Quinta-feira, 23 de maio de 2024 - 07h55
Parece
um enredo de filme: recolher as plantas que os pajés amazônicos mais usam em
suas curas e rituais e aplicar os princípios ativos em minicérebros enviados ao
espaço. Até é possível quer alguém ainda venha a se inspirar na realidade para
criar um enredo repleto de sustos e reviravoltas, principalmente porque uma das
plantas é o cipó mariri/jagube (Banisteriopsis caapi), o principal ingrediente
do chá ayahuasca, mas por enquanto vale a realidade, por incrível que pareça.
Primeiro
cientista brasileiro escalado para ir ao espaço, Alysson Muotri, pesquisador
com células-tronco, vai estudar na Estação Espacial Internacional (ISS), a
partir do ano que vem, o potencial terapêutico de plantas amazônicas. Vai isolar
moléculas das substâncias de plantas com potencial terapêutico e as testar em
minicérebros. Nada a ver com os velhos ritos da tribo amazônica Shuar, que
encolhiam as cabeças dos inimigos: os minicérebros são criados para testar o
impacto de substâncias no ser humano, poupando o cérebro real de experiências
que podem não dar certo.
Não
há nada de novo em criar pedaços semelhantes a órgãos humanos para testes. As
primeiras técnicas para criar organoides datam dos anos 1950. Com o avanço da
ciência, desde 2008 os cientistas já usam organoides mais complexos, inclusive
o cérebro. O novo, neste caso, está em levar os minicérebros ao espaço e
testá-los com as plantas prediletas dos nossos pajés.
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Que fria I
O
PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, definiu candidatura própria do partido em
Porto Velho e o nome escolhido foi o do deputado federal coronel Chisóstomo.
Que fria! Nem o mito vai conseguir levantar esta candidatura por aqui, mais
pesada do que um cargueiro da FAB. E se ganhar de Mariana (União Brasil) e Leo Moraes
(Podemos), que estão polarizando nesta largada, prometo comer a coluna impressa
do Diário com farofa, sem direito a fazer cara feia. De tão indigesta é esta candidatura
que até o senador Jaime Bagatolli do seu próprio partido, está frequentando
eventos de outros lançamentos, como foi o caso de Valdir Vargas Junior, do PP. Que
fria, Bolsonaro!
Que fria II
Se
Bolsonaro deve se preocupar com um vexame com o candidato do seu partido em Porto
Velho, o mesmo deve acontecer com a candidata de Lula, que é a ex-senadora
Fatima Cleide, morando em Brasília onde ocupa cargo no gabinete do atual presidente.
O PT em Porto Velho se transformou num partido nanico, nem vereador tem mais na
Câmara de Vereadores. Tampouco deputado estadual na Assembleia Legislativa e
deputado federal no Congresso Nacional. É um partido rejeitado por aqui, depois
de um auge quando teve deputados federais, uma senadora, quatro deputados
estaduais e muitos vereadores. Que fria, Lula!
Não esquentou
Ao contrário
de capitais onde já está acontecendo até debates entre os candidatos as prefeituras,
em Porto Velho a campanha não esquentou, talvez pela falta de definições no
cenário local. Existe quase uma dúzia de pretendentes, mas ninguém se mexe,
aguardando o lançamento das campanhas de ponteira, leia-se de Mariana e Leo Moraes.
O primeiro desafio desta massa de pretendentes é quebrar a polarização inicial
entre os dois nomes mais citados nas sondagens e isto não é uma tarefa fácil.
Como Porto Velho é dada a provocar zebras, eu até arrisco dizer que um destes
dois favoritos – Mariana ou Leo Moraes_- pode não alçar ao previsível segundo
turno. Todo cuidado é pouco na reta final.
Previsões 2024
A
mídia cassolista projeta a eleição de dúzias de prefeitos e dezenas de vereadores
em Rondônia pelo PP nas eleições municipais deste ano com vistas ao pleito de
2026 quando ele pretende voltar ao Centro Político e Administrativo que ele
construir na década passada. Se de um lado tem sido um pé frio na eleição de prefeitos
ao longo de sua trajetória, Cassol nunca precisou de alianças para se eleger
governador. Ao contrário, já ganhou eleição ao governo sozinho, contra tudo e
contra todos unidos para lhe derrubar. Por conseguinte, eleger tantos prefeitos
nem lhe será preciso.
Novo ciclo
Depois
de vivenciar importantes ciclos na sua economia, desde o garimpo das pedras
preciosas, da cassiterita, do ouro, depois por último, o ciclo das usinas, o
município de Porto Velho chega ao ciclo do agronegócio, um segmento consistente
de economia, com a liderança do município na produção de soja, leite, pecuária
de corte e milho. Com isto não se pode mais dizer que Porto Velho depende da indústria
do contracheque, pois com tanta exportação a arrecadação a capital e o governo
do estado tem mantido a regularidade no pagamento dos servidores e fornecedores.
A única coisa que incomoda é a migração. Muita gente deixando Porto Velho.
Milhares de imóveis a venda.
Via Direta
*** Nas
principais capitais, as disputas mais empolgantes, com reflexos nas
eleições gerais de 2026 acontecem em São Paulo e no Rio de Janeiro ***Em São Paulo, a
briga entre o lulopetismo e bolsonaristas começa a ferver desde já com Boulos x
Nunes *** Em Rio Branco, os bolsonaristas
que defendem o atual prefeito Tião Bocalon, tem um adversário à altura, o ex-petista
Marcus Alexandre, que disputa a prefeitura pelo MDB *** O MDB de Porto Velho
espera quebrar a polarização inicial entre os candidatos Mariana Carvalho
(União Brasil) e Leo Moraes (Podemos) com um grande lançamento da sua pré-candidata
Euma Tourinho, com grande potencial de crescimento.
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