Sexta-feira, 29 de abril de 2016 - 16h24
Por: Beto Ramos
Quando das viagens pelas barrancas do Madeira com o Poeta Mado, presenciamos e convivemos com muitos causos de vivos e visagens.
Carlito é corajoso!
Somente se arrupia quando as direitas das ruas fazem traçados sem esquerdas.
Perdemos horários de barco.
Levamos carão de velhos beradeiros.
Ouvimos vozes e barulhos de fazer os cabelos se arrupiarem.
Mas, sorrir também faz parte do caminho.
Certa vez, numa Pousada de um só banheiro, e no fim do corredor, alguém precisava usá-lo. O problema era a falta de coragem de encarar aquele terrível e assustador corredor.
Ali parecia existir assombrações, visagens, o vira porco, Mapinguari, Mãe d’água, Cobra Norato, alma do Beleza ou nada.
E ali estávamos quietos e pensativos.
E aquilo era hora de sentir vontade de ir ao banheiro?
Parecia uma noite sem fim.
- Tá bem poeta?
- Sim!
- Com medo?
- Hummmmmm!
- Talvez exista um restinho de coragem.
- Té leso é?
Aquele coaxar dos terríveis sapinhos, que poderiam possuir no mínimo uns três metros de altura, parecia aumentar a cada segundo.
Noutros momentos um silêncio que parecia cortar como faca.
- Quer ir ao banheiro é?
- Não, passou!
O poeta se alevantou arrupiado, olhou pela brecha da janela e disse: - Vamos logo que eu te acompanho ao banheiro seu medroso, eu sei que tu queres ir lá.
- Eu mesmo não!
- Quer sim que eu sei, e eu vou te livrar deste medo.
- Rapaz!
Ao abrir a porta uma perereca deu um pulo no rumo do poeta.
E Ele deu um salto a lá João do Pulo, e soltou um ai assustador.
- E já foi dizendo: - Eu falei pra ninguém ir ao banheiro esta hora!
- Tu ficas insistindo filho do Buchudo.
O poeta é corajoso!
O coaxar dos sapinhos aumentava e talvez eles já chegassem a uns seis metros de altura.
Pense num corredor gigante que mais parecia o necrotério do Hospital São José ou quem sabe o portão do cemitério do Inocentes.
O poeta me olha e diz: - Filho do Buchudo tu é medroso!
- Eu!
- Sim! Tá mijando na calça e não admite que tenha medo de visagem.
- É melhor esperar estes sapos se acalmarem um pouco mais.
- Tão Tá!
Lá vai o poeta na sua maleta de compensado pegar o remédio da pressão.
- Tá ruim poeta?
- Não! Deu a hora de tomar!
E ele ficando vermelho.
Longa pausa... Silêncio.
Sorrisos.
- O que aconteceu Carlito?
- Quem vai pegar a água para que eu tome o remédio?
Longa pausa... Silêncio.
Sorrisos.
Nesta hora o coaxar dos sapinhos já era ouvido em Porto Velho e eles já poderiam possuir uns doze metros de altura.
Eu me arrupiei.
E os dois beradeiros olhando pro teto sem texto algum.
Té leso é?
Aqueles sapos eram visagens!
A perereca era visagem.
O Mado é visagem.
O filho do Buchudo é visagem.
O Basinho é visagem. (Que não teve nada a ver com a prosa).
Quem tá lendo é visagem.
Como diria minha mãe – Descongelo!
Mas, o poeta é corajoso!
Só não tomou o remédio da pressão.
Que sabe na próxima, a mulher de branco leva a água pra ele.
- Descongelo.
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