Quarta-feira, 17 de fevereiro de 2021 - 08h22
Assisti ontem, no nosso portal de notícias, a entrevista
emocionada do secretário estadual de saúde, Fernando Máximo, ao Sic News,
alertando: “as pessoas que estavam festejando o carnaval em festas
clandestinas, provavelmente estariam nos próximos dias, buscando atendimento
nos hospitais de campanha”. https://www.gentedeopiniao.com.br/saude/coronavirus/com-mais-de-2-500-mortes-em-rondonia-populacao-insiste-em-desafiar-o-virus
Tenho total empatia pela declaração feita, afinal ele
sofreu com a Covid-19 e teve familiares contaminados em outro estado. É um
especialista no assunto como paciente e médico.
De 2020 para esse ano, acompanhando os noticiários vi a
progressão do cansaço extremo em sua fisionomia. Só não vê o mesmo quem não
quer! Igual ao secretário com responsabilidade maior, igual, ou menor está uma centena
de profissionais da saúde em todo nosso Estado, demais estados brasileiros e no
mundo. Ouvi o desabafo de uma pessoa, não da autoridade. Ele tem muito em comum
com os “personagens” que conversei nos últimos dias, daqui, de Pernambuco e de
Santa Catarina.
Além de me prevenir, de cumprir o isolamento social eu quero
reconhecer a dedicação destas pessoas que deixaram suas famílias nos últimos 11
meses arriscando suas vidas – sem desfrutar o privilégio de cumprir algo
simples como evitar aglomerações. Os considero anjos e heróis de verdade e acreditem
seus esforços não são em vão para a maioria!
O
rondoniense que salva vidas em Santa Catarina
Na manhã da primeira semana de janeiro de 2021, o técnico
em enfermagem, Jeferson Carvalho, 43 anos, se despede da esposa e das duas
filhas em Guaramirim, localizado no norte de Santa Catarina. Entra no carro e
dirige para o município vizinho, Jaraguá do Sul, limítrofe com Joinville –
maior cidade do Estado. São apenas 25 minutos para percorrer os seis
quilômetros, mas esse tempo é suficiente para preparar seu corpo e
principalmente sua mente para mais plantão.
Como é comum a maioria dos 2,8 milhões de profissionais de
enfermagem, no Brasil, dados do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) faz
jornada dupla e até tripla em diferentes hospitais para melhorar a renda
familiar. A esposa também técnica em enfermagem tem uma rotina de trabalho mais
tranquila que proporciona mais tempo com as filhas do casal.
Ele ás vezes olha a própria imagem no retrovisor do carro e
sorri. Tem gratidão pela rotina corrida na profissão que sonhou quando era
criança e pelas conquistas dos últimos 18 anos. Não foi fácil sair de Porto
Velho (RO) e recomeçar a vida no Sul, distante dos pais e dos três irmãos. É o
segundo filho mais velho. A adaptação a uma nova cultura, as diferentes comidas,
ao clima frio tão oposto aos 36 graus costumeiros da região amazônica foi
evolutiva.
Há
10 anos trabalha na área da saúde. Fez curso de técnico em enfermagem em
Joinville, onde residiu nos primeiros anos, uma especialização em
instrumentação cirúrgica e trabalhou no SAMU – Serviço de Atendimento Móvel em
Urgência em 2019. Toda essa experiência em atendimentos pré-hospitalares,
emergenciais, cirúrgicos o capacitaram para atuar no Centro de Tratamento de
Doenças Renais (Pró-Rim), um dos anexos do Hospital São José. A instituição
filantrópica de 85 anos é referência no atendimento de várias especialidades e
de transplantes da região norte e nordeste de Santa Catarina.
O
primeiro caso de contaminação pelo coronavírus em Guaramirim foi confirmado em
abril de 2020. Uma médica que trabalhava na cidade e residia em Joinville. Algo
comum para os mais de sete milhões de moradores, dos 295 municípios
catarinenses. Para Jeferson o
diagnóstico de uma colega da área hospitalar foi preocupante por lembrar sua
rotina e os riscos diários de contaminação.
Em
20 de março, em Jaraguá do Sul, um auditor fiscal de 57 anos, com histórico de
viagem para o Paraguai teve diagnóstico de Covid-19 e foi internado na UTI do
Hospital São José por mais de 40 dias. Ele seria a primeira vítima fatal da
doença na cidade. Nos meses seguintes, os números de pacientes com covid-19 e
óbitos pela enfermidade aumentariam assustadoramente na região, e em todo o país.
Pandemia e insuficiência renal
Cerca
de 30% a 50% dos infectados pelo coronavírus, em estado crítico desenvolvem
insuficiência renal. Desses, de 30% a 40% precisam de diálise, o procedimento
no qual uma máquina externa substitui o papel dos rins por 24 horas, às vezes
por dias, quando o órgão exerce menos de 10% da sua função.
Esse foi mais um desafio imposto no dia a
dia de médico intensivistas, nefrologistas e equipes de enfermagem. Jeferson
enfrentou a situação quando aumentou o atendimento de pacientes com
insuficiência renal em seu trabalho. Os pacientes renais crônicos continuaram a
ser atendidos no centro de tratamento de doenças renais, e os infectados pelo
coronavírus em outra área, com equipes diferentes.
Dos primeiros pacientes com Covid-19 ele recorda
a dificuldade em vê-los em coma. “É muito doloroso você conversar com um
paciente lúcido e depois vê-lo inconsciente pelo avanço da doença. Você volta
para sua casa, mas não deixa de pensar sê irá vê-lo sair com vida do hospital”,
confidencia.
Como bom rondoniense, que “bebeu da água
do Rio Madeira”, e profissional da saúde, Jeferson tem empatia pelos colegas
que são obrigados a atender parentes e conhecidos com coronavírus. “Acompanho as notícias em Rondônia sobre a
pandemia e me preocupo demais. Hoje meus pais, funcionários estaduais
aposentados, estão aqui comigo juntamente com uma irmã também, mas ainda tenho
um irmão e outra irmã, vários tios e primos aí”, explicou destacando que
somente o preparo psicológico, físico e principalmente espiritual de todos que
exercem a profissão é possível aguentar o desafio. “É muito doloroso!”.
Diferente de muitos outros colegas, o
técnico em enfermagem comemora o fato de não ter perdido nenhum paciente para a
doença, durante seus plantões. “Graças a Deus todos conseguiram lutar e vencer
a Covid!”.
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