Sábado, 26 de fevereiro de 2022 - 11h02
"Até quando?” indagava, em live recente, o Jornalista e pensador uruguaio Eduardo Galeano.
“Nenhum dos protagonistas das guerras tem a honestidade de confessar: eu mato para roubar, eu mato como um idiota sanguinário e desalmado pela ilusão do poder. As guerras sempre invocam nobres motivos: matam em nome da paz, em nome de deus, em nome da civilização, em nome do progresso, em nome da liberdade, em nome de ideologias, e por via das dúvidas, como se tanta mentira insustentável não fosse suficiente, aí está a indústria da mídia, formadora de opinião, disposta a disseminar desinformação, em vez de informar com imparcialidade; disposta a dramatizar e inventar inimigos imaginários, para justificar a conversão do mundo num grande manicômio, e num imenso matadouro, com o objetivo indecente e desumano de lucrar desonestamente.”
Citando a obra Rei Lear, de Shakespeare, ele recordou a célebre citação: "Neste mundo,OS LOUCOS CONDUZEM OS CEGOS IGNORANTES.” Quatro séculos depois, os senhores do mundo confirmam a loucura de serem apaixonados pela morte, convertendo o mundo num lugar onde, a cada minuto, morrem 10 crianças por fome ou doenças curáveis. E a cada minuto são gastos 3 milhões de dólares na lucrativa e imoral indústria militar, que move a poderosa fábrica de mortes, sem importar se atropelam a decência e matam covardemente inocentes por ambição, ante os olhos incrédulos do mundo civilizado.
“As armas exigem guerras e as guerras exigem armas; e os 5 países com DIREITO A VETO no Conselho de Segurança das Nações Unidas são os principais fabricantes de armas.” Esse poder tanto extraordinário quanto absoluto garante a eles, inclusive, o direito ilegítimo de sobrepor loucuras expansionistas aos princípios fundamentais daquela organização multilateral, que, em tese, assegura a igualdade soberana de todos seus membros, com a resolução de conflitos internacionais por meios pacíficos, mantendo o compromisso de não recorrer à ameaça ou ao emprego da força contra outros Estados-membros, assim como a não intervenção em assuntos que sejam essencialmente da alçada nacional de cada país, de modo a não ameaçar a paz, a segurança e a justiça internacionais.
Conseguiram transformar o direito internacional em mera abstração, sem conseguir ver cumpridas suas resoluções inócuas, desobedecidas seguidamente por nações autoritárias, por falta de autoridade moral e poder coercitivo.
Enquanto essa babilônia desafia a razão, as pessoas de bem do planeta seguem
perguntando-se: “Até quando?” Até quando a
paz do mundo estará nas mãos dos que
fazem da guerra um repugnante negócio? Até quando
seguiremos acreditando que nascemos para ser manipulados, ou para legitimar líderes que acreditam que o extermínio mútuo
é o
destino da humanidade? Até quando? Até quando os humanos investirão em tecnologia de autodestruição, em vez de resolverem os
problemas crônicos que desafiam a
inteligência,
a razão, e a decência, tais como a fome, a miséria crônica e as desigualdades, bem como o autoritarismo de líderes malucos, corruptos, autoritários e sanguinários? Até quando iremos nos iludir, clamando em orações ou rezas inócuas,
como idiotas, acreditando que seres de outras dimensões intervirão para
limpar as cagadas daqueles que, dotados da capacidade de discernir, optam pela
ignorância?
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