Terça-feira, 19 de junho de 2018 - 15h55
“O mundo não é dos espertos. É das pessoas honestas e verdadeiras. A esperteza, um dia, é descoberta e vira vergonha. A honestidade se transforma em exemplo para as gerações do futuro. Uma corrompe a vida; a outra enobrece a alma”. Chico Xavier
“Não deixe que ninguém o despreze por você ser jovem. Mas, para os que crêem, seja um exemplo na maneira de falar, na maneira de agir, no amor, na fé e na pureza.” I Timóteo 4:12
E, de repente você tem a confirmação de que tudo o que fala e faz é realmente seguido por seus filhos, quando um deles te dá uma lição de moral utilizando algo que você disse!
Comentei em voz alta enquanto lia o edital de um concurso: “vou acabar fazendo a minha inscrição na cota de negros que tem maior quantidade de vagas”... Nem terminei a frase e meu filho de 13 anos já disse: - Credo, mãe, que coisa feia! Você tem capacidade de ser aprovada sem essas cotas e tem outras pessoas que realmente precisam disso?!
Vinycius apenas reproduziu o discurso que eu e meu marido fazemos em casa, apesar de sermos negros, pobres e ex-estudantes de escolas públicas. Ele, a vida toda e eu, parte dela. Exemplo!
Quando esbocei meu desejo de fazer a inscrição na parte das cotas, pra quem me conhece sabe que fui irônica. Nem penso em algo assim. Acredito que todo o caminho mais fácil, se torna difícil ao final do percurso. O sistema de cotas nasceu com um objetivo bacana: diminuir a desigualdade existente na educação de brancos e negros no Brasil e no mundo, entretanto acredito que ele teve o efeito contrário, para uma maioria, a de provocar o comodismo! Explico. “Tivemos essas dificuldades e por isso não conseguimos alcançar os que os demais seres conseguem”, nem irei focar na cor, porque antes de tudo me considero um ser humano. Caramba e aqueles “gatos pingados”, sim, e que conseguiram ser juízes e juízas, Joaquim Barbosa, Luislinda Valois; médicos, Alfredo Cassimiro da Rocha, jornalistas de sucesso como a Glória Maria e antes bem antes, Machado de Assis, fundador da Academia de Letras... Enfim!
Por isso iniciei esse artigo com algumas citações sobre a importância do exemplo em nossas vidas, para o bem e para o mal. E jogar essa situação para a atual situação política do Brasil não foi nada de outro mundo.
Assistindo recentemente uma entrevista do diretor José Padilha sobre a série da Netflix, o Sistema, baseada na Lava Jato, e a opinião que ele tem da corrupção em nosso País fiquei feliz em saber que não sou a única a pensar: O certo é o certo, não existe meio termo! Político com mais de um mandato no Brasil aderiu a corrupção, não tem outra. Outra entra no esquema da politicagem ou tá fora.
Não existe essa história de quê: o uso dos recursos públicos para bancar campanhas políticas e perpetuar o poder desse ou daquele partido é uma prática que vem desde a época de tal partido... Que “fizemos, mas fulano utilizou mais esse recurso do que nós”; “apenas durante o mandato de nossa sigla partidária houve punição para o crime de estelionato e corrupção”...
Tentam nos convencer de todas as maneiras que o imoral é amoral, que o desonesto é aceitável, dependendo da situação; que o importante é o resultado, sediarmos as Olímpiadas, a Copa, e não os meios, inescrupulosos e os resultados: vergonhosos que só causaram prejuízos aos brasileiros.
Um texto cheio de reticências para não dar margem ao monte de palavrão que tenho vontade escrever!
Exemplo, modelo, tudo o que pode e deve ser imitado. O exemplo deve vir dos mais sábios. Não dos corruptos, dos ladrões, dos assassinos, dos estupradores...
Não adianta o discurso maravilhoso, sê ao fechar a boca o indivíduo age totalmente diferente!
Eu pago minha língua quase todos os dias com meu casal estrelar! Lua, Victória Libertad, que não gosta de falar solta cada pérola! Uma das melhores foi nas férias do início desse ano, quando retrucou “ a senhora quer ser tão boa, espírita, religiosa, mas não consegue perdoar meu avô, por isso ou aquilo”. Doloroso ouvir, e é assim, a verdade dói.
Ela me surpreendeu ao não utilizar o recurso das cotas para negros ao prestar vestibular para o curso de Engenharia Agronômica, na Universidade Federal do Pará (UFPA), em 2013. “Não acho justo tirar a oportunidade de estudar de outras pessoas menos privilegiados do que eu que sempre frequentei escola particular e cursei inglês”.
Eu posso me orgulhar, e tenho orgulho mesmo, em vir de uma família que jamais aproveitou as oportunidades de praticar o ilícito e aqui em Rondônia! Uma que meu pai sempre comenta foi a de um funcionário público, que ele construía a casa. Um dia essa pessoa chegou e disse a ele: “Virgínio me passa seus documentos pessoais que eu vou te colocar como soldado da borracha, no INSS!”. Vamos dizer que meu pai nem concluiu a obra de tão ofendido que ficou. “Sr., Fulano eu não faço esse tipo de coisa não, eu nem estava aqui nessa época!”. – “Deixa de ser leso, tu vais deixar de ganhar uma grana boa, por conta de honestidade, tem um monte querendo essa chance?!”.
Para não ficar uma coisa do tipo, “até parece que só aqui em RO que rola corrupção desse gênero”, e sabemos, infelizmente, não é. Em Goiás, na década de 70, meu pai deixou de trabalhar na Caixego, banco do estado, por que queriam incluí-lo em um esquema pesadíssimo. Dessa vez ele deixou completar o mês e saiu!
Então, não tem como negar que esses valores vêm de berço, no meio do caminho você será tentado, afinal estamos na vida para passarmos por provações, agora o exemplo sempre será TUDO!
Tenho fé no dia em que a política brasileira chegará nesse ponto. Uma atitude digna, correta irá contaminar o maior número possível e ser um político de conduta ilibada será a coisa mais comum do mundo. Como ocorre em países como o Japão, quando funcionário público é descoberto desviando recursos se mata, pela vergonha que causou a família.
Aqui ainda estamos na fase do que é legal se dar bem! Quanto mais meu parente político rouba é melhor para mim e para todo o mundinho que nos cerca.
“Dar o exemplo não é a melhor maneira de influenciar os outros. É a única”. Albert Schweitzer – Teólogo e ganhador do prêmio Nobel da Paz
“Nada é mais contagioso que o exemplo, e nunca fazemos grande bem nem grande mal sem produzir outros semelhantes. Imitamos as boas ações por emulação e as más pela malignidade da nossa natureza que a vergonha conservava prisioneira, e que o exemplo põe em liberdade”. François de La Rochefoucauld – Memorialista francês
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