Domingo, 1 de dezembro de 2019 - 10h49
No
dia 27 de outubro de 1988, a Assembleia Geral da ONU e a Organização Mundial de
Saúde instituíram o dia 1º de dezembro como o Dia Mundial de Luta contra a
Aids.
Cinco
anos após a descoberta do vírus causador dessa doença, o HIV, 65,7 mil pessoas
já tinham sido diagnosticadas com o vírus, e 38 mil já tinham falecido. Era
“proibido” até falar da doença em voz alta, devido o desconhecimento total de
como ela era transmitida. No entanto, isso não impediu que achassem a causa da
epidemia: os homossexuais foram julgados, condenados e considerados culpados
durante muitos anos...
Em
96, dois anos após ter iniciado minha carreira no jornalismo recebi a missão do
editor-chefe do jornal “O Estadão do Norte”, Antônio Queiroz de entrevistar um
portador do vírus HIV. Infelizmente eu tinha um personagem para essa matéria
especial da capa do segundo caderno de domingo! Infelizmente porque era um ser
humano que enfrentava uma doença ainda repleta de preconceitos. Era uma jovem
de 23 anos, mãe que havia contraído o vírus em relações sexuais! Pronto era o
caso perfeito!
50%
da carreira de um jornalista é definida pela sorte de estar no lugar certo, na
hora certa mesmo que isso signifique estar no meio de uma tragédia física,
pessoal ou política!
A
minha personagem era uma vizinha do bairro em que morava, mas não sabia quem
ela era. Havia comentários de que alguém do conjunto residencial havia
contraído o vírus e estava em
tratamento. Consegui marcar a entrevista e convencê-la da importância de
divulgar sua estória. Deu muito certo!
Porquê não falamos mais sobre isso?
23
anos depois dessa matéria eu conheci outras pessoas com o vírus, pessoas que
estão vivas até hoje e outras que não. As vítimas foram mulheres solteiras e
casadas, novas e velhas; homens solteiros e casados, novos e velhos;
homossexuais, bissexuais como os cantores Freddy Mercure, Cazuza e o ator Lauro
Corona com relações estáveis ou não; crianças, bebês que já nasceram com o
vírus; hemofílicos iguais o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho; milhares de
drogadictos por uso compartilhado de seringas...
E
então houve um silêncio sobre esse tema.
Segundo
o último Boletim Epidemiológico HIV-Aids, de ontem, 29/11, emitido pela
Secretaria em Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde, em 2018 foram diagnosticados no Brasil: 43.941 novos casos de HIV e 37.161 casos de Aids. No período de
1980 a junho de 2019, foram detectados 966.058
casos de Aids no país.
Boas notícias
Desde o ano de 2012,
observa-se uma diminuição na taxa de detecção de Aids no Brasil, que passou de
21,4/100.000 habitantes (2012) para 17,8/100.000 habitantes em 2018.
Um chamado decréscimo
de 16,8% que é resultado de
políticas públicas e consciência cada vez maior da população. Mesmo assim esse
ainda é um tema considerado “tabu”, daí a importância das redes sociais onde
surgiu o movimento “Precisamos falar sobre isso: HIV/Aids”.
Apesar da queda no
número de vítimas do HIV-Aids, dados do Boletim demonstraram que nos últimos 10
anos, as maiores taxas de detecção de Aids foram observadas entre aqueles com
30 a 49 anos. Foi observada também uma tendência de aumento nas taxas de
detecção entre jovens de 15 a 24 anos e entre adultos com 50 anos ou mais.
Ou seja, nesse dia
dedicado a Luta Mundial contra o HIV/Aids precisamos e devemos muito falar
sobre isso com nossos avós, pais, tios,
sobrinhos, filhos, amigos, colegas de trabalho, vizinhos... Eu fiz minha parte
falando com vocês. Agora continuem essa corrente de positividade compartilhando
esse despretensioso artigo!
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