Quinta-feira, 4 de agosto de 2022 - 10h40
Sou a filha única mais cheia de pais que você irá conhecer!
Tenho um pai biológico, de quem certamente herdei o dom da
escrita fácil, despretensiosa, muito cedo.
Graças a essa característica - repassada aos meus filhos
também, ganhei duas figuras paternas que influenciaram e moldaram minha vida
profissional nas últimas décadas: o jornalista Antônio Queiroz – conhecido como
professor Queiroz e Fernando Manuel Fernandes da Fonseca – o engenheiro
Fernando Fonseca da Eletrobrás/Eletronorte.
O paiêeee
Queiroz
Em julho de 1994, um pai entrou na antiga sede do jornal “O
Estadão do Norte” localizado, na Rua Duque de Caxias, centro de Porto Velho,
para fazer um pedido ousado ao editor-geral do maior periódico do Estado. Ele
foi recebido da mesma maneira que uma autoridade, um artista ou qualquer leitor
seria de portas abertas com um cordial aperto de mãos, numa sala simples com
cheiro de impressão!
A filha desse senhor fazia alguns textos no espaço dedicado
ao leitor e por esse motivo, o pai achava que a mesma merecia uma oportunidade
de trabalhar no jornal como “foca” – vamos dizer o estagiário do Jornalismo.
O professor Queiroz apesar de comovido com o pedido,
paraibano de coração mole apesar da cara de séria – a primeira vista, pediu
para conhecer a autora dos artigos pessoalmente e verificar o interesse e o talento
que o pai alegava.
A jovem magricela, cabeluda, um pouco curvada pela altura,
de 18 anos entrou na redação do jornal, no dia seguinte, como se estivesse
entrando em um clube inglês, dedicado apenas aos homens. E ela era tímida,
acreditem!
Essa jovem que sou eu mesma gaguejou um pouco, mesmo tendo
ensaiado o diálogo nos 45 minutos de percurso de sua casa, na periferia da
cidade, até o centro, quando começou a conversar com o professor Queiroz e
falar de suas ambições profissionais. Ele a convidou para participar de um
processo seletivo que nada mais era que trabalhar durante um mês no jornal
disputando uma vaga de repórter com outro candidato...
Vinte três anos depois desse encontro fui entregar um
exemplar de “Enaiviv” para o professor Queiroz, na assessoria de Comunicação da
Secretaria Estadual de Saúde – Seduc, e ele relembrou cada uma das frases que
trocamos para ilustrar que o livro que eu estava lhe entregando era fruto
daquele dia...
Quando você ouve uma pessoa que abriu as portas do jornal
de maior circulação para alguém que ainda estava terminando o ensino médio, por
ter visto um potencial escondido que poucos teriam tempo e boa vontade para
perceber a sensação é de: “Meu Deus, eu achava que tinha uma dívida impagável
com ele, agora tenho certeza”.
Poucos meses depois de ter sido admitida no “Estadão do
Norte”, primeiro emprego com carteira assinada da minha vida, a sede passou a
ser na Avenida Tiradentes, um prédio moderno que foi o primeiro ou segundo a
ter a redação informatizada na região Norte.
Quase tive minha primeira filha, Victória Libertad, nos
corredores desse prédio, pois na madrugada que iria trabalhar senti as
primeiras contrações.
Recebi total apoio do professor Queiroz e de figuras únicas
no jornalismo rondoniense como: Paulo Queiroz, Martinez, Laura Vendas, Ivonete Gomes,
Chagas, Aurimar Lima, Analton Alves, Zuza Carneiro, Berta Zuleika e tantos
outros! Fiz minha primeira faculdade na redação diariamente por três anos.
No nosso último encontro paiêee Queiroz, que jamais me
pediu um favor, um agrado ou me cobrou algo quando estive à frente da
Comunicação da Eletronorte, local estratégico político e financeiro, reforçou a
única coisa que pedia a todos os seus “pupilos”:” Façam o mesmo por outra
pessoa quando tiverem a oportunidade”.
Eu jamais esqueci e prestei contas no momento oportuno. Em
1999 apresentei ao Luka Ribeiro (editor do Gente de Opinião), e editor da TV
Norte, uma colega do curso de Letras da Universidade Federal de Rondônia –
Unir, para fazer o teste para apresentadora do jornal matutino que seria
lançado pelo canal retransmissor da Rede TV (ambos do grupo Mário Calixto de
Comunicação). Exatos 19 anos depois, formada em Jornalismo e com passagem pela
assessoria do Tribunal de Justiça de Rondônia, Ana Lídia Daibes esteve
representando Rondônia na bancada do JN.
Quando soube desse momento único passei uma mensagem para o
paiêee Queiroz e relembrei aquele pedido. Esse autodenominado índio Tabajara da
Tribo Cariri ficou emocionado e eu senti que a minha dívida estava paga. Sê bem
sabemos a inexistência de dívidas assim entre pais e filhos...
Feliz e abençoado todos os seus Dias dos Pais, paiêee
Queiroz!
Vamos deixar para
falar do pai Fernando Fonseca no próximo artigo
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