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Carlos Sperança

Torres Investigan + Os desafios de Rocha + O bolsonarismo + Balas de prata


Torres Investigan + Os desafios de Rocha + O bolsonarismo + Balas de prata - Gente de Opinião

Torres Investigan

Há muita coisa positiva quando se trata de avaliar a Amazônia. Seria grave erro de avaliação supor que as más notícias sobre queimadas, devastação criminosa e garimpo ilegal sejam negativas, pois ninguém em juízo perfeito mata o mensageiro que traz más notícias. Esse crime não fará o tempo retroagir a tempo de eliminar as causas dos malefícios. A ação necessária é corrigir o que for possível enquanto há tempo.

Diante de situações adversas, como a desmoralização mundial do Brasil por conta da ação criminosa crescente na região, o melhor a fazer não é bater boca com astros de Hollywood. Para eles, isto só rende um contrato a mais em grandes produções cinematográficas. Nem brigar com estadistas estrangeiros, que ao ser atacados ganham pontos junto ao público interno. Correto será mostrar a lei cumprida e a repressão resolutiva aos crimes.

Nem positiva nem negativa, a notícia de que ao redor de uma centena de agentes gigantescos serão postados na floresta para piorar dramaticamente as condições atmosféricas precisa ser avaliada com cuidado. Antes de sair gritando contra as torres de 35 metros que a Unicamp e o Inpa estão instalando, é preciso saber que o experimento AmazonFACE fará uma simulação em área micro do que poderá acontecer na floresta em dez anos se as más práticas não forem logo estancadas. Não é preciso matar o mensageiro. Vigiar atentamente os gigantes será mais útil.

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Os desafios

Nas eleições em Rondônia teremos um segundo turno muito acirrado. Cada candidato tem seu desafio. O governador Marcos Rocha (União Brasil-Porto Velho) larga na frente, mas precisa reverter sua situação do Vale do Jamari onde teve uma derrota inesperada, mas explicada, por conta da sua declaração desastrada que a região não precisava de hospital regional e era bem atendida por Porto Velho, que não atende nem suas próprias necessidades. Teve chapa completa de Porto Velho, ao invés de se reforçar na roça, o que afeta o bairrismo do eleitorado majoritário do interior. 

O bolsonarismo

A eleição rondoniense mostrou claramente um bolsonarismo rachado, quase meio a meio no primeiro turno. O candidato oposicionista Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) também tem seus desafios. O primeiro é reverter a situação na capital, com seus 350 mil eleitores que proporcionou uma bela vitória ao govenador Marcos Rocha. Precisa também evitar que Rocha amplie muito a vantagem na capital, que por enquanto está em mais ou menos uns 30 mil eleitores e deve aumentar com uma participação mais atuante do prefeito Hilton Chaves.

Uma tendência

Eu ainda me pergunto qual segmento do bolsonarismo vai levar a melhor nesta eleição em Rondônia. O bolsonarismo moderado praticado pelo coronel Marcos Rocha, que se vacinou e foi bem sucedido na sua campanha contra o covid,  ou o bolsonarismo raiz de fidelidade canina desenvolvida pelo senador Marcos Rogério (PL) e o candidato  vitorioso ao Senado Jaime Bagatolli. Com o efeito manada que ocorreu no final do primeiro turno, descontando a vantagem do atual governador em cima de Rogério, e elegendo Bagatolli ao Senado, acredito, sem puxar a brasa para a sardinha de ninguém, que o bolsonarismo raiz pode levar vantagem

Perspectivas

Sempre digo que a política não é uma ciência exata e os antigos já diziam a muito tempo que ela é como as nuvens, muda de formas e tamanho a todo momento. Mas alguma coisa se constata nos primeiros movimentos da campanha do segundo turno: Marcos Rocha deve ganhar na capital e até ampliar a vantagem sobre Marcos Rogério. Mas o problema é que a capital tem aproximadamente 350 mil eleitores e o interior do estado, onde Rogério esta alicerçado, quase 800 mil. Para ficar competitivo contra o predador da BR, Rocha terá que largar muito bem na capital, com pelo menos 60 por cento dos votos. Só uma boa diferença para compensar perdas em algumas regiões, como o Vale do Jamari.

Balas de prata

Na reta final do pleito do segundo turno, que vai acontecer no próximo dia 30, se procura avidamente as balas de pratas –aquelas que derrubam do poleiro até vampiros da Transilvânia - entre os oponentes na peleja pelo Palácio Rio Madeira nos bastidores. Um lado vai explorar coisas consideradas maléficas do outro.  Temos uma curiosidade a respeito em eleições rondonienses, nada cola contra o candidato em ascensão na reta final. Nem coisa verdadeira! O histórico das vitórias de Ivo Cassol e Confúcio Moura demonstraram isto.

Via Direta

*** O divisionismo político do Cone Sul voltou a causar prejuízos ao polo regional de Vilhena na peleja a Câmara dos Deputados. Tinha dois candidatos competitivos, Evandro Padovani, do clã Goebel, e Rosani Donadon. do clã Donadon e ambos tubularam gloriosamente ***O garimpo ilegal no Rio Madeira, na região de Manicoré, no Amazonas, volta a causar transtornos. Dezenas de balsas instaladas num distrito e muitos garimpeiros rondonienses chegando na região como formigas em doces. É coisa de louco *** Eleições 2022: A capital e municípios vizinhos se mobilizam com unhas e dentes por Marcos Rocha, Ji-Paraná, Ariquemes e Vilhena armadas até o talo por Marcos Rogério *** Duas pontes já desabaram na BR 319, que liga Porto Velho a Manaus. E mais uma está ruindo. É coisa de louco! 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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