Quinta-feira, 29 de setembro de 2022 - 08h12
O
pior que pode acontecer na floresta é a Lei da Selva. Se o crime e a
prevaricação prevalecerem nos próximos anos como vêm prejudicado o país há
séculos, o Brasil deixará de ser a pátria que salvou o mundo para ser visto
mundialmente como o país-pária que permitiu a piora do clima no planeta.
O
que cada um, como cidadão, familiar, trabalhador ou dono de empresa e
contribuinte pode fazer, se até as autoridades se veem em dificuldades para
aplicar as leis? Em primeiro lugar, não ceder à ilusão autoritária, o conceito enganoso
de que todos precisam só votar e aguardar que um gênio da lâmpada presente na
mobília dos governantes depois de três anos e nove meses de mandato finalmente
cumpra o prometido na campanha eleitoral.
O
voto a cada quatro anos para trocar o que não funciona hoje por algo que não
funcionou antes ou nem se sabe se vai funcionar no futuro é insuficiente. Há tarefas
diárias a ser cumpridas por cidadãos, entidades, empresas e movimentos sociais
que precisam ir para muito além do voto quatrienal.
Exigir
a regulamentação estatal para que as empresas se interessem e assim as
políticas de emissão zero se tornem uma ideia-força na sociedade e no conjunto
da economia, por exemplo. Pesquisa recente do YouGov encomendada pelo Instituto
de Liderança em Sustentabilidade da Universidade de
Cambridge (Inglaterra) apontou que essa é a tarefa da hora.
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Eleições 2022
Cerca
de 1.200.000 eleitores vão às urnas nestas eleições de domingo, com os
principais colégios eleitorais decisivos para a eleição do novo govenador, pela
única vaga ao Senado em disputa, das oito cadeiras a Câmara dos Deputados e das
24 cadeiras a Assembleia Legislativa de Rondônia. Pela ordem, Porto Velho,
Ji-Paraná, Ariquemes, Cacoal e Vilhena contabilizam os maiores eleitorados,
sendo a capital com seus quase 350 mil votantes o principal foco na disputa
nestes últimos dias de campanha. Ela conta com quase um terço do eleitorado
rondoniense.
Eleição Suplementar
Neste
mês de outubro, também teremos uma eleição suplementar para o cargo vago do prefeito
cassado em Vilhena, com seus quase 70 mil eleitores. O pleito coloca em
evidencia mais uma vez a disputa entre os dois clãs políticos da região. De um
lado o clã Donadon, formado desde a década de 80, que já elegeu vários
prefeitos da família. De outro lado o clã Goebel que detinha o poder nas mãos
desde a eleição do prefeito Eduardo Japonês (PV). Os dois clãs também brigam por
cadeiras a Assembleia Legislativa e a Câmara Federal neste 2 de outubro.
Guerra de pesquisas
Com
uma guerra de pesquisas para influenciar o eleitorado nestes últimos dias, com resultados
dispares para inflar as intenções de votos de uns e reduzir as chances dos
outros, o rondoniense vai as urnas num dos três estados mais bolsonaristas do
País. Rondônia, Acre e Roraima devotam a figura do mito na Amazonia, enquanto
que os estados mais populosos, do Amazonas e do Pará mostram o presidenciável
Lula na frente, a largos passos de distância. Em Rondônia três candidatos
bolsonaristas, com dois lulistas disputam duas vagas ao previsível segundo
turno. A reta de chegada pode ser empolgante.
Muitas surpresas
Mesmo
com alguns atuais deputados estaduais exibindo favoritismo, a Assembleia Legislativa
deverá ser foco da maior renovação dos últimos tempos. Muitos deputados
cassados – o último é Jair Montes (Avante) que estava bem estruturado para a reeleição
– e tantos outros envolvidos em escândalos de propinas e até agora impunes. Por
conseguinte, vem aí muitas surpresas, outras não -como Ieda Chaves (UB-Porto
Velho) que dá pinta de ser uma das mais votadas – já que vereadores predadores
sempre conseguem tomar algumas cadeiras a cada pleito.
Pelo caminho
Na
eleição 2022 ao governo do estado, muitos candidatos ficaram pelo caminho. O
ex-prefeito de Porto Velho José Guedes (PSDB) foi sabotado pela própria legenda
e não conseguiu viabilizar sua postulação. O ex-governador Ivo Cassol (PP-Rolim
de Moura) favorito para a disputa renunciou à candidatura com empecilhos na
justiça eleitoral. O atual prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) optou
pela desistência formalizando aliança com o governador Marcos Rocha (União
Brasil). Na disputa ao Senado a ausência mais marcante é do ex-ministro Amir
Lando, barrado no MDB.
Via Direta
*** Numa peleja acirrada nos últimos
dias, Mariana Carvalho (PSDB-Porto Velho), Acir Gurgacz (PDT-Ji-Paraná), Expedito
Junior (PSD-Rolim de Moura), Jaime Bagatolli (PL-Vilhena) e Jaqueline Cassol (PP-Rolim
de Moura) chegam a reta final fazendo as contas para galgar a única cadeira ao Senado
***
Se vê uma regionalização das candidaturas. A conta do senador Acir Gurgacz,
para se reeleger, por exemplo, é ganhar bem em Ji-Paraná e região e beliscar
boas posições em Porto Velho e no Vale do Jamari *** Por sua vez, a conta de Mariana Carvalho é manter a liderança na
capital e no Vale do Jamari e de apostar na fragmentação dos votos dos demais
candidatos que são do interior *** A conta de Bagatolli é se eleger com o
apoio direto do presidente Jair Bolsonaro, o único que teve gravação exclusiva
de apoio do mito. Expedito tem seu crédito pelas boas votações ao governo
estadual e Jaqueline pelo respaldo do mano Ivo Cassol.
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