Quinta-feira, 5 de janeiro de 2023 - 11h42
O que a Monalisa, de Leonard da Vinci e a eterna top Model Naomi Campbel tem em comum?!
Nada, lógico! Talvez o rosto enigmático quando a Naomi desfilava com outras
supermodelos da década de 80 e até pouco tempo a brasileira Giselle Bündchen...Mas
dependendo do ângulo em que se olha a obra prima de Leonardo da Vinci você
percebe um meio sorriso que pode interpretar como desdém ou um convite velado...
Geralmente
as pessoas que possuem a tal cara de mal com o mundo são sempre interpretadas, à
primeira vista, como: difíceis, chatas, ruins, arrogantes... Até na Bíblia
esses seres carrancudos são citados: “Não te associes com quem vive de mau
humor, nem caminhes em companhia da pessoa iracunda para que não aprendas as
suas veredas e, assim, enlaces a tua alma”, provérbio 22:24.
Existe um abismo entre uma pessoa irada, mal humorada a uma
pessoa que não vive sorrindo para o mundo! Ouso afirmar: “a maioria desses
seres indecifráveis iguais à Monalisa, é gente boa, que não consegue externar
suas qualidades em um sorriso”.
Eu, Viviane, do VivicaCast, sou uma dessas pessoas,
herdeira de um rosto de gente brava, com um coração de Madre Tereza de Calcutá,
inclusive esse é um dos meus muitos apelidos: Vivi de Calcutá. Muito prazer! Vamos
conhecer toda a sistemática que existe por trás de uma pessoa que não ostenta
um sorriso aberto, mas pode ser do bem, nesse segundo artigo de 2023, aqui no
Gente de Opinião.
A
mulher da cara brava do queijo
No último dia de 2022 fui a uma feira livre da Avenida
Amazonas, em Porto Velho (RO) com meu esposo e filho para o famoso café da
manhã: pastel de feira com suco de laranja e um pingado! Depois de comermos fui
comprar um queijo de minas, ou curado, afinal sou filha de mineira e costumo
fazer pão e biscoito de queijo frequentemente. Sou dessas, lógico, sistemática,
que compra na mesma banca anos seguidos. Passamos por uma banca cheia de
pessoas aglomeradas esperando atendimento e fui a uma em frente que só tinha a
vendedora, de cara fechada, que geralmente não costuma abrir a boca nem para
dizer bom dia. Dá só aquele balançar de cabeça. Diferente do típico feirante
que grita, conta piadas quando você está passando para atrair a clientela, ela
que deve ter uns 30 anos está sempre na dela e obviamente sua banca está sempre
vazia...
A Vivi de Calcutá que habita em mim percebeu e se identificou
logo com essa pessoa indecifrável, pois venho de uma geração de mulheres com
rosto de mal por parte da minha mãe mineira, mas que são divertidas depois que
você consegue perfurar essa concha de proteção social. Ou seja, muitas pessoas
têm lá seus motivos para não sorrir para todos: timidez é uma delas, conflitos
internos, mau humor matinal, proteção social e é claro falta de vontade mesmo!
Nem atores nacionais e internacionais, jogadores de futebol
e os tais influenciadores digitais são obrigados a ostentar o tal sorriso de
teclado de piano reluzente 24 horas por dia, sejamos sinceros! Isso é fora da
realidade, pois nenhum ser humano que está pagando suas demandas antepassadas
nessa terra é feliz e bem humorado o tempo todo. Que o digam os comediantes Jim
Carey e o falecido Rob Willians, que por trás das piadas escondiam depressão,
ansiedade e muitos traumas!
A timidez que cria uma barreira invisível de insegurança
impedindo o indivíduo de interagir com outros e a introversão, aquela das
pessoas que preferem a solidão, lerem um bom livro do que estar no meio da
galera, em festas e outros eventos sociais. Na adolescência eu era uma tímida
que amava ler, no entanto ansiava por fazer amizades por ser filha única! Eu
não tinha muita dificuldade em me relacionar e fazer amigos na escola, aliás,
sempre aparecia um ou outro que puxava conversa comigo ou eu sempre falante
inventava algo para conversar e pronto, barreira social quebrada. Entretanto
confesso que herdei da minha mãe, uma cara de poucos amigos, e ela herdou da
minha avó essa mesma fisionomia sempre trancada.
Revejo fotos da minha avó Maria das Dores, e da minha mãe e
tias e sempre estão com aquela fisionomia de: não queria ser fotografada, mas
insistiram, então... Talvez, é claro fosse o habitual ou convencional da época.
Por exemplo, no mundo da moda, nos anos cinquenta, as modelos sorriam o tempo todo, eram
como bonecas vivas saídas de uma publicidade americana. A antropóloga Leyla Neri, diretora do setor
de moda da New School Parsons Paris explicou em uma entrevista em 2021: “As
primeiras aparições de expressões de desgosto coincidiram com a popularidade de
atrizes como Brigitte Bardot e Jane Birkin nos anos sessenta”. “Posteriormente
esta tendência cresceu, com a ascensão do feminismo e “da necessidade das
mulheres de ser levadas a sério em suas vidas profissionais, e do surgimento de
mulheres fortes, posando muito sérias em ternos da Armani”, afirmou Neri”.
