Quinta-feira, 13 de outubro de 2022 - 08h10
Há
múltiplas formas de encarar os problemas da floresta amazônica, mas a
polarização eleitoral a reduziu à pior forma: uma batalha por votos entre
negacionistas do clima e obstinados preservacionistas. A política foi reduzida
de sua condição maior de elevado interesse dos povos para descambar ao inferno
de um jogo rasteiro de insultos e calúnias, memes e fake news.
Os
negacionistas, escorados pela visão cínica de que o Primeiro Mundo destruiu
suas florestas e por isso a América do Sul também tem o “direito” de destruir
as suas, formam um polo indesejável para uma questão que deveria contemplar um
debate mais qualificado que um “olho por olho” em que todos acabem cegos. De
outro lado, não é justo, legal ou sequer rentável continuar explorando a
floresta como se fazia há um século.
Não
é possível, até pelas necessidades novas e antigas dos povos da floresta,
manter um imenso santuário imune à presença humana, sobretudo quando é alvo de
muita cobiça e há direitos legítimos à exploração racional, ambientalmente
sustentável. Seria um misto de suicídio coletivo e genocídio apenas destruir
para “equilibrar” o mundo num vasto deserto.
Mais
racional e lucrativo é negociar como os bisnetos dos que no Primeiro Mundo
destruíram seus recursos naturais podem compensar em favor do clima global o
que seus bisavós fizeram, honestamente, em tempos nos quais as religiões
aceitavam a natureza como presente divino a ser explorado sem reservas.
.......................................................................................................
Situações distintas
Enquanto
Luís Inácio Lula da Silva (PT) vai ratificando o favoritismo para a peleja a Presidência
da República contra o atual presidente Jair Bolsonaro (PL), na eleição estadual
em Rondônia envolvendo dois candidatos bolsonaristas assistimos uma virada do
candidato oposicionista Marcos Rogério (PL) contra o atual governador Marcos Rocha
(União Brasil) que foi o grande vencedor no primeiro turno, mas com um pequeno
percentual de votos na diferença. Os próximos dias serão decisivos tanto na disputa
presidencial como na peleja estadual.
Garimpo ilegal
O
Ibama e a Policia Federal estão dando combate sistemático ao garimpo ilegal nas
águas barrentas do Rio Madeira com trajetória poluída nos estados de Rondônia e
do Amazonas. Fazendo isto estão protegendo o meio ambiente e a saúde da população
da contaminação pelo mercúrio, uma das principais causas da pandemia de câncer
em Rondônia que padece com um dos maiores índices da doença no País. É lamentável
que alguns políticos ainda defendam o garimpo ilegal no Madeirão. Não devem se
preocupar com as consequências danosas vivenciadas pela população,
principalmente de Porto Velho e seus distritos onde o contágio pelo mercúrio
segue preocupante.
Nós para desatar
Alguns
equívocos na estratégia, desde a formação da chapa totalmente formada por representantes
de Porto Velho num desrespeito as lideranças do interior, aos sérios problemas
de segurança do estado só agora admitidos com a mudança do secretário da pasta Hélio
Pachá e aquela declaração desastrosa dando conta que Ariquemes não precisava de
hospital regional, estão pegando contra o governador Marcos Rocha nesta campanha
do segundo turno. Desatar estes nós, bem explorados pela oposição fica difícil
em pouco mais de duas semanas de campanha. O marketing palaciano vai ter que se
espichar.
Primazia do 22
Mudar
o rumo dos ventos que sopram agora favoravelmente a oposição é um desafio para
o projeto de reeleição do governador Marcos Rocha. Não bastasse, o adversário
Marcos Rogério tem a primazia de utilizar o nome do presidente Bolsonaro e o número
do partido do PL, o 22, na sua campanha, por conta de pertencerem o mesmo
partido. Esta medida fez o diferencial para que o candidato Jaime Bagatolli
superasse Mariana Carvalho ao Senado nos últimos dois dias de campanha e deve
fazer a diferença para o Marcos Rogério nesta reta final se alguma coisa nova
não aconteça a favor dos governistas do Paço Rio Madeira.
Uma reviravolta
Não
se descartam reviravoltas palacianas e algumas medidas foram adotadas pelo
comando de campanha do governador Marcos Rocha, como foi mudança na pasta de
segurança, evitar debates com Rogério e sua língua afiada. Projeta-se ampliar a diferença na capital,
onde venceu por 30 mil votos, onde precisa pelo menos dobrar a diferença para
compensar eventuais perdas no interior. Também precisa reverter a situação na
região de Ariquemes, a segunda mais populosa do estado, onde Rogério deitou e
rolou. E tem que pelo menos equilibrar as coisas em Ji-Paraná, a casa de
Rogério e em Vilhena, a casa de Bagatolli. É osso!
Via Direta
*** Escolher um candidato bolsonarista
para chamar de seu no segundo turno rondoniense é uma tarefa dolorida para os
petistas e as lideranças da esquerda *** Na capital, numa rápida consulta aos
vermelhinhos deu para constatar que preferem o bolsonarismo mais suave de
Marcos Rocha (União Brasil) do que o fogoso do senador Marcos Rogério (PL)
considerado um bolsonarista raiz que pratica uma fidelidade canina ao atual
presidente *** Na capital até pode
funcionar o bolsonarismo suave, mas no interior com eleitorado majoritário,
está mais do que provado a preferência pelo bolsonarismo raiz e isso ficou por
demais configurado na eleição de Jaime Bagatolli ao Senado *** Enfim, o
interior projeta barba, cabelo e bigode na jornada 2022. Podem conferir no
próximo dia 30.
Sem perdãoHá pessoas que se dizem cristãs, mas abrem caminho ao inferno ao ofender os semelhantes, esquecendo que uma das principais lições do crist
Dá pena de ver a situação a Av, 7 de setembro no centro antigo de Porto Velho
O jogo da Amazônia Em todo o mundo se tornou obrigatória a pergunta “e agora, com a eleição de Trump nos EUA?” Mao Tsé-tung disse que se os chinese
É bem provável que ocorra uma regionalização de candidaturas ao Palácio Rio Madeira
DesbranqueandoA jornalista brasileira Eliane Brum, descendente de italianos e filha de pai argentino nascida em Ijuí, Noroeste gaúcho, certo dia dec
A classe política está querendo antecipar o processo eleitoral de 2026
Tartarugas humanasO desmatamento e a piora do clima causam prejuízos generalizados aos povos amazônicos. Os que mais assustam são as perdas na agri