Segunda-feira, 19 de setembro de 2022 - 08h37
Coxinhas
ou mortadelas, não importa a dieta duvidosa que alguém cultive, todos sabem que
há no exterior uma enxurrada de notícias negativas sobre o Brasil. Não importa
quem acuse quem do quê, acima de tudo e de todos há uma consequência evidente
de tanta negatividade: isso prejudica o Brasil e vai atrapalhar o próximo
governo por longo tempo.
Na
era das fake news e fofocas elevadas a filosofia, os maliciosos, quando não têm
más notícias reais, inventam. Mas isso, apesar de iludir os desinformados e irar
os convertidos, não atrapalha o país lá fora. O que atrapalha é a checagem da
má notícia verificá-la como verdadeira. A piora nas queimadas e no
desmatamento, por exemplo. Mesmo que alguém alegue a queima de uma São Paulo a
mais ou campos de futebol extras desmatados, a checagem aponta piora real
nesses índices.
Investidores
se informam contratando consultorias de renome. Clientes conscientes pesquisam
o que consomem e rejeitam produtos provenientes de regiões onde se pratica
genocídio e destruição ambiental. Turistas não viajam para regiões onde balas
perdidas alcançam crianças dentro dos próprios lares. Quando eles veem no
MapBiomas que a Amazônia perdeu 14,5% de superfície de água nos últimos 20 anos,
a imagem mental que fazem é do Rio Amazonas seco e a vitória-régia transformada
em régia derrota.
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Grande virada
Com
seus direitos resgatados pela justiça, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) volta ao
horário gratuito liberado para a utilização dos recursos oriundos do fundo
eleitoral. Uma grande mobilização começou em todo o estado para uma virada,
numa corrida de recuperação do senador para garantir sua reeleição. A capital
tem sido prioritária com caminhadas nos grandes centros comerciais da Jatuarana,
7 de Setembro e Amador dos Reis, como mostra a tradição em campanhas por aqui.
Na região central, onde concentra grande reduto, as paliçadas foram reforçadas
para as últimas duas semanas de campanha.
Voto útil
Já
se vê boa parte do eleitorado usando voto útil nas eleições presidenciais
favorecendo o petista Luís Inácio Lula da Silva. Neste momento o eleitor
antibolsonarista está escolhendo o nome em melhores condições de derrotar o
atual presidente e os candidatos mais atingidos pela opção são Ciro Gomes
(PDT-CE) e Simone Tebet (MDB-MS). Não se sabe se com isto Lula pode encaminhar
uma vitória consagradora em primeiro turno. Em 2018 o voto útil foi usado em
favor de Bolsonaro, com o reforço da facada recebida em Juiz de fora, sendo considerado
a melhor opção antipetista.
Herança cassolista
As
duas pesquisas divulgadas no final de semana, de diferentes institutos,
sinalizam que o principal beneficiário dos eleitores do ex-governador Ivo Cassol
(PP-Rolim de Moura) que desistiu da peleja acabaram nas mãos do atual
governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho). Rocha não tem apenas a preferência
dos cassolistas, também está recebendo o apoio bolsonarista majoritariamente,
numa disputa com o Senador Marcos Rogério, considerado incialmente mais próximo
do presidente por sua devoção canina no Congresso Nacional. De qualquer forma o
bolsonarismo deve contar com dois candidatos no previsível segundo turno.
Uma tendência
Com
Lula ratificando a liderança na corrida presidencial, a tendência é que Daniel Pereira,
o candidato dos petistas pelo menos suba nas pesquisas nestas duas semanas que
antecedem a eleição. No caso de Marcos Rogério, ele é o único candidato do
interior e isto faz a diferença em favor dele num interior sabidamente
bairrista. E por último é difícil este papo de vitória de algum candidato em primeiro
turno em Rondônia. Mesmo porque as eleições por aqui são sujeitas a
reviravoltas e aos efeitos manadas que ocorrem somente nos últimos dias do
pleito.
A fragmentação
A
fragmentação de votos nas disputas para Assembleia Legislativa em Porto Velho
tem sido enorme e por isto costumeiramente os postulantes da capital perdem o
pódio de mais votados para municípios do interior, mais unidos. No pleito de
2018 por exemplo, um candidato com mais de 10 mil votos na capital foi raro e a
tendência agora exceto raras exceções –talvez Yeda Chaves – os campeões de
votos na peleja despontarem na roça. Mas em algumas coisas são previsíveis: da Câmara
de Vereadores de Porto Velho emergem pelo menos dois ou três deputados estaduais
por legislatura derrubando parlamentares locais do poleiro.
Via Direta
***
Nos últimos pleitos já tivemos casos de renovação de até 70 por cento dos
cargos eletivos na Assembleia Legislativa. Infelizmente não tem sido uma renovação
dos quadros políticos saudável ***. A
atual legislatura, por exemplo, teve vários episódios de deputados cassados,
outros com os registros indeferidos para disputar a eleição e tantos e outros
seguem enrolados com a justiça como se trata do deputado propineiro Eurípedes
Lebrão *** Bons tempos de parlamentares com qualidade e longe de rolos,
como Amir Lando, José Bianco, Tomás Correia, Amizael Silva, Walderedo e outros
que proporcionavam mais lucidez nos debates *** A militância da Frente Democrática
está nas ruas para reforçar a campanha
de Daniel Pereira ao governo estadual. Elke enfaiza seus projetos para a saúde,
segurança pública e educação.
Muitos petistas prestigiando a posse do novo prefeito em busca de alguma boquinha
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