Quinta-feira, 11 de janeiro de 2024 - 08h10
A
BR-319, que liga Porto Velho a Manaus, é uma das principais estradas do país.
Mais que por sua extensão – seus quase 900 quilômetros ficam muito aquém dos
4,6 mil km da BR-116 –, cortar uma das porções mais valiosas do planeta faz
dela alvo de interesse, necessidade e preocupação dos mais diferentes atores.
A
Câmara Federal, ao aprovar projeto de lei que considera a BR-319 como
infraestrutura crítica, proposta do deputado Maurício Carvalho (RO) e outros 14
parlamentares, permitirá o uso de recursos do Fundo Amazônia para promover o reasfaltamento
caso também passe no Senado e vire lei.
Sem
eufemismos, a situação da rodovia é uma bofetada na face da nação. Mostra com
toda crueza a incapacidade do Estado brasileiro de fazer a adequada conservação
de suas vias de comunicação. Mais, revela que o país trata a infraestrutura
como se fosse um brinquedo usado alegre e descuidadamente para ser posto de
lado quando enguiça ou quebra.
O
presidente Washinton Luís dizia que “governar é abrir estradas”, mas vai além
disso: tão importante quanto abri-las é providenciar os meios para seu reparo e
conservação. Depois que quebrado o brinquedo em uma infinidade de pedaços, a
BR-319 parece um moribundo à espera de transfusões e operações em todos os
órgãos. Quem a reconstruir terá o direito de dizer, na reinauguração: “Governar
é enfrentar os problemas e resolvê-los”.
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Sem oposição
Constato
que o governador Marcos Rocha (União Brasil) e o prefeito de Porto Velho Hildon
Chaves (PSDB) administram sem oposição. Além de construírem maioria absoluta nos
parlamentos dos legislativos municipal e estadual, eles contam com a comodidade
de tocar a vida sem opositores ferozes, como acontecia antigamente. Deputados e
vereadores não fiscalizam, a imprensa esta domesticada e a oposição é mixuruca.
O PT virou pó, nem lembra os tempos de Roberto Sobrinho, que aterrorizava prefeitos
e governadores. Um quadro favorável para as gestões situacionistas nos âmbitos
do Prédio do Relógio e do Centro Político e Administrativo.
Boa articulação
O
cenário favorável para administrar de ambos mandatários também é fruto de boas
articulações nas esferas dos legislativos estadual e municipal. E mesmo
enfrentando uma pandemia que deixou grandes estados e suas capitais no chão,
Marcos Rocha e Hildon Chaves não deixaram de pagar o funcionalismo em dia e
honrar os compromissos com os fornecedores. Não é pouco numa capital e num
estado, que apesar do crescente agronegócio, ainda é muito dependente da economia
do contracheque. Por último, numa cidade tradicionalmente tão dividida
politicamente, administrar sem solavancos é uma dádiva misturada com pitadas de
eficiência.
O pau cantava
Que
os jovens aldeões rondonienses, apreciadores do Rock, do Gospel, ou do gênero
sertanejo universitário, não pensem que sempre foi assim tão calmo. O próprio
governador Jorge Teixeira, considerado nosso herói da transformação do
território federal em estado, embora detentor de tanta popularidade, lembrado até
hoje, comeu o pão que o diabo amassou com a oposição. Na falta de falhas, culpas
ou responsabilidades, se inventava. Botaram (os opositores) na conta dele até o
assassinato do defensor dos pobres e oprimidos, Agenor Martins de Carvalho,
cuja elucidação do crime inocentou inteiramente a memória de Teixeirão.
Vida fácil
Os
governadores, na verdade, nunca tiveram a vida fácil face ao divisionismo
rondoniense. Os prefeitos até a década de 90, dependiam dos governadores para pagar
o funcionalismo e tocar alguma obra. Não bastasse viver sob as chibatadas dos governadores,
os alcaides ainda tinham sempre oposições raivosas. Tratando-se de governadores,
cada troca dos grupos políticos se alternando no antigo Paço Presidente Vargas,
o grupo perdedor sabotava quem assumia o comando com seus deputados federais e
senadores. E a oposição fazia um fogaréu, seja do lado do PDS ou do MDB, ou de
seus partidos sucedâneos. Inimigos políticos eram exilados para Costa Marques,
na época considerado um desterro.
Uma nova imagem
Aos
poucos Rondônia vai construindo uma nova imagem, depois de anos envolta em
tantos escândalos políticos e administrativos Cidades como Porto Velho, Ariquemes,
Ji-Paraná, Cacoal, Vilhena e Rolim de Moura, dão um belo tom de modernidade ao
estado. O agronegócio floresce como nunca. Preocupante mesmo, neste estágio de
desenvolvimento, como um contraponto, são os baixos indicativos de abastecimento
de água e esgoto nos municípios, o crescimento insidioso do narcotráfico, a
falta de fiscalização das empreiteiras que abandonam obras com os bolsos
estufados.
Via Direta
*** Os anos vão passando e a inauguração
das reformas da Estrada de Ferro Madeira Mamoré não acontece. Será que tem coisa
enrolada por aí entre a empreiteira e as esferas federais? *** A fiscalização
sanitária vai agir com mais rigor contra os supermercados e mercadinhos infratores
em defesa dos pobres consumidores. Neste cenário se desconfia que tem gente
vendendo carne abatida em matadouros clandestinos *** Finalmente o governo brasileiro solicitou ao Ministério da Justiça
um plano efetivo para combater o tráfico nas fronteiras. Em Rondônia os cartéis
já tomaram conta do pedaço *** Em Porto Velho centenas de jovens vivem da
venda de papelotes de drogas, numa disputa.
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