Domingo, 3 de outubro de 2010 - 18h19
Por Beto Ramos:
Eu pobre mortal.
Filho da mata, filho do sol, filho da lua, filho da chuva.
Eu pobre moribundo das palavras,
triste filho rejeitado por frases absurdas
vindas da imortalidade histórica que merece o meu respeito.
Eu pobre publico taciturno
de um espetáculo do teatro do absurdo.
Eu pobre índio de cara pintada.
Sentado na praça
sem entender o valor de un coup de la morte.
Cenas para ficar na alma,
dividindo a história com l'ignorance n'est aucune excuse.
Bebendo da insensatez, palavras não poderiam ofender os nossos ouvidos.
Aquela resistência não poderia ver a cor da história.
A história não precisa possuir cor.
A história não é escrita com adornos de prata ou de ouro.
O que sempre fica é a história dos homens.
Eu pobre mortal.
Jamais iria perder a minha identidade
de índio nu que fica na praça assistindo sem jamais aplaudir
o quase nosso teatro do absurdo.
Eu pobre mortal entristecido,
com olhos cheios de lágrimas.
Eu beradeiro que de palavras cheias de erros
posso dizer que le marché gagné de la force.
E da praça podemos assistir também um espetáculo
de grande beleza.
Eu pobre mortal.
O meio de dois lados que fazem e são história.
Eu pequeno que contribuiu com o voo da fênix beradeira
que não é mortal nem imortal, é o nosso Mercado Cultural.
Diz a lenda.
Fonte: Beto Ramos - betoramospvh@hotmail.com
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