Quinta-feira, 6 de outubro de 2022 - 08h15
Inflado
pela corrupção que envolveu líderes de grandes partidos, o Fundão Eleitoral
balizou boa parte da futura composição do Congresso. Síntese da operação
preparada desde a Constituinte de 1987 na aliança entre moderados do MDB e
progressistas da ex-Arena, o chamado Centrão mais uma vez foi o grande vencedor
das eleições gerais brasileiras de 2022.
Há
eleitos agrupados no Centrão sem interesse em malandragens. São conservadores
sinceros baseados em vínculos religiosos e convicções moralistas. Temem a
tecnologia que supõem ser a causa das famílias se esfarelando, em movimento que
introjeta para o recinto dos lares a polarização político-social. Mas há muitos
casos em que os eleitos cultivam os piores traços do Centrão: o jeitinho, a “Lei
de Gérson”, o tráfico de influência, informações privilegiadas, repressão sobre
concorrentes e adversários, o desprezo ao sofrimento dos pobres.
As
eleições não mostraram divisão clara entre centristas sinceros, que defendem avançar
com estabilidade, e os oportunistas que sob disfarces religiosos ou moralistas defendem
interesses de clãs, seitas, quadrilhas ou máfias. O caráter de cada um será
posto à prova no exercício do mandato. Alguns líderes ligados à corrupção não
se elegeram, mas muitos sobreviveram plantados no Fundão e no orçamento
secreto. O futuro dirá até quando conseguirão se equilibrar na corda bamba até enfim
cair.
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Eleições 2022
Em
30 de outubro temos eleições do segundo turno a Presidência da Republica, no
governo do estado e a eleição suplementar em Vilhena para suprir a vaga do
prefeito cassado Eduardo Japonês. No plano nacional, com Lula e Bolsonaro numa
disputa encarniçada e imprevisível, mas com a vantagem de Lula em cinco milhões
de votos no primeiro turno. No âmbito estadual, o governador Marcos Rocha (UB)
que acreditava em vitória em turno único deixou o seu oposicionista Marcos Rogério
(PL) se aproximar perigosamente e já vê seu projeto de reeleição comprometido.
Em Vilhena na eleição suplementar temos um novo confronto entre os clãs Donadon
e Goebel pelo Paço Municipal.
Fazendo efeito
O
bombardeio contra o governador Marcos Rocha na campanha do primeiro turno no Vale
do Jamari deu certo e com isto o senador Marcos Rogério levou a melhor em Ariquemes,
Machadinho e Buritis, principais redutos eleitorais da região. Como se sabe,
Marcos Rocha tinha declarado que Ariquemes e o Vale do Jamari não precisavam de
um hospital regional porque ficava perto da capital e com isto é bem atendida.
A população se revoltou e nem o apoio da prefeita Carla Redano, do presidente
da Assembleia Legislativa Alex Redano, de Thiago Flores, dos Follador e outras
lideranças regionais deu jeito na coisa e Rocha perdeu um dos grandes redutos
de campanha para o segundo turno.
Ventos soprando
A
campanha ao segundo turno tem os ventos soprando favoravelmente ao senador
Marcos Rogério (PL) que deve reverter o resultado negativo do primeiro turno
inclusive em Porto Velho com os recentes apoios recebidos. A destacar também na campanha a liderança do ex-presidente da Assembleia
Legislativa Neodi Carlos no Vale do Jamari, apoiando Marcos Rogério ao governo
e decisivo na vitória de Jayme Bagatolli ao Senado. Neodi demonstrou que tem
muita bala na agulha ainda e deve voltar ao cenário político rondoniense no
futuro.
Grave prejuízo
A
derrota da deputada federal Mariana Carvalho (Progressistas) ao Senado é uma
grave perda para Porto Velho que não elege senador há muito tempo. Ocorre que
foi a deputada federal que mais destinou recursos para a capital nos últimos
anos e o ponto de partida para a construção da nova rodoviária da capital foi
da sua iniciativa e sem ela não teria sequer um projeto em andamento já que
foram pelo menos três anos de jogo de empurra entre o governador Marcos Rocha e
o prefeito Hildon Chaves. Também é da sua inciativa destinação de recursos a
avenida estrutural ligando os bairros Ulysses, Ronaldo Aragão e Marcos Freire a
BR 364 na Zona Leste, dotada de equipamentos de lazer já em construção. Vai
fazer muita falta, mana.
Outras perdas
Infelizmente
capital teve outras perdas nas eleições em 2022. Uma das mais lamentadas foi a do
deputado federal Mauro Nazif, que em vista de uma operação cardíaca pouco
conseguiu percorrer os municípios pelo problema de mobilidade. Perde o
funcionalismo com seu grande representante, perde a capital pela falta de um
zeloso parlamentar e longe da corrupção. Infelizmente a reposição de lideranças
na capital não teve qualidade. Mariana foi substituída por Cristiane, ainda
inexperiente para o Congresso. Mauro Nazif trocado por Mauricio, que não conta
com o mesmo preparo. Os novos vão precisar de tempo para se encaixar.
Vias Direta
***Acusado de sabotar o hospital do Câncer,
quando secretário da saúde, Fernando Máximo deu a volta por cima e foi o
campeão de votos a Câmara dos Deputados *** Foi uma resposta da sua integridade, ao seu
valor e já se torna agora uma liderança promissora com qualidade na capital *** O prefeito de Ouro Preto do Oeste Textoni
apoiou Lucio Mosquini a federal e Laerte Gomes a estadual. Ambos foram eleitos
com votações expressivas *** Os deputados cassados até lançaram nomes de
parentes a Assembleia Legislativa, mas poucos tiveram sucesso *** Dos clãs políticos, vários candidatos
levaram bordoadas. O clã dos Muletas não reelegeu Dorinha, o clã Amorim não
elegeu a estadual a ex-prefeita de Alto Paraiso Helma (que era a mais
competente e íntegra da dinastia) *** O clã Donadon reelegeu Rosangela, mas
Rosani a federal dançou.
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