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Carlos Sperança

Juntos e misturados + Fazendo efeito + Ventos soprando + Mariana Carvalho, vai fazer muita falta


Juntos e misturados + Fazendo efeito + Ventos soprando + Mariana Carvalho, vai fazer muita falta - Gente de Opinião

Juntos e misturados

Inflado pela corrupção que envolveu líderes de grandes partidos, o Fundão Eleitoral balizou boa parte da futura composição do Congresso. Síntese da operação preparada desde a Constituinte de 1987 na aliança entre moderados do MDB e progressistas da ex-Arena, o chamado Centrão mais uma vez foi o grande vencedor das eleições gerais brasileiras de 2022.

Há eleitos agrupados no Centrão sem interesse em malandragens. São conservadores sinceros baseados em vínculos religiosos e convicções moralistas. Temem a tecnologia que supõem ser a causa das famílias se esfarelando, em movimento que introjeta para o recinto dos lares a polarização político-social. Mas há muitos casos em que os eleitos cultivam os piores traços do Centrão: o jeitinho, a “Lei de Gérson”, o tráfico de influência, informações privilegiadas, repressão sobre concorrentes e adversários, o desprezo ao sofrimento dos pobres.

As eleições não mostraram divisão clara entre centristas sinceros, que defendem avançar com estabilidade, e os oportunistas que sob disfarces religiosos ou moralistas defendem interesses de clãs, seitas, quadrilhas ou máfias. O caráter de cada um será posto à prova no exercício do mandato. Alguns líderes ligados à corrupção não se elegeram, mas muitos sobreviveram plantados no Fundão e no orçamento secreto. O futuro dirá até quando conseguirão se equilibrar na corda bamba até enfim cair.

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Eleições 2022

Em 30 de outubro temos eleições do segundo turno a Presidência da Republica, no governo do estado e a eleição suplementar em Vilhena para suprir a vaga do prefeito cassado Eduardo Japonês. No plano nacional, com Lula e Bolsonaro numa disputa encarniçada e imprevisível, mas com a vantagem de Lula em cinco milhões de votos no primeiro turno. No âmbito estadual, o governador Marcos Rocha (UB) que acreditava em vitória em turno único deixou o seu oposicionista Marcos Rogério (PL) se aproximar perigosamente e já vê seu projeto de reeleição comprometido. Em Vilhena na eleição suplementar temos um novo confronto entre os clãs Donadon e Goebel pelo Paço Municipal.

Fazendo efeito

O bombardeio contra o governador Marcos Rocha na campanha do primeiro turno no Vale do Jamari deu certo e com isto o senador Marcos Rogério levou a melhor em Ariquemes, Machadinho e Buritis, principais redutos eleitorais da região. Como se sabe, Marcos Rocha tinha declarado que Ariquemes e o Vale do Jamari não precisavam de um hospital regional porque ficava perto da capital e com isto é bem atendida. A população se revoltou e nem o apoio da prefeita Carla Redano, do presidente da Assembleia Legislativa Alex Redano, de Thiago Flores, dos Follador e outras lideranças regionais deu jeito na coisa e Rocha perdeu um dos grandes redutos de campanha para o segundo turno.

Ventos soprando

A campanha ao segundo turno tem os ventos soprando favoravelmente ao senador Marcos Rogério (PL) que deve reverter o resultado negativo do primeiro turno inclusive em Porto Velho com os recentes apoios recebidos. A destacar também  na campanha a liderança do ex-presidente da Assembleia Legislativa Neodi Carlos no Vale do Jamari, apoiando Marcos Rogério ao governo e decisivo na vitória de Jayme Bagatolli ao Senado. Neodi demonstrou que tem muita bala na agulha ainda e deve voltar ao cenário político rondoniense no futuro.

Grave prejuízo

A derrota da deputada federal Mariana Carvalho (Progressistas) ao Senado é uma grave perda para Porto Velho que não elege senador há muito tempo. Ocorre que foi a deputada federal que mais destinou recursos para a capital nos últimos anos e o ponto de partida para a construção da nova rodoviária da capital foi da sua iniciativa e sem ela não teria sequer um projeto em andamento já que foram pelo menos três anos de jogo de empurra entre o governador Marcos Rocha e o prefeito Hildon Chaves. Também é da sua inciativa destinação de recursos a avenida estrutural ligando os bairros Ulysses, Ronaldo Aragão e Marcos Freire a BR 364 na Zona Leste, dotada de equipamentos de lazer já em construção. Vai fazer muita falta, mana.

Outras perdas

Infelizmente capital teve outras perdas nas eleições em 2022. Uma das mais lamentadas foi a do deputado federal Mauro Nazif, que em vista de uma operação cardíaca pouco conseguiu percorrer os municípios pelo problema de mobilidade. Perde o funcionalismo com seu grande representante, perde a capital pela falta de um zeloso parlamentar e longe da corrupção. Infelizmente a reposição de lideranças na capital não teve qualidade. Mariana foi substituída por Cristiane, ainda inexperiente para o Congresso. Mauro Nazif trocado por Mauricio, que não conta com o mesmo preparo. Os novos vão precisar de tempo para se encaixar.

 

Vias Direta

***Acusado de sabotar o hospital do Câncer, quando secretário da saúde, Fernando Máximo deu a volta por cima e foi o campeão de votos a Câmara dos Deputados *** Foi uma resposta da sua integridade, ao seu valor e já se torna agora uma liderança promissora com qualidade na capital *** O prefeito de Ouro Preto do Oeste Textoni apoiou Lucio Mosquini a federal e Laerte Gomes a estadual. Ambos foram eleitos com votações expressivas *** Os deputados cassados até lançaram nomes de parentes a Assembleia Legislativa, mas poucos tiveram sucesso *** Dos clãs políticos, vários candidatos levaram bordoadas. O clã dos Muletas não reelegeu Dorinha, o clã Amorim não elegeu a estadual a ex-prefeita de Alto Paraiso Helma (que era a mais competente e íntegra da dinastia) *** O clã Donadon reelegeu Rosangela, mas Rosani a federal dançou. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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