Eu que nasci em 75, tenho aquelas fotos tradicionais encostada em uma parede
segurando a mão a contragosto de um primo e nada de sorriso, pois os fotógrafos
eram nossas mães carrancudas.
A Mulher
carrancuda da recepção
Falei da timidez como uma das prováveis causas das pessoas
de cara de fechada para o mundo e não tem como deixar de comentar os conflitos
internos, segundo da lista que montei, afinal todos tem, não é!
Eu tento dar um desconto sempre para uma pessoa que acabo
de conhecer e ela não me dá aquele sorriso social padrão, pois sabemos que
existe a recepção plástica padrão de vendedor e político em campanha. Com o
tempo vamos conhecendo cada um, principalmente no ambiente do trabalho. Na
época em que trabalhei como repórter de televisão quando tinha que cumprir
pauta no SENAC, eu já ia triste, pois na recepção havia uma senhora de cara
amarrada que assustava.
Por coincidência do destino ou azar mesmo, ela também era
minha vizinha de bairro então eu já sabia o que me aguardava. Sabe dessas
pessoas que você chega cumprimentando e ela vira às costas te deixando no
vácuo! Ela era dessas. Alguns anos depois trabalhando em assessoria de
comunicação em uma estatal do setor elétrico conheci o irmão da tal figura.
Comentei que os dois eram muito diferentes, ele extrovertido até demais e ela
tão introvertida, mal educada mesmo, no sentido social. Aí ele riu e comentou
que a irmã era assim desde criança, que não falava ou interagia com irmãos,
primos na infância e na adolescência não foi diferente. Casou e o mundo dela
ficou do mesmo jeito, sem muitas interações. Sê você pensou em autismo, errou,
porque hoje em dia tudo é um leve autismo, déficit de atenção entre outros, no
entanto no caso dessa mulher era um quadro de depressão diagnosticado ainda na
infância, acabou compartilhando o irmão.
E temos os maus humorados da manhã, também! Convivo com uns
desses casos em casa. Esposo e filha sem humor algum pela manhã. Para mim isso
é o fim do mundo, pois sou solar, defino meu dia todo logo pela manhã, se me
aziam logo cedo está tudo estragado! Eu e meu filho geralmente estamos
sorridentes e brincalhões pela manhã, aquariano e pisciana, e os maus humorados
matinais librianos, mas estou apenas culpando os signos por algo que pode e
deve ser da personalidade de cada um.
Os
carrancudos por trás das máscaras
E, agora para finalizar ou
minimizar os motivos da cara de Monalisa, indecifrável, ou mesmo rosto bravo de
algumas pessoas, e eu estou nessa lista, mesmo tendo levado a sério o conselho
da minha madrinha de vida, a psicóloga, empresária e filantropa rondoniense,
Júlia Arcanjo, de evitar o meio sorriso de lado, “meio Monalisa, que as pessoas
podem interpretam como de desdém e abrir um largo sorriso”. No entanto, quando
começo a pensar muito nos problemas da vida, nos conflitos familiares, numa
missão meio impossível do trabalho, a cara de gente de mal com a vida vem
involuntariamente.
Por esses motivos pessoais
tenho uma certa generosidade com outros indivíduos que me recepcionam com a
cara fechada, afinal você não sabe o que o outro está vivenciando naquele
momento.
E aí, surgiu a pandemia que
entre muitas perdas e lições nos deixou apenas com um olhar por cima das
máscaras que podem ser uma expressão do humor do usuário. Padrão hospitalar,
coloridas, cor única, com personagens de desenho infantil, com heróis da
Marvel, da DC e claro os anti-heróis e até os políticos.
Mesmo assim foi possível
enxergamos a dor nos olhos lacrimejantes, ou o vazio dos que perderam alguém
vítima do coronavírus e até mesmo a raiva e indignação dos que não encontraram
vagas em hospitais para seus entes queridos...
Acredito que esse foi um
período livre de julgamento antecipados e impressões para os que têm a cara
fechada naturalmente ou intencionalmente, afinal todos têm o direito de não ser
o que os outros querem, convenhamos!
Então, será que fiz uma boa
campanha para os colegas de cara fechada, mas que tem o melhor dos corações?!
Espero que sim.
Esse também será o tema do
segundo episódio do VivicaCast: Sistematizando a Vida, de 2023 que será
liberado nesta sexta-feira, seis de janeiro, Dia de Reis. Como prometi no outro
ano, o próximo tema abordado será energia elétrica, energia solar e algo mais
sobre o setor elétrico brasileiro! Até lá!
Retrospectiva dos artigos de 2012 a 2024: Viviane V A Paes
Quem é da “minha época”, como costumam dizer por aí, nascido ou criado em Rondônia, lembra dos cadernos especiais de Retrospectiva dos jornais locai
Histórias da Energia de Rondônia, vale muito conhecer!
Iniciei há três semanas em meu podcast: o VivicaCast – Sistematizando à Vida, uma série de leituras do livro “Memória da Energia Elétrica em Rondôni
Estiagem Amazônica, a conta já chegou?! Meio Ambiente
O Rio Madeira é um dos maiores rios do mundo e passa por três países: Brasil, Bolívia e Peru. Sua profundidade varia de acordo com as estações seca
Estiagem Amazônica: a conta já chegou?! Consumidor
Sim! A famigerada cobrança dos danos ambientais: desmatamento, poluição desenfreada, do homem contra o meio ambiente tem chegado, nas últimas décad