Domingo, 18 de abril de 2021 - 07h24
“Entrei na UPA da zona sul na manhã de 5 de abril com falta
de ar e uma tosse que me fazia perder o fôlego, sintomas da Covid-19 que foi
diagnosticada uma semana antes. Sou diabético e minha glicemia também estava alterada, por
conta do estresse, o que complicou muito meu estado. Fui atendimento
imediatamente e os médicos diagnosticaram meu caso como urgente que necessitava
de transferência para um hospital de campanha de tratamento da Covid.
Eu tentei controlar minha ansiedade, mas minha esposa
também contaminada com o coronavírus ficou desesperada quando soube que a lista
de espera para conseguir uma vaga em qualquer um dos três hospitais daqui de
Porto Velho estava em 55 pacientes.
Orei e pedi que meu Senhor confortasse minha família e
houvesse a liberação de outros pacientes com vida da UTI para que eu e outros
da fila de espera conseguíssemos também a cura.
No dia 6 de abril, depois do almoço, a equipe da Upa me
avisou que eu seria transferido para o hospital de campanha que funcionava no
anexo do Cemetron. Meu coração foi batendo acelerado quando entrei na
ambulância do Samu e ouvi o som da sirene ecoa dentro do carro. Sê a gente se
assusta ouvindo esse som da rua imagina como é quando você é o paciente...
Eu só imaginava o pior quando me desceram da ambulância de
maca e me conduziram por um prédio novo que só tinha ouvido falar como uma
doação da JBS.
Não recordo como
foram meus primeiro minutos nesse local. Estava muito ruim. Acordei horas
depois em um apartamento limpo e confortável que cheirava a casa nova. Pensei
por uns segundos que estava em um hospital particular, mas isso não seria
possível para minha família. Estou desempregado há mais de um ano, sem plano de
saúde...
Fiquei 10 dias internado. Foram momentos difíceis por estar
longe de tudo que amo, minha família e amigos, no entanto o tratamento que
recebi lá não foi apenas de remédios, exames e fisioterapia. Recebi carinho de
todos que estavam nos plantões. Não lembrarei todos os nomes e rostos
escondidos sob máscaras de proteção, jamais esquecerei o amor ao próximo que
emanavam.
Era a moça dos serviços gerais que entrava no quarto para
limpar e trocar a roupa de cama e não saia sem perguntar como eu e meu
companheiro de quarto, um senhor de 78 anos estava naquele dia. Na saída
desejava melhoras e prometia que faria orações para nossa recuperação.
A fisioterapeuta que acompanhava os exercícios de
respiração que evitaram que eu precisasse de respirador mecânico, apesar das
crises frequentes de tosse e falta de ar brincava quando percebia que estávamos
desanimados.
As enfermeiras e técnicos sempre olhava nos meus olhos
quando perguntavam como eu estava me sentindo após a medicação e isso fez com
que eu me sentisse acolhido. Eram olhares de verdadeira preocupação e aos 58
anos de idade eu já tinha esquecido o que é receber algo assim de um
desconhecido.
Nutrição
com amor
Quando recebi o jantar no primeiro dia de internação fui
surpreendido por um bilhete junto da minha dieta. Em um post it colorido estava
escrito: Antes de tudo tenha fé, depois de tudo gratidão.
Eu gostaria de compartilhar minha gratidão a todos os
trabalhadores que atuam no hospital de campanha do Cemetron”, afirmou José
Hilde Tacaña, numa longa mensagem para essa autora. Ele é um dos mais de 181.920
recuperados da Covid em Rondônia, registrado no boletim nº 390 emitido
diariamente pelo governo estadual.
Depois de ler emocionada ao relato acima que me deu base
para o artigo da semana, a valorização das equipes que atuam nos hospitais de
campanha de enfrentamento da Covid-19 em Porto Velho, e demais cidade do Estado
fui buscar informações desse atendimento especial criado pela equipe de
nutrição do hospital.
Consultando as redes sociais descobri que o Cemetron tem um
perfil com registros fotográficos e vídeos dos profissionais que lá atuam e
principalmente dos pacientes recuperados. Finalmente achei a fotos que ilustram
este artigo, das três nutricionistas que criaram a metodologia de escrever
bilhetes de encorajamento aos pacientes...
Uma amiga, cujo esposo recentemente teve alta do hospital
de campanha do antigo Regina Pacis - não sei se é essa a denominação, comentou
que o tratamento diferenciado ajuda demais o paciente. Seu esposo foi internado
receando o pior tratamento possível e recebeu o melhor de cada um que trabalha
ali.
Realmente nos últimos anos informações sobre a tal
“humanização” no atendimento médico e em muitas outras áreas tem um efeito
positivo imediato na vida de quem recebe e de quem faz com certeza!
Há alguns dias escrevi um artigo dizendo que a Covid ataca
o corpo e a alma, porque pais têm sido separados de seus filhos por dias sem
conseguir ao menos visita-los em leito de UTI; dezenas têm sido transferidas
para outros estados e muitas famílias contraindo dívidas inimagináveis com
tratamento médico em instituições de renome em São Paulo e Rio de Janeiro;
mortos estão sendo enterrados sem que seus entes possam ao menos se despedir no
tradicional velório, que foi transformado em meia hora de despedida para em
seguida um enterro onde não é permitida a participação de todos que o falecido
conviveu... Enfim é de despedaçar a alma do mais religioso ao ateu convicto.
Nosso
reconhecimento
Por isso a ideia simples das nutricionistas do hospital de
campanha do anexo do Cemetron faz o paciente isolado se sentir acolhido e
amado. Esses tempos pandêmicos trouxe o pior de alguns – políticos desviando
recursos públicos, profissionais roubando vacinas, o superfaturamento de itens
essenciais à vida como os balões de oxigênio... Mas vamos focar no bem que é
feito e contribui para a recuperação de centenas, proporcionando a morte digna
para os que perdem a batalha para o coronavírus.
Para o porteiro, os profissionais dos serviços gerais, os
da lavanderia, a equipe da cozinha, os profissionais da segurança patrimonial,
os técnicos em enfermagem, os enfermeiros, os fonoaudiólogos, os
fisioterapeutas, os médicos intensivistas e os clínicos gerais; os
administradores e todos que não consigo nomear o reconhecimento da equipe do
portal de notícias Gente de Opinião.
Vocês são anjos e heróis nessa guerra que vivemos!
Histórias da Energia de Rondônia, vale muito conhecer!
Iniciei há três semanas em meu podcast: o VivicaCast – Sistematizando à Vida, uma série de leituras do livro “Memória da Energia Elétrica em Rondôni
Estiagem Amazônica, a conta já chegou?! Meio Ambiente
O Rio Madeira é um dos maiores rios do mundo e passa por três países: Brasil, Bolívia e Peru. Sua profundidade varia de acordo com as estações seca
Estiagem Amazônica: a conta já chegou?! Consumidor
Sim! A famigerada cobrança dos danos ambientais: desmatamento, poluição desenfreada, do homem contra o meio ambiente tem chegado, nas últimas décad
Estiagem Amazônica: a conta já chegou?!
A fumaça tóxica das queimadas tomou conta da cidade de Porto Velho, na primeira semana de setembro deste ano. O que vinha se tornando quase parte da