Sábado, 6 de março de 2021 - 10h02
17 horas. Maria das Graças já deu banho na mãe de 93 anos e
a colocou para lanchar. Essa será a última refeição do dia, da idosa que sofre
de Alzheimer e há mais de 30 anos fez uma reeducação alimentar. Foi assim que conseguiu
controlar a diabetes e o sobrepeso. E são essas pequenas ações do cotidiano da
mãe que a Graça – como é chamada pelos amigos, faz questão de manter desde o
diagnóstico da doença degenerativa, há mais de 10 anos.
Viúva, mãe de quatro filhos, com netos e bisnetos no Brasil
e nos Estados Unidos, assumiu a função de cuidadora da mãe juntamente com um
irmão - que faleceu há dois anos, sem considerar o fardo pesado demais. E ele é!
Segundo o IBGE, a população
brasileira era de aproximadamente 205 milhões de pessoas em 2016; destes, cerca
de 30 milhões eram idosos. Seja por fatores genéticos ou pelo desgaste natural
do tempo, muitos desses idosos desenvolvem problemas de saúde, sendo o
Alzheimer uma das doenças mais recorrentes.
Esses dados inspiraram
diversos estudos no Brasil e exterior. Aqui, pesquisadores da Universidade de
São Paulo (USP), mostraram que 90% dos cuidadores é mulheres, e que elas
dedicam período integral aos pacientes; todas moram com eles. “A situação gera
sobrecarga que vai além de seus poderes; para piorar, acabam realizando tudo
sozinhas, sem apoio de outros familiares ou com dificuldade em aceitar ajuda de
outras pessoas”, destacou uma das pesquisadoras. https://jornal.usp.br/ciencias/ciencias-da-saude/cuidadores-de-pacientes-com-alzheimer-adoecem-mais-facilmente/
Nas primeiras consultas com o
neurologista e o geriatra que iniciaram o tratamento para retardar o avanço da
doença, eles destacaram a necessidade de
ter mais de um responsável pela paciente para evitar sobrecarregar uma pessoa.
Por esse motivo, Graça e o irmão revezavam os cuidados com a idosa e em seus
momentos de folga ela aproveitava para viajar com um grupo de amigos aposentados
pelo Brasil e até por países vizinhos como a Argentina. Futuramente, como
orientado pelo médico, deverá contratar dois profissionais que irão se revezar
em plantões de dia e de noite. Na fase mais crítica do Alzheimer, o paciente
não consegue mastigar mais sozinho e nem controlar as necessidades fisiológicas.
Uma lutadora
Apesar da rotina de cuidadora
e de dona de casa, essa é a fase mais tranquila da vida da Maria das Graças. Segunda
mais velha de seis irmãos, ela já tinha idade para entender e sentir a perda
repentina do pai. A partir desse momento a vida da roça foi deixada para trás.
Sua mãe resolveu morar na cidade e por isso teve que dividir a família. Os quatro
filhos menores foram para orfanatos, onde também estudavam. Eles saiam apenas
nas férias e nos feriados. Graça e o irmão ficaram com a mãe porque já tinham
idade de trabalhar e ajudar com as despesas.
Dessa fase, de trabalhar nas
casas não tem boas recordações, apesar de não guardar mágoas. Espírita há mais
de 30 anos aprendeu a perdoar, esquecer e seguir em frente de cabeça erguida,
segurando o choro sempre!
Já adulta, casada, trabalhou
numa estatal de telefonia como auxiliar técnica, sendo responsável pelo
conserto dos aparelhos telefônicos que tinha como resultado os dedos da mão cortados
na desmontagem e montagem dos equipamentos. No início da noite, já em sua
residência dava início a outro expediente, o de dona de casa. Fazia o jantar,
lavava a louça e ia dormir para reiniciar a rotina, na manhã seguinte.
Ela é a filha que sempre
esteve perto da mãe, residindo na mesma cidade e até terreno, apesar do gênio
forte das duas, não tem arrependimentos. “Eu vejo que é minha missão cuidar de
mãe, todas as circunstâncias da minha vida me trouxeram a esse momento”, afirma
sem lamentar.
Foi com a mãe, a cozinheira
aposentada, que Graça desenvolveu o gosto pela culinária. Ama cozinhar para os
amigos e familiares. É daquelas que sabe o que cada filho, neto, sobrinho e
afilhada gostam de comer e eles sempre encontram o prato preferido quando vão
visita-la, mas isso só quando tem tempo sobrando – que hoje é pouco e
disposição também. É uma idosa, de 73 anos, lembra, apesar do rosto jovial e do
sorriso contagiante.
As mulheres que são como Maria das Graças, a equipe do
Gente de Opinião deseja Feliz Dia Internacional da Mulher com esperança de dias
melhores para todos nós, no pós-pandemia!
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