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Viviane Paes

Vamos falar sobre ontem, 29/12/2020...


Viviane Vieira de Assis Paes - Gente de Opinião
Viviane Vieira de Assis Paes

1.793.368 pessoas mortas pela Covid -19 no mundo, desde o início dessa pandemia.

192.681 pessoas mortas pela Covid-19 no Brasil.

17.872 pessoas mortas pela Covid - 19 no Norte brasileiro.

1.785 pessoas mortas pela Covid -19 em Rondônia, 50 dessas ocorridas entre o Natal e essa quarta-feira, 30/12/2020...

Nomearei algumas dessas pessoas, não apenas óbitos, não apenas vítimas ou percentuais estatísticos e epidemiológicos. Seres humanos que tivemos o privilégio de conviver em algum momento desta jornada, ou soubemos do falecimento nas redes sociais, ou tivemos amigos em comuns, ou apenas cruzamos olhares pelas ruas da cidade...

Os que partiram

Osmarina Braga, conhecida como “Ox”, servidora pública lotada na Secretaria Estadual de Planejamento. Estendo minha solidariedade aos familiares e aos amigos das dezenas de vítimas da Covid-19, atuantes no administrativo.

Sebastião da Conceição Oliveira. O “Sabá”, colaborador do SEBRAE/Rondônia. Ele perdeu o pai para a mesma doença. À sua esposa e filhos nossas orações, que elas alcancem todos que tiveram duas ou mais vítimas da pandemia na família.

Diego Pires, técnico em segurança do trabalho de uma terceirizada da Usina Hidrelétrica Santo Antônio. Aos parentes minhas condolências estendida aos amigos e aos familiares de outros trabalhadores vítimas dessa doença, atuantes na prestação dos serviços essenciais: geração e distribuição de energia elétrica e água.

Gessi Taborda, jornalista, aposentado pela Assembleia Legislativa de Rondônia. Um dos muitos pioneiros do jornalismo rondoniense. Meus sentimentos aos familiares do Taborda e a Rubens Coutinho, também jornalista, pela perda da mãe dona Alideia Marcelino de Castro, filha de ferroviários da Madeira-Mamoré e aos demais colegas da imprensa que sofreram esse infortúnio.

Jason Silva, universitário do último período do curso de Educação Física da UEPA, Universidade Estadual do Pará. Saindo de Rondônia, mas ainda no Norte, deixo meu profundo pesar a todos que viram os sonhos de filhos, de sobrinhos, de irmãos e de amigos estudantes serem interrompidos...

Creusiane Pereira. Cozinheira do hospital municipal de Ji-Paraná. Ao esposo e filho meu abraço, respeito, estendendo aos demais parentes de vítimas da Covid-19, atuantes nos bastidores das instituições hospitalares: cozinha e limpeza.

Téo Afonso. Professor de inglês e músico. Sinceras condolências a toda sua família e a de dezenas de professores e artistas que tiveram sua missão de compartilhar conhecimento e cultura finalizada pela pandemia.  

Adriano Rogério. O “Dias Lima”, cabo da Polícia Militar do Estado, primeiro policial da PM a perder a vida em decorrência do novo coronavírus.  A toda corporação, incluindo a Polícia Civil, demais órgãos que compõem nossa Segurança Pública e principalmente os entes queridos: gratidão e respeito!

Raimundo Socorro Lamarão. Enfermeiro do município de Porto Velho, ex-diretor da Policlínica Hamilton Gondim e da UPA Leste. Paz e muita força à família, amigos e colegas de trabalho que sofrem a mesma dor e aos que permanecem no enfrentamento à pandemia.

E deles usarei o desabafo de uma amiga, numa rede social, porque vivenciam uma guerra diária: “Paro no estacionamento...Touca, máscara, óculos...Começa um "ritual" para sair do carro, entrar no hospital, iniciar os trabalhos do dia. Agradeço a Deus por aqui chegar, e agradeço em dobro na saída...A gente nunca sabe do quanto Deus nos livrou no meio do caminho. Desde março de 2020, já não conto quantos dias foram. Posso afirmar que a máscara sufocando o nariz, o óculos pesando na orelha, e a touca causando uma certa dor de cabeça todos os dias, não foram mais doloridas do que o coração apertado a cada tensão vivida. Ainda assim, eu preciso e devo AGRADECER. Agradecer por ver tanta solidão e não desejar ser só, rezar para que o isolamento acabe”“...

Ela tem uma filha, um marido, pais e amigos! Ela fica indignada e nervosa quando encontra pessoas em grandes aglomerações pelas ruas, comércio e restaurantes sem máscara. Para muitos a vida voltou ao normal, “uns neuróticos” estão com medo da Covid à toa, já passou. Não, não tinha passado!

Para finalizar só consigo pensar em parte da oração de São Francisco de Assis:

Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar que ser consolado; compreender que ser compreendido, amar que ser amado. Pois é dando que se recebe. Perdoando que se é perdoando e é morrendo que se vive para a vida eterna!

Só a vacina e a prevenção não serão suficientes, sê em 2021 continuar faltando empatia, respeito e amor ao próximo! 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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