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Carlos Sperança

Política e religião + A eleição em Rondônia + Taca-lhe o pau!


Política e religião + A eleição em Rondônia + Taca-lhe o pau! - Gente de Opinião

Política e religião

O pensador israelense Reza Aslan supõe que se a religião for a experiência particular de conexão espiritual não faz sentido misturá-la com política, mas não respeitar a mistura de religião com política seria antidemocrático. Política é uma arena para a discussão de ideias e não a imposição de visões do mundo, religiosas ou não, pela força. Quando isso acontece, a democracia sofre e a seita agressora se desmoraliza.

A designação de um cardeal para a Amazônia pelo papa Francisco poderia ser considerada manifestação política da Igreja Católica, como as de seitas fundamentalistas apoiando candidatos nas eleições? A rigor, sempre haverá alas que advogam o predomínio da espiritualidade sobre o fator político, mas também correntes que não concebem ação espiritual cega para o sofrimento humano. Nas religiões em geral, via de regra, a ação política do indivíduo, crente ou não, é um direito.

A única prática vista com desconfiança e reprovação é a malícia embutida na submissão da fé, das estruturas religiosas e a venda de rebanhos de crentes a interesses eleitorais. Nesse sentido, um cardeal para a Amazônia é apenas uma providência administrativa. As manifestações de cunho espiritual ou político são legítimas quando não se rendem a “barras de ouro, de rio ou saia”, motivações da perdição dos homens, de acordo com Mário de Andrade em “Macunaíma, o herói sem nenhum caráter”.

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Em Rondônia

A eleição em Rondônia chega à reta final com os candidatos priorizando os redutos em regiões decisivas. São os casos de Porto Velho, Vale do Jamari, polarizada por Ariquemes e a Região Central, que tem como centro de irradiação o município de Ji-Paraná. Lembrando que Porto Velho, a capital, conta com mais eleitores do que os municípios de Ariquemes, Ji-Paraná, Cacoal e Vilhena juntos e vai daí a instalações dos QGs por aqui. Para governador com Marcos Rocha na frente, seguido de Marcos Rogério, ao Senado, atenção para a corrida de recuperação do Senador Acir Gurgacz (PDT) que resgatou seus direitos e está emplacando posições importantes nos redutos adversários.

A peregrinação

Com a necessidade de afirmação em alguns redutos do Sudeste –está perdendo no Rio de Janeiro – o ex-presidente Lula está priorizando sua campanha nos grandes centros e delegando sua campanha nos redutos bolsonaristas para seu vice Geraldo Alckmin visando ampliar o diálogo com o agronegócio, principal fonte de apoio do seu adversário Jair Bolsonaro. Assim sendo, Alckmin iniciou uma visita de dois dias as tocas bolsonaristas, como Rondônia, Goiás, MT etc. Bolsonaro também viceja no Acre e Roraima, enquanto leva a pior nos estados do Amazonas e do Pará, na região Norte.

As nominatas

Estudando as nominatas de candidatos à Câmara dos Deputados neste final de semana constatei que poucos nomes têm condições de enfrentar os representantes governistas em pé de igualdade. A chapa do União Brasil é poderosa e favorita, no papel, para eleger a maior parte dos deputados. No âmbito bolsonarista ainda tem as nominatas do MDB, PSC e Republicanos bem constituídas. Fora deste âmbito, Mauro Nazif (PSB) aparece com mais chances. Também é possível que o PT emplaque pelo menos um parlamentar, já que se trata do partido do presidente Lula, favorito na peleja nacional.

O dever de casa

É fundamental para os candidatos ao governo do estado e ao Senado fazer o dever de casa nesta campanha, ou seja, vencer bem em seus redutos e ainda bicar alguma coisa nas tocas dos adversários. Neste sentido, o governador Marcos Rocha (União Brasil-_Porto Velho) e o senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) estão cumprindo bem este papel. A grande decepção por enquanto é Leo Moraes (Podemos-Porto Velho), favorito para a disputa na capital, que despencou com a aliança com Expedito. Ao Senado esperava-se bem mais de Jayme Bagatolli - até a ponteira -  mas o que se vê é o bolsonarista perdendo terreno até no Cone Sul.

Taca-lhe o pau!

Os últimos dias serão de muita pauleira em cima do governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho). Os adversários querem emparelhar a parada e todos vão centrar suas atenções para derrubar o mandatário do poleiro. A novidade agora é que também o linguarudo Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) vai provar do próprio veneno, ou seja, receber muitas bordoadas dos adversários. Paralelamente, existem algumas expectativas. 1-  Quais candidatos serão beneficiados pelo efeito manada ao governo e ao Senado? 2- Com Lula ameaçando ganhar em primeiro turno, Daniel Pereira poderá chegar a reta final melhor na foto nas intenções de votos? 3- Uma onda Acir colocando o senador novamente no páreo depois da extinção da punibilidade e seus direitos resgatados.

 

Via Direta

*** Sem dó e piedade seguem as invasões e terras indígenas, parques e reservas federais em Rondônia. Em boa parte dos casos tem políticos e figurões influentes nas paradas *** Com isto temos danos ambientais irreparáveis nos ecossistemas, poluição dos rios, desmatamentos, queimadas etc *** Temos mais um pleito repleto de militares e pastores evangélicos se arriscando na política. A fragmentação dos votos nos dois segmentos será enorme e os atuais deputados destas representações padecendo para se reeleger *** O PSB está entusiasmado com o crescimento nesta reta final do deputado federal Mauro Nazif a reeleição e do professor universitário Vinicius Miguel *** Animados, eles aceleram o passo com reuniões e caminhadas pelas principais avenidas da capital rondoniense *** Vilhena está fervilhando com eleições gerais e logo em seguida o pleito do prefeito tampão.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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