Segunda-feira, 3 de outubro de 2022 - 08h10
“É
melhor acender uma vela que amaldiçoar a escuridão”, dizia o sábio chinês
Confúcio. Em seu primeiro discurso na ONU, o novo presidente colombiano,
Gustavo Petro, com não menos sabedoria, amaldiçoou o excesso de fogaréu: “A
Amazônia queima, senhores, enquanto vocês fazem a guerra e jogam com isso. A
floresta, pilar climático do mundo, some com toda a sua vida. A grande esponja
que absorve o gás carbônico do planeta está evaporando”.
Petro,
aliás, tem como presidente o papel de apagar os incêndios políticos em seu
país. Se conseguir, como ganhou a atenção do mundo com seu discurso, será um
exemplo para as demais nações consumidas pelo veneno da desunião via
polarização eleitoral. Mais importante que projetos pessoais, a grande tarefa
dos melhores homens públicos e líderes do empresariado será unir os povos da
região para tornar o pilar climático a via de mão dupla pela qual daqui emane
vida e saúde e dos povos agradecidos do hemisfério Norte venham recursos para
suprir a lacuna da infraestrutura e erradicar a pobreza.
Sem
isso, continuará a velha prática de perder tempo amaldiçoando familiares,
amigos e vizinhos por suas escolhas políticas ou religiosas enquanto a
escuridão avança na forma de atraso nacional, recaída em doenças já extintas,
criação de novos males, aumento da miséria e endividamento familiar e público.
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Eleições 2022
Como
sempre, as pesquisas foram desmentidas nas urnas no pleito de domingo em
Rondônia. O governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) ganhou apertado
de Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná). Jayme Bagatolli (PL-Vilhena) foi eleito ao
Senado desbancando a favorita Mariana Carvalho (Progressistas-PVH). Fernando Máximo
(União-Porto Velho) arrebentou a boca do balão com mais de 85 mil votos a Câmara
dos Deputados e o ex-presidente da Assembleia Legislativa Laerte Gomes (PSD-Ji-Paraná)
desbancou o favoritismo de Ieda Chaves (União-Porto Velho) e Alex Redano (Progressistas-Ariquemes)
para liderar o pódio do parlamentar mais votado do pleito.
Nova eleição
Mas
com o segundo turno teremos uma nova eleição a partir de agora e o candidato
oposicionista Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) em desvantagem, vai precisar buscar
reforços dos demais oposicionistas. Terá que vencer obstáculos, já que alguns
saíam magoados da peleja em busca da segunda vaga e podem fechar com o atual
governador, que agora não é mais favorito coisa nenhuma. Rogerio tem o apelo do
bairrismo, de ser o candidato do interior e precisa reverter derrotas pontuais
que teve em Porto Velho, o principal colégio eleitoral do estado e no Vale do
Jamari, outro forte reduto governista.
Saindo na frente
Na
campanha pouca coisa colou contra o inquilino do Palácio Rio Madeira. Uma chapa
exclusiva de Porto Velho, como mote dos adversários pouco rendeu no interior. A
declaração desastrada de Rocha de que Ariquemes e o Vale do Jamari não
precisavam de um hospital regional, nem relou. Eventuais lucros pessoais na
compra do hospital de campanha, a pedra fundamental politiqueira para a
construção do Euro, a falta de apoio para a rodoviária de Porto Velho também
foi ventilada, e olhe que a situação da saúde pública em Rondônia é uma lástima
e a segurança entrou em colapso. Rondônia virou terra sem lei e mesmo assim
Rocha saiu na frente, no primeiro turno.
Efeito manada
Como
em pleitos anteriores tivemos o efeito manada desequilibrando tudo, de forma
avalassadora e o marketing de Jaime Bagatolli ao lançar mão da gravação do
presidente Jair Bolsonaro pedindo votos ao simplório empresário vilhenense, que
até então levava bordoadas por todo lado pelas entrevistas caóticas na capital,
virou o jogo, de forma sensacional. Pense seu time estar perdendo até os 45
minutos do segundo tempo e aos 46 o artilheiro marcando o gol da vitória? Foi
de virada! Os carvalhos foram dormir comemorando uma possível vitória de
Mariana no domingo e tiveram o sabor amargo do revés ao final do domingo. Coisa
de louco!
As curiosidades
Ao
meio de toda a jornada, com os resultados na mão, pincei algumas curiosidades
do pleito. 1- O ex-governador Ivo Cassol confirmou a fama de pé frio. Não conseguiu
repassar votos para a sua mana e Jaqueline Cassol (PP-Cacoal) que acabou
amassada pela concorrência 2- O ex-senador Expedito Junior (PSD) mais uma vez
largou como favorito e levou pau. Também fica ratificada a sua condição de azarado
pois sempre larga na frente e depois desaba 3- As pesquisas mais uma vez erraram
feio. Desta vez acenavam para uma enorme diferença a favor Marcos Rocha contra
Rogério e a coisa ficou apertada e complicada. Projetavam vitória a Mariana,
mas quem ganhou a cadeira ao Senado foi Bagatolli. Mas a tradição de pesquisas
fakes foi mantida.
Via Direta
*** Foi uma nova onda bolsonarista no País, que
manteve o presidente Jair Messias nas paradas e especialmente em Rondônia com
os três candidatos ao governo estadual nas primeiras colocações, o senador
eleito, todos deputados federais, quase todos
estaduais e dois postulantes bolsonaristas no segundo turno *** Sem dúvidas as melhoras na economia, o Auxílio Brasil, a baixa nos
preços dos combustíveis e tantas outras benesses fizeram efeito na eleição
projetando Jair Bolsonaro que até então estava ameaçado de perder para Lula em
turno único *** Em Rondônia a Frente de Esquerda foi um desastre perdendo a
eleição em todos os níveis. Mas os petistas conseguiram eleger uma parlamentar
em pleno ninho bolsonarista, que é Ji-Paraná
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