Segunda-feira, 19 de dezembro de 2022 - 15h10
Em dezembro de 2020, a inglesa Margareth Keenan, de 90 anos
se tornou a primeira pessoa a receber a vacina contra a Covid-19 fora dos
estudos clínicos.
De lá para cá, outras 13 bilhões de doses
foram administradas em todo o mundo, incluindo os reforços e os imunizantes
atualizados, que protegem contra as variantes mais recentes. “A vacina, apesar
de todas as controvérsias marcou a diferença entre morrer e sobreviver para
muitas pessoas”, resume a médica Isabella
Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações.
Desde que as doses começaram a ser aplicadas na maioria da
população, as taxas de internações e mortes decorrentes das complicações
relacionadas ao coronavírus caíram consideravelmente. Dados divulgados nessa
segunda semana de dezembro de 2022 pelo Conselho Nacional de Secretários da
Saúde - Conass demonstram:
Pico da
onda de março/abril de 2021: média de 75 mil casos e 3 mil
mortes por dia.
Pico da
onda de janeiro/fevereiro de 2022: média de 189 mil casos e 950
mortes por dia.
A partir do momento que os imunizantes contra o coronavírus foram
liberados pelo mundo, muitas empresas tornaram obrigatória a vacinação dos
funcionários. Uma delas foi à americana UBER, pioneira no desenvolvimento de
aplicativo de mobilidade urbana em 2010. Mas, essa obrigatoriedade de comprovar
que os motoristas de aplicativos estão devidamente imunizados contra o
coronavírus não acontece no Brasil, sabiam?! Sentiram certo desconforto e
insegurança com essa informação? Eu sim, na prática.
Relembrando o caos
Você lembra como foi à semana que antecedeu o Natal
de 2021? E o de 2020?! Eu me lembro da ausência da movimentação natural desse
período, das compras nos supermercados lotados, da agitação dentro e fora das
lojas no centro da cidade, ou dentro do shopping... Daquela lista extensa do
cardápio festivo em que sempre falta algo de última hora. Lembraram que nada
disso ocorreu nos dois primeiros anos da pandemia da Covid-19?!
Pois é, já peço desculpas por quebrar o clima
festivo desse final de ano de 2022, abordando um assunto delicado, mas ainda
necessário para o momento em que vivemos! Compartilharei alguns dados que
descobri durante a pesquisa para desenvolver esse tema, que surgiu após uma
corrida corriqueira a uma unidade de saúde para tomar a terceira dose da vacina
de imunização do coronavírus. Como de costume, a jornalista que sou me impede
de fazer diferente. Vamos lá!
Na última década surgiram centenas de aplicativos de
serviços de mobilidade urbana pelo mundo e também no Brasil, onde atualmente
estão trabalhando 1,5 milhão de pessoas com transporte de passageiros e
entregas de mercadoria. Segundo pesquisa divulgada pelo IPEA – Instituto e
Pesquisa Aplicada, em maio de 2022, a maioria (61,2%) é de motoristas de
aplicativo ou taxistas, 20,9% fazem entrega de mercadorias em motocicletas e
14,4% são moto taxistas.
Vou destacar os 61,20%, 945 mil motoristas de aplicativo e
taxistas que atuam nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, onde não
existe a obrigatoriedade em lei do condutor profissional comprovar que foi
imunizado contra a Covid-19. Existe uma recomendação em algumas dessas empresas
de aplicativo de transporte de passageiros à imunização até a segunda dose de
qualquer uma das cinco vacinas disponíveis.
Sempre compartilho um vídeo de apresentação da temática da
semana, em minhas redes sociais sobre o assunto que irá para o meu Podcast, o
VivicaCast e fui chamada atenção para a parte delicada desse assunto: o direito
que todos temos de não aceitar qualquer uma das vacinas oferecidas pelo motivo
mais que divulgado de que não houve tempo hábil para testagem delas. Ou seja, os efeitos colaterais e reações
futuras são desconhecidos dos pesquisadores, que lutaram durante meses
trancafiados em laboratório, longe de familiares e amigos que adoeciam e
morriam vítimas da Covid-19...
Concordo
totalmente que todo tem o direito de decidir se queremos ou não arriscar nossas
vidas com uma medicação que não foi testada dentro do tempo mínimo exigido! E, já
que estamos falando do senso comum ético e legal, não deveríamos discutir
também o direito dos passageiros de aplicativos de mobilidade urbana e de táxi
de optarem por utilizar esse serviço estando conscientes de que o motorista
indicado pelo aplicativo está imunizado ou não contra o coronavírus?
Seria
invasivo demais vermos impresso nos veículos o certificado de vacina da
Covid19, emitido no portal do SUS, dessa categoria? Eu teria menos insegurança escolhendo
um prestador desse tipo de serviço que estivesse devidamente imunizado, igual
eu estou! Você, não?!
Caso
da vida real
Faltando
uma semana para o Natal, como volta a ser comum nesse período, aumenta a
movimentação em todas as cidades dos consumidores fazendo as compras natalinas
nos comércios, diferente da demanda dos dois primeiros anos da pandemia da
Covid19, quando sofremos com o distanciamento social e lockdown.
