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Carlos Sperança

Três castas + Blitz na capital + Peleja presidencial + Falta de água


Três castas + Blitz na capital + Peleja presidencial + Falta de água - Gente de Opinião

Três castas

O desmatamento criminoso é um desastre, mas zerá-lo será ainda insuficiente quanto aos objetivos maiores da questão amazônica: 1) clima bom para garantir a sobrevivência da vida no mundo e 2) salvar o Brasil do atraso, da pobreza e da má gestão em todas as áreas, da pública à privada. A ciência estuda, os pesquisadores estão em febril atividade e já existem na sociedade, da academia à economia, diversas opções sobre o que fazer com as áreas desmatadas quando há boa gestão.

Já se sabe que é falsa a noção de que a pecuária ocupa a área desmatada não usada pela agricultura. Ainda mais é falsa é a suposição suicida de que para produzir proteína animal para matar a fome do mundo é preciso pôr a floresta abaixo. Há estudos segundo os quais a pecuária pode ter ganhos de 30% em produtividade sem desmatar nada. Falta juízo e sobram crime e desperdício, o que nos leva outra vez ao problema das deficiências de gestão, das propriedades aos palácios de Brasília.

Há pouco, um novo item foi acrescentado ao debate sobre o que é preciso fazer além de zerar o desmatamento. A economista Amanda Schutze defende equalizar o uso de energia boa por parte da população, pois hoje há três “castas” de pessoas na floresta: os conectados ao sistema interligado, os atendidos por sistemas isolados e os sem acesso à eletricidade. Isso é injusto e faz mal à floresta. Não pode haver castas em um Brasil decente.

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Blitz na capital

Acreditando nas últimas pesquisas indicando um empate com o adversário oposicionista Marcos Rogério (PL-Ji-Paraná) – dos mesmos institutos que sinalizavam vitória governista com grande vantagem – o governador Marcos Rocha (União Brasil) faz uma verdadeira blitz em Porto Velho nos últimos dias. Se as pesquisas estiverem certas ele faz o jogo certo, pois se ele ampliar a diferença na capital se mantém no poleiro para mais quatro anos. Tem cartas na manga para isto e uma delas é o apoio do prefeito Hildon Chaves. O lado adversário vê a coisa diferente: já teria ultrapassado o atual mandatário desde o início do segundo turno.

Cartas de Rogério

Se de um lado o governador Marcos Rocha aposta suas fichas em aumentar a diferença na capital, onde obteve uma grande vitória em 2 de outubro, do seu lado Marcos Rogerio desenvolve o jogo de estratégia nas regiões em que mais prosperou, como as de Ariquemes (Vale do Jamari), Ji-Paraná (Região central) e Vilhena (Cone Sul Rondoniense). Por coincidência estas regiões são as mais bolsonaristas do estado, onde o presidente chegou a alcançar quase 70 por cento dos votos no primeiro turno. Pelo interior ser majoritário em eleitorado, Rogério se vê em ascensão.

Na reta final

Na reta final de campanha assistimos no horário eleitoral um verdadeiro campeonato de quem é mais bolsonarista em Rondônia. Como tudo sinaliza que em nosso estado, o Messias da direita, deve esmagar o petista Luís Inácio Lula da Silva a razão de quase 70 por cento dos votos contra 30 por cento. Então, quem se firmar mais bolsonarista, como Bagatolli fez ao Senado deverá levar a melhor. Teoricamente, Rogério deve levar vantagem nesta competição bolsonarista pois mantem o mesmo número do presidente para a urnas, 22. Além disto, fez como o esperto Bagatolli ao Senado, gravando apoio do presidente, com 22 lá e cá.

Peleja presidencial

Se os institutos estiverem certos nas suas projeções, teremos uma campana acirrada nos últimos dias tanto para a disputa do Palácio Rio Madeira, sede do governo estadual, como para a presidência da república. Com pacotes de bondades lá e cá, o presidente Jair Bolsonaro se aproximou perigosamente de Luís Inácio Lula da Silva que mantinha uma distância confortável nas intenções de votos nas últimas semanas. A diferença foi corroendo e com novas benesses entrando em vigor e impulsionado pela economia se revitalizando teremos um pleito no próximo dia 30, quente e fervendo.

Falta de água

É incrível a falta de agua nas torneiras em Porto Velho, uma cidade banhada pelo Rio Madeira, um dos mais caudalosos rios da Amazonia. Por conta disto até a Universidade Federal de Rondônia deixou de funcionar alguns dias. Se vê nos bairros muitos moradores aprofundando os poços caseiros – a razão de quase R$ 200,00 o metro -  para encontrar o precioso liquido nesta estiagem. Quem não tem esta grana se socorre com os vizinhos ou em bicas de famílias mais bafejadas pela sorte ou de estabelecimentos de ensino. Todo verão é assim. A cidade não dispõe nem de 50 por cento da população de 550.000 habitantes atendidas com abastecimento.

Via Direta

*** Na Rondônia terrivelmente bolsonarista, com o atual presidente quase chegando a marca de 70 por cento de intenções de votos na maioria dos municípios ele deve encaminhar mais uma vez uma grande vitória no estado neste segundo turno *** O estado tem forte influência dos madeireiros, sojicultores, fazendeiros, dos garimpeiros, evangélicos e outros segmentos conservadores. *** Nem a capital, Porto Velho escapa de tanto bolsonarismo, pois em distritos populosos como União Bandeirantes, Jacy-Paraná, Extrema, Nova Califórnia o foco é no agronegócio *** E vem chumbo grosso nestes últimos dias de campanha. Falo de escândalos mesmo *** Em Rondônia é rotineiro apelações no final da campanha. 

* O conteúdo opinativo acima é de inteira responsabilidade do colaborador e titular desta coluna. O Portal Gente de Opinião não tem responsabilidade legal pela "OPINIÃO", que é exclusiva do autor.

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