Sábado, 29 de maio de 2010 - 15h15
Diz à lenda que vivemos neste mundo aonde os que chegam não respeitam os nossos ideais não respeitam a nossa cultura e tentam nos cegar com o seu dinheiro, que é a causa de suas tristezas. Chegam os doutores, engenheiros e trabalhadores, com suas máquinas perturbando o nosso sono, deixando a nossa realidade dentro de um pesadelo cheio de destruição. Chegam com suas usinas de mentiras, com a energia suficiente para eletrocutar a nossa história beiradeira! Insensível progresso que em pouco tempo, deseja varrer do mapa anos de uma cultura construída por um povo que se vê assustado e desesperado, com suas máquinas, com suas florestas de concreto, com suas ruas que sempre são vigiadas pela desconfiança de um futuro certo apenas para os que causam a destruição. Diz à lenda que um pedaço do nosso povo clama pela manutenção de suas raízes. Chegam às placas de desapropriação de suas terras em carros importados de ultima geração. Então o povo chora, grita diante de um futuro incerto, sem suas mangueiras, biribazeiros, cajueiros, ingazeiras. Como ficar sem o banho no igarapé, no rio, ou ficar sem aquele cheiro da mata? Chega então o cheiro da destruição. A fumaça do progresso substitui o cheiro do peixe assado no fundo do quintal. Diz à lenda que tentam comprar os jovens com tecnologia barata. Criam uma linha de frente, onde imaginam convencer que cultura e história é dinheiro no bolso, banho quente de chuveiro, terrenos murados com cercas elétricas sem o canto dos pássaros nas árvores. Então, a lenda viu o professor que viveu a sua vida lutando para manter sua história chorar. O seu pedido de socorro comove o coração. Pede para ficar sozinho, meio a uma cidade fantasma, simplesmente para manter as suas raízes. E os graduados da destruição passam em seus carros importados olhando de cima para baixo, pensando que o dinheiro pode comprar felicidade. A senhora de noventa anos apenas diz “o que o vento trás o vento leva”. Diz à lenda que o povo é uma usina de superação, de força e agora de mobilização popular. Chega à conscientização de que é preciso lutar juntos para manter a sua história de povo beiradeiro das margens da BR do acovardado progresso. Diz à lenda que choramos com o povo de Mutum-Paraná.
Fonte: Beto Ramos
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