Sexta-feira, 14 de maio de 2010 - 14h27
Por Beto Ramo
Diz à lenda que posso ser alguém.
Um cidadão brasileiro, mestiço, muitas vezes desconhecido no lugar em que vive.
Sou Brasil, sou Rondônia, Amazônia desde menino.
Palavras bem que poderiam ser o meu ofício, mas, meu ofício é a solidão.
Sou José, sou Maria, sou João, mendigo ou juiz.
Diz à lenda que sou cachaça no Bar do Zizi.
Fiel até o fim, mas, arengueiro de natureza.
Sou carro de luxo ou carroça, roupa de grife ou pano rasgado.
Sou verdadeiro aqui dentro do peito.
Diz à lenda que tristezas poderiam existir, mas, é preciso acreditar na felicidade.
Por isso a alegria faz moradia neste coração beradeiro.
Sou pai, sou mãe, sou filho.
Sou filha que se desgostou em frente à Praça Getúlio Vargas.
Sou caminhos tortuosos na defesa de uma cultura que precisa ter nome de índio, mas que precisa respeitar todos os índios.
Muitas promessas trazem acomodações, e não cumprir promessas pode gerar um rastro de pólvora que pode descer ladeira abaixo.
Diz à lenda que a noite se foi. Mas, o sol brilha para todos.
Acredito na luz, pois o sol pode ser esplendoroso, mas, no outro dia podem aparecer nuvens carregadas e esconder sua infinita luz.
Sou crítico, desconfiado, mas, que acredita até mesmo na escuridão.
Sou o Porto do Velho.
Tomei sombra nas três Marias, andei na velha Maria fumaça.
Banhei-me nas vinte cachoeiras do Rio Madeira, e bebi a sua água barrenta.
Brinquei no boi sete estrelas e também no boi prata fina.
Saltei uma Fogueira ao lado da Boiuna, e pude ver a caipora sorrindo na beira da mata.
Diz à lenda que o boto se transforma num belo rapaz vestido de branco, tentando encantar a moça bonita.
Sou terreiro de São Sebastião, D. Chiquinha Macaxeira e as batidas do tambor.
Vejam as meninas estão saindo da Escola Normal, como são lindas as normalistas.
Sou festa no Danúbio Azul, no Internacional, sou Taba do Cacique.
Os barcos estão saindo, vou acompanhar a festa do divino Espírito Santo.
Coloquem o dinheiro no saquitel, as fitas estão nas bandeiras.
Diz a lenda, olhe o teatro de bonecos, o Jango esta entusiasmado com o grupo Porantim. Tantos se foram e muitos precisam ser lembrados.
Olha o Babá, O Esmite, o Anísio, Antônio Serpa do Amaral, o Bola Sete e tantos outros.
Diz à lenda que nossa história é poesia.
Uma poesia que precisa ser levado a todos os cantos de Porto Velho.
E nós precisamos amar o lugar onde possuímos raízes, e este é um mundo que precisa existir em nossos corações.
Diz a lenda.
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