Segunda-feira, 19 de setembro de 2011 - 13h37
Por: Beto Ramos
Fotografia: Beto Ramos
Peixe?
Peixe?
Onde é o teu esconderijo?
Já comprei a farinha d’água pros meninos.
Tem cheiro verde, cebola, pimenta malagueta e olho de peixe, tomate, limão e chicória.
Mas, onde é teu esconderijo?
Você está com medo daquele monstro de concreto ali na curva do rio?
Já está anoitecendo e preciso levar alguns peixes pros meninos.
Cadê o pacu, jatuarana, curimatá, tambaqui, tucunaré, piau, mandi, aruanã, jaú, pintado, barba chata, tamuatá?
Peixe?
O que vamos jantar?
Cadê a piracema?
Lá em casa o fogareiro já deve estar aceso.
Ah! Santo Antônio não te protegeu?
Mas, para o progresso não existe santo, pedra da cachoeira, nem curva de rio.
Meu avô me ensinou a pescar.
Ensinei meu filho a pescar.
Tu se escondendo desse jeito, vou precisar ensinar minha neta a comprar aqueles peixes com os olhos sem brilhos do supermercado.
Peixe?
Cadê tu peixe?
Cavei no pé do jirau pra achar minhoca.
Tem milho e pirão de farinha.
Queria te pescar no rio Madeira.
Ali nas cachoeiras.
Existia até campeonato de pesca.
É peixe, acho que hoje a meninada vai comer é cabeça de galo com farinha.
Basinho, tu se lembra da cabeça de galo com pimenta do reino?
Mas, pode ser caldo de caridade.
Basta ter farinha.
Peixe?
Peixe?
Peixe?
Eu sei por que você se escondeu.
Agora posso começar dizendo: Eram uma vez as cachoeiras, onde pegavam peixes com as mãos!
Beradeiro que é beradeiro sabe diferenciar peixe de rio do peixe de viveiro.
Não é que o peixe de viveiro não seja saboroso.
Mas, quem bateu linha nas cachoeiras e nas margens do rio Madeira vai entender o que estou querendo dizer.
Diz a lenda
Fonte: Beto Ramos - betoramospvh@hotmail.com
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