Atualmente
88% da população brasileira adulta estão imunizadas com a primeira dose da
vacina anti-Covid e apenas 81% com a segunda dose. Consequentemente os casos de
contágio pelo coronavírus continuam ocorrendo em todo País e crescendo de forma
preocupante também os números de óbitos.
Em Porto
Velho, capital de Rondônia, berço do Complexo Hidrelétrico das Usinas do Rio
Madeira, onde resido não está sendo diferente, infelizmente! Nas primeiras
semanas de dezembro ocorreu um crescimento no número de leitos ocupados por
doentes pela Covid19 na rede pública e privada de saúde em mais de 70%.
No último
sábado, 17 de dezembro, o governo do estado de Rondônia, através da Agevisa –
Agência Estadual de Vigilância em Saúde divulgou que 106 leitos estavam
ocupados com casos de Covid; 98 pacientes em unidades estaduais, 06 em unidades
municipais e 02 pacientes em hospitais particulares. Nesse dia uma pessoa
perdeu vida em consequência do coronavírus. A maioria dos contágios e óbitos é
de pessoas que não haviam completado a cobertura vacinal. A maioria não passou
da segunda dose.
Como
brasileira que sou estava também incluída nessa listagem e fui completar a
cobertura vacinal. Selecionei o segundo aplicativo de mobilidade mais utilizado
na cidade, uma franquia nacional. Estava com meu filho e uma vizinha e logo de
cara fomos surpreendidos com um motorista sem máscara, mas com os vidros das
portas do veículo abertas. Quando ele viu o destino que iríamos, um posto de
saúde na zona leste, perguntou se iríamos vacinar contra a Covid19. Diante de
nossa afirmativa, a conversa se tornou um monólogo bem estranho!
O senhor
dos seus 50 anos compartilhou orgulhosamente: “tinha parado na segunda dose da
imunização da pandemia, porque tinha sofrido mais com os sintomas pós-vacina do
que com a Covid-19”. Não resisti e perguntei se ele já havia contraído a doença
e ele disse que não sabia, nunca tinha feito exame algum. Muitos da sua família
tinham sido contaminados pelo coronavírus, alguns conhecidos vindos a óbito, no
entanto ele achava – não tinha certeza que não tinha, pois tomava muitas
garrafadas de ervas desde o início da pandemia fortalecendo o sistema
imunológico!
Sim, é
isso mesmo que vocês leram e eu aceitei sem criticar o argumento, afinal ele
era no momento detentor da minha e das vidas dos demais naquele veículo. Quando
chegamos ao nosso local de destino, suspiramos os três como se fossemos
instrumentos de uma orquestra... Muito bizarra, a situação, concordam? Ou,
melhor discordem à vontade, afinal sou apenas a sistematizadora desse momento!
O que podemos fazer como
usuários de aplicativos e táxi?
Então
vamos lá, relembrando alguns números preocupantes: 1,5 milhão de trabalhadores
em aplicativos de passageiros e entregas de mercadorias no Brasil, sendo que
61% atuam em aplicativos de mobilidade urbana que trabalham sem a
obrigatoriedade de comprovar se tomaram uma única dose de vacina contra a
Covid-19, ou completaram a cobertura vacinal...
Lembrem
também que lá nos Estados Unidos, o governo tornou obrigatória a vacinação de
todos os trabalhadores desde as microempresas até as gigantes como a Microsoft
e a Uber. Grande parte dos países europeus não impôs a vacinação anti-Covid,
por exemplo, nosso vizinho Portugal onde a imunização ainda é voluntária.
O assunto
é delicado realmente, mas não é tão difícil de resolver ou remediar, concorda?
O que quero colocar em discussão é o direito do passageiro e cliente desse meio
de transporte de decidirem se irão utilizar ou não esse serviço quando o
motorista não quiser, ou não puder comprovar que está imunizado ao menos
parcialmente contra a Covid19. Resumindo: transparência nessa situação, da
mesma maneira como os estudantes, professores, médicos, enfermeiros, motoristas
de transporte coletivo; trabalhadores nas usinas do Rio Madeira; funcionários
públicos e dezenas de outros profissionais foram “obrigados” a estarem
imunizados para desempenharem suas funções e receberem seus salários sem
colocar em risco á saúde das demais pessoas...
Sem
perseguição alguma a essa ou aquela categoria de trabalhadores, pois tenho
amigos, vizinhos e até parentes em outros estados que estão de forma exclusiva
ou temporária nos aplicativos de mobilidade. Entretanto, devemos convocar
alguns políticos de estimação eleitos no último pleito e nos anteriores à
pandemia para buscar uma solução democrática e legal para esse problema!
Para não deixar algo meio solto nessa questão, além da
situação vivenciada que compartilhei tem as informações básicas de formas de
contágio do coronavírus: por gotículas de saliva, por contato em superfícies
contaminadas, a proliferação em ambientes fechados parando por aí, pois muitos
outros se encaixam nesse meio de transporte que foi adotado por centenas de
pessoas no dia a dia pela praticidade, pelo valor, pelo tempo entre outras
vantagens. Mas, não devemos fingir que não vemos as desvantagens e
principalmente os riscos também!
Enfim... Hohoho Feliz Natal com muita saúde para todos!
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