Quinta-feira, 1 de novembro de 2012 - 08h40
Por: Beto Ramos
Eu não faço questão de ficar mudo.
Tudo que construí, foi com palavras.
Ficar sem a luz, já não é tão importante.
Aprendi a andar no escuro.
Tenho como companheira das palavras, a Lua.
E a Lua passeia no céu, como pirilampos vistos
de um avião cheio das cores do enredo do amigo que não veio.
Eu faço questão de comer.
A fome é muda.
A fome nos faz falar, gritar dando voos rasante junto ao Sol que queima nossa alma.
Ficar com frio, faz parte da poesia do corpo, que vagueia na loucura de um copo a mais em cima da mesa.
Chorar sozinho é a poesia marginal enquanto não chega o analgésico para dor de cabeça.
Eu não faço questão de viver.
A vida é complicada demais.
Mas, também não faço questão de morrer.
A morte é covarde.
Como a fome, ela pode dilacerar nossas entranhas.
Quando a alma queima, uma dose a mais sempre é bem vinda.
Eu faço questão de ter a fome da verdade.
O sol que queima a alma é alimentado por mentiras.
Andar no escuro é acreditar que a Lua vá iluminar o caminho.
Mas, muitos possuem o medo do escuro.
A verdade é a luz que ilumina o caráter de quem não tem medo de acordar mudo sabendo de tudo.
Estou com muita fome da verdade.
Os pirilampos estão iluminando o caminho.
Eu não faço questão de ficar mudo.
Chegou o analgésico...
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