Domingo, 14 de maio de 2017 - 11h14
Os pesadelos não podem ofuscar nossos sonhos.
Diante da inconsequência de quem resume a vida dos outros na sua prisão de lamentos, o que nos resta a fazer, é sair em retirada com a bandeira cinza da paz (dos covardes).
Temer o presente é algo tão comum. Mas temer o futuro é algo surreal. É desvendar segredos que sempre ficam no batente da porta. Taciturno que sou, tenho medo do barulho dos outros. A poesia não deveria se acovardar. Mas os covardes são os que queimam as linhas da história, criando fantasias, onde o principal objetivo é fechar a porta de nossa cultura, sofrida, carente e que acredita em tudo.
Oxalá que nos proteja!
A alegria sempre chega.
Nascem sorrisos.
Pulsa vida diante de quadros quase impossível de resolvermos. Por mais insuportável que seja a situação, nos obrigamos a questionar situações impostas pelo destino. Não nos adiantaria ficar expostos entre luzes que ofuscam as nossas verdades.
Sempre resta um sorriso... Qualquer... Feito de silêncio.
Sempre nasce um novo dia.
E a cada dia somos envolvidos em situações de conflito, mas, os conflitos deveriam ser de forma saudável onde sempre poderíamos alcançar uma solução... E não de forma destrutiva.
As situações serão resolvidas.
O que lamentamos é como elas são construídas.
São montadas com verdades, ou com verdades que nunca existiram?
Lutar é preciso.
Acovardar-se algumas vezes e somente pelos amigos.
Os amigos sim merecem uma página completa de elogios onde podemos expor suas qualidades.
Talentos cheios de bondade. Eles possuem uma luz que os iluminam desde os seus nascimentos.
Talvez o que eles não possam suportar, são as luzes do desengano, das duvidas e ilusões.
Quando nos sentimos insuportáveis com o nosso simples pensamento, podemos ter certeza que não poderemos voltar ao inicio de tudo. O inicio é quando nascem os monstros que podem ou não ser alimentados. Monstros que acompanham a história.
Mas o tempo é remédio pra tudo.
Plagiando o Paulinho: Meu mundo é outro...!
Ser pequeno com grande talento é uma coisa.
Ser grande diante da poeira da história colocada ao lado do tapete é outra coisa.
Qualquer vento, qualquer sopro que venha do lado certo da situação, criarão palavras para que ganhem grandes parágrafos nos livros da história.
Algo que reflete na magia do tempo como verdades e fantasias.
Incluindo e excluindo única e exclusivamente os que não se importaram com suas palavras. O que se acha grande muitas vezes cresce não contra o pequeno, mas contra o indefeso.
O indefeso é alguém para se ajudar.
Para servirmos a mesma água que sacia a nossa sede.
Para podermos oferecer a mesma comida que fica na nossa mesa.
O indefeso é uma semente que ainda pode germinar.
O indefeso anda de mãos dadas com os monstros muitas vezes alimentados pelas suas antipatias em não suportar o indefeso e o monstro que pode consumir suas histórias e suas dignidades.
E o que temer?
A constatação terrível é que devemos apenas temer o monstro que é alimentado não por nós, mas, por tudo e todos que acham que grandeza alimenta o esquecimento.
A exclusão de forma elegante e que venha ao encontro de interesses é deverás lamentável. São sorrisos e olhares como um pelotão de fuzilamento diante de quem vai ser eliminado apenas para o deleite do silêncio, outrora imposto.
Mas, poesia é encanto.
Encanto não poderia jamais ser quebrado por desencantos.
Poesia também fuzila.
São armas de luvas de pelica que não deixam marcas. Elas servem apenas para lembrar aos esquecidos, que algumas palavras jamais poderão sair dos seus pensamentos.
Quem esteve do outro lado da porta, sabe que estávamos com cheiro de mofo, sem a pureza da água.
O trem da história há de passar.
O trem da história percorre longos trilhos, feito de paradas onde muitos podem descer.
Pode ser feito de vagões abandonados, com teias de aranha, poeira.
Ou com um vagão com espaço apenas para o esquecido.
Algumas pessoas de bem são escolhidas para os piores lugares.
Não é melhor ficar calado.
E nem deixar que sintam a nossa falta.
A falta de reconhecimento é que fuzila o artista.
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