas e na calada da noite, aumentada para 21%! Os empresários
sentiram logo a pancada no peito, mas a coitada da população somente vai
sentir, gradativamente, no aumento exorbitante do custo de vida constatada nos
elevados preços, que
extrapolam a realidade para consolidar o ridículo. A
medida engendrada nos labirinto do
gabinete palaciano, conforme denúncia do Sindicato Nacional
da Indústria
da Cerveja (Sindicerv), entidade que representa as empresas responsáveis
por 80% da produção de cerveja no Brasil, esclarece que,
com as mudanças,
Rondônia
ficará com a
alíquota
de ICMS mais alta do país para a cerveja (39%), o que certamente
não é positivo
nem para a população e nem para a indústria e o comércio local.
Mais
aviltante ainda, é a falta de compromisso do
governador com o empresariado rondoniense. Por ma fé,
interesses obscuros, ou uma visão equivocada da assessoria que pariu esse
monstro. Do ponto de vista econômico, as autoridades
demonstram incompetência ao insistirem no raciocínio
equivocado que a mudança não afetará os
produtos essenciais da cesta básica, e que os combustíveis,
permanecerão com as mesmas alíquotas, sendo a medida
direcionada apenas a produtos considerados não essenciais. Em economia, então,
os preços não são mais
relativos? Os setores impactados, então, não
aumentarão seus preços e não terá efeito
nenhum sobre o restante? Vale lembrar que, em 2022, desoneraram os impostos e a
arrecadação aumentou. Este ano está acontecendo o inverso.
É o
setor tributário
aventurando irresponsavelmente na economia, para que o setor privado arque com
as graves consequências
previsíveis.
Não vai
dar certo, e a crise econômica vai deslanchar
sacrificando ainda mais a população em geral. Configura extrema burrice,
enforcar a galinha que põe ovos de ouro, e o governador pode refletir a
respeito da medida, aplicando a teoria dos sistemas, ensinada nas ciências
politicas e sociais, reformulando aquilo que provocou inquietação com medidas
que contrariam a realidade e geram rejeição negativa no plano psico social.
Politicamente,
a medida poderá significar um tiro no próprio pé.
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