Domingo, 17 de dezembro de 2023 - 07h20
“O
que é um nome?” Na famosa peça de William Shakespeare, Julieta procura contornar
a polarização entre as famílias Capuleto e Montecchio fazendo essa pergunta ao
amado Romeu. Julieta buscava harmonizar as famílias de nomes diferentes, mas o
governador do Amazonas, Wilson Lima, resolveu peitar a gigante Amazon, de Jeff
Bezos, pela suposta ousadia de usar o mesmo nome do Estado do Amazonas e, por
extensão, da Amazônia.
“Quanto
é que a gente ganha por isso? A gente tem que saber, esse é um dos
questionamentos que a gente vai fazer lá” (na Cop28, em Dubai), disse o
governador. A empresa não é humana, mas Bezos é humano e não é indiferente a
questionamentos. Acusados (ele e a empresa) de asfixiarem os trabalhadores que
lhes prestam serviços, Bezos prometeu doar a grande maioria de sua fortuna à
filantropia. Diante disso, pode ser que o governador amazonense consiga abordar
o ricaço com um apelo que nem signifique pôr o homem na parede nem subserviente
mendicância.
O
melhor jeito é propor parceria. Se houver um bom projeto nesse sentido, Bezos
talvez aceite a proposta. Ele já se determinou a ceder US$ 10 bilhões ao longo
de 10 anos para o Fundo Bezos Earth, que combate os efeitos das mudanças
climáticas. Se Bezos se sentir acuado, dirá a Lima para procurar o Fundo. Se
gostar da abordagem, talvez aceite a parceria proposta pelo governador. Depende
se a abordagem será suave e gentil ou uma joelhada.
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Nossas reviravoltas
Já
era possível entender na primeira eleição geral de Rondônia, em 1982, quando
ainda não havia eleição ao governo estadual, que aqui era a terra das
surpresas. Tampouco poderia se imaginar, por exemplo, no pleito daquele ano que
o então deputado federal Jeronimo Garcia de Santana (MDB) perderia a eleição ao
Senado. Numa disputa onde o governador Teixeirão conseguiu emplacar as três
cadeiras ao Senado, 5 vagas (das oito) a Câmara dos Depurados) e 15 dos 24
deputados estaduais. Foi um caso onde os governistas fizeram barba, cabelo e
bigode pelo PDS.
O troco de Bengala
Mas
nas eleições de 1986, o PDS montou uma chapa considerada imbatível em Rondônia
ao governo e ao Senado. Tinha como postulante ao Palácio Presidente Vargas, o
senador mais votado de 1982, Odacir Soares e como vice, o deputado estadual
mais votado e ex-presidente da Assembleia Legislativa José de Abreu Bianco. Mas
beneficiado pelos ventos favoráveis da Aliança Democrática de Tancredo Neves,
na esfera federal, Jerônimo, o popular Bengala, virou o jogo e foi o primeiro
governador do estado eleito pelo voto direto, tendo como vice Oestes Muniz.
Nova reviravolta
Quatro
anos depois, em 1990, tudo apontava para a eleição do senador Olavo Pires para
governar Rondônia, num pleito que seguiu para segundo turno num embate com
Valdir Raupp. No entanto, houve o assassinato de Olavo e com isto foram ao segundo
turno Valdir Raupp (Rolim de Moura) e Oswaldo Piana Filho (Porto Velho) terceiro
colocado, e numa das maiores reviravoltas políticas no estado, o deputado estadual
Oswaldo Piana levou a melhor conquistando o governo estadual. Piana chegou ao
governo com uma forte aliança alicerçada na popularidade dos então prefeitos
Chiquilito na capital e José Bianco em Ji-Paraná.
Baita virada
E
como não lembrar a baita virada de Valdir Raupp (Rolim de Moura) sobre
Chiquilito Erse (Porto Velho), nas eleições de 1994? Chiquilito era o grande
favorito e as próprias convenções partidárias indicavam na capital Chiquilito
com larga vantagem. Acompanhei as duas convenções e ninguém sequer queria ser
candidato a vice – acabou sendo Aparício Carvalho - de Raupp tamanha era a
descrença no nome do ex-prefeito de Rolim derrotado em 1990. No entanto, Raupp
virou o jogo, numa vitória sensacional em cima da aliança “Rondônia com Fé”
cuja base se ruiu em desavenças internas durante a campanha.
Favorito tomba
A
eleição ao governo estadual de 1998 marcaria uma nova reviravolta. O governador
Valdir Raupp era o grande favorito, depois da vitória sobre Chiquilito e chegou
a cooptar o apoio do ex-prefeito da capital. A jornada começava com uma
polarização de Raupp com o prefeito de Vilhena Marcos Donadon. Na sequência da
campanha, a base de Raupp, misturando água com vinho se esvaiu. Bianco que
tinha começado a campanha em quarto lugar, subiria ao pódio ainda no primeiro
turno e ratificaria a vitória em segundo turno. Raupp foi mais um favorito
tombando, na terra onde os favoritos já estão acostumados a levar peia. Falo
das eleições seguintes na semana que vem.
Via Direta
*** Cogita-se nos bastidores políticos
da capital a transferência do grupo político do ex-prefeito e ex-deputado Mauro
Nazif para o MDB, que vai reforçando as paliçadas para as eleições municipais
sob o comando de Jean de Oliveira e Willians Pimentel *** Tem um baita
enguiço para nas eleições municipais em Porto
Velho para o ano que vem no quesito de resistências de segmentos eleitorais *** A ex-deputada Mariana Carvalho
(Progressistas) sofre alguma resistência do segmento evangélico, já o atual
deputado federal Fernando Máximo (PL) padece com a comunidade GLTB que está em pé de guerra com
o parlamentar conservador *** Uma oportunidade para o surgimento de uma
terceira via...
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