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Carlos Sperança

Questões amazônicas + Reflexos da eleição + O clã Donadon + O divisionismo


Questões amazônicas + Reflexos da eleição + O clã Donadon + O divisionismo - Gente de Opinião

Questões amazônicas

Na falta de união nacional e latino-americana, prevalece a boataria. Enquanto o Brasil não define quem será seu líder para os próximos quatro anos, o vácuo é ocupado pelo novo presidente da Colômbia, Gustavo Petro, cujas declarações são recebidas pelo mundo como de um qualificado interlocutor para questões amazônicas. Há pouco, ele mexeu em ninho de marimbondos ao dizer que mantém conversas com a Otan “para [ela, Organização do Tratado do Atlântico Norte] cuidar da Floresta Amazônica”. Não deveria causar espanto, já que a Colômbia desde 2015 tem acordo de cooperação com a Otan sobre segurança, crime organizado e terrorismo. Ainda não se viu grande resultado do acordo, mas parece que vai se desdobrar.

O interesse pela fala vem de a Colômbia ser o primeiro país sul-americano a concluir um acordo de cooperação com a Otan diante da crescente influência da Rússia e da China na região. Os marimbondos, porém, atacaram em 21 de setembro, quando o presidente Joe Biden anunciou a Colômbia como aliado estratégico fora da Otan: “A Colômbia é a pedra angular de nossos esforços compartilhados para construir um hemisfério próspero, seguro e democrático”. Como o Brasil, desde 2019, tem o status de “aliado importante” dos EUA fora da Otan, parece que a “pedra angular” mudou de endereço. O assunto voltará depois que o Brasil definir quem dará as cartas em 2023.

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Eleições 2022

Com os petistas garantindo que o ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva (SP) ampliou a vantagem na disputa pelo Palácio do Planalto com o atual presidente Jair Messias Bolsonaro (PL-RJ) e os bolsonaristas afirmando que houve uma grande virada a partir de melhoras na campanha em Minas, São Paulo e Rio de Janeiro, vamos as urnas neste domingo. O fato é que Bolsonaro tem descontado pelo menos um ponto de percentual de intenções de votos por semana. Se os lulistas não conseguirem conter está ascensão bolsonarista chegaremos dia 30 num empate técnico no que tange as intenções de votos. Trocado em miúdos, uma peleja sensacional!

Em Rondônia

No que se refere as eleições em Rondônia, com as pesquisas apontando um empate técnico entre os candidatos Coronel Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) e o senador Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná), ninguém quer dar moleza para ninguém. Em Porto Velho se constata que as caminhadas tradicionalmente desenvolvidas nas avs. Sete de Setembro (Centro), Jatuarana (Zona Sul) e Amador dos Reis (Zona Leste) se espicharam por outras avenidas importantes da capital. Também os distritos pouco explorados em pleitos anteriores estão recebendo carreatas e caminhadas de ambos candidatos. E alguma lama rolando nos bastidores.

Reflexos da eleição

Havendo uma derrota do governador Marcos Rocha (União Brasil) no seu projeto de reeleição, terão prejuízos eleitorais futuros o atual prefeito de Porto Velho Hildon Chaves (PSDB) que planeja disputar o governo em 2026 e a deputada federal Mariana Carvalho (Progressistas) em possível dobradinha com o tucano para disputar uma das duas cadeiras ao Senado no próximo pleito. Como a coisa apertou e Rogério está vindo quente e fervendo no interior, Hildão e Mariana abraçaram de vez a campanha de Rocha buscando ampliar a vantagem governista na capital.

Em Vilhena

Com denuncia de pesquisas fraudulentas, a eleição suplementar em Vilhena, para eleger o substituto do prefeito cassado Japonês a disputa entra na reta final pegando fogo. O delegado Flori (Podemos) enfrenta a ex-prefeita Rosani Donadon (PSD), ambos derrotados na recente eleição a Câmara dos Deputados. Pela recente pesquisa divulgada, Flori estaria na dianteira mas ela não vale, está sob judice. O clã Donadon que manda na política do Cone Sul há décadas busca recuperação depois de recentes derrotas e cassações de mandatos de seus membros nos últimos anos.

O divisionismo

Mais uma vez o divisionismo político do Cone Sul rondoniense – que na esfera da Assembleia Legislativa elegeu três representantes – não emplacou nenhum deputado federal. A região que já teve Arnaldo Lopes Martins e Natan Donadon, há mais de duas décadas não elege deputado federal e a fragmentação de votos entre Evandro Padovani, Rosani, delegado Flori, Wiweslando e cia mais uma vez deixou a região fora da bancada dos deputados federais. Se perdeu um deputado estadual, não elegeu federal, a região comemora a eleição de Jaime Bagatolli (PL) ao Senado numa virada sensacional sobre Mariana Carvalho (Progressistas).

Via Direta

*** No vizinho Estado do Acre o próprio governador Gladson Cameli (PP) comanda as carretas de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. Como se sabe, o estado é um dos maiores polos bolsonaristas do Brasil *** Em Rondônia os dois  candidatos no segundo turno, Rocha e Rogério apoiam o presidente Jair Messias e acreditam numa bruta vitória do messias no estado *** No Amazonas, o governador Wilson Braga a eleição apoia Bolsonaro, mas lá os petistas ganharam a peleja no primeiro turno  ameaçam repetir a façanha no segundo turno *** O ex-prefeito de Ji-Paraná Jesualdo Pires que apoiou Expedito ao Senado, agora aposta suas fichas numa vitória de Marcos Rogério (PL) no pleito de domingo ao Palácio Rio Madeira.

